Um Lugar ao Sol: Noca abre o jogo sobre segredo do passado
Por Flavia Cirino - 31/01/22 às 13:30
A novela “Um lugar ao Sol” já caminha para a reta final e verdades começarão a vir à tona. Uma delas diz respeito à Noca (Marieta Severo) contará toda a verdade sobre o seu passado. Ela tomará essa decisão depois de descobrir que Thaiane (Georgina Castro) é sua neta.
Numa conversa com a avó, Lara (Andréia Horta) insinuará que ela abandonou o filho Jerônimo (Thelmo Fernandes) quando fugiu de Confins do Alto. Ofendida, Noca, enfim, relatará o que aconteceu:
“Eu não abandonei ninguém. Me tomaram ele dos braços. Com um ano de idade. Eu estava na plataforma e ia seguir com o meu filho, mas eles vieram”, dirá a dona do restaurante. Sem entender as palavras da avó, Lara questionará: “Como assim? Eles quem, vó?”, perguntará.
“Você não sabe o que é um lugar de mentalidade machista, atrasada. Com 15 anos, eu fui dada em casamento, feito uma coisa. Meu irmão era homem e desde cedo tinha ido para a escola, estudar, aprender. Eu fiquei ali, condenada a repetir a história da minha mãe. Aprendendo a servir os outros. Tendo que engolir, enterrar, tudo o que eu queria para mim, tudo o que eu sonhava. Sabe o que é ter que se deitar, toda noite, com alguém que você não quer, não ama?”
A senhora prossegue revelando a verdade sobre seu passado: “Com 19 anos, eu pensava em morrer. Aquele não era o meu destino. Não podia ser. Toda noite eu me deitava com o meu marido pedindo a Deus para não engravidar de novo. Até que um dia, eu pensei: antes de tentar pôr fim à minha vida, eu podia tentar fugir. E foi o que eu fiz”.
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FILHO FOI TIRADO DOS BRAÇOS DE NOCA
A avó de Lara e Thaine explicará que saiu cedo com o filho nos braços, mas foi alcançada por seus familiares quando ainda estava na rodoviária.
“Quando eu estava quase embarcando, eles vieram. E levaram o meu filho. O que é que eu podia, entende? O que é que pode uma mulher contra o homem mais poderoso da cidade, contra uma cidade inteira? Foi por sobrevivência. Se ficasse, eu morria”.
Lara abraçará Noca e perguntará por que ela guardou esse segredo por tanto tempo:
“Porque eu não falava nem para mim. Porque não tinha volta, eu sabia. Sabia que eles nunca iam admitir que eu voltasse, que eu tivesse qualquer forma de contato com o meu filho. Uma mulher banida, proscrita – é o que eu era. Eu me agarrei no que tinha sobrado. A cozinha. O cheiro da comida. Aquilo dependia só de mim. E foi alimentando os outros que eu me fortaleci. E achei um jeito de estar no mundo. Livre, sem cabresto”.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino