‘Gostoso’ e ‘safada’: Regina Casé e Fábio Assunção brincam nos bastidores

REGINA CASÉ NÃO ESPERAVA O SUCESSO DE ZOÉ

Tina Peper, de “Cambalacho” (1986); Rosalva, de “As Filhas da Mãe” (2001); Judite, de “Eu te Amo” (2004); Valdirene, de “Que Horas Ela Volta” (2015); Dona Lurdes, de “Amor de Mãe” (2020); comando de programas como “Brasil Legal”, “Central da Periferia” e “Esquenta”. Em comum? O tom popularesco, que a aproximavam Regina Casé do povão e fizeram com que sua imagem fosse relacionada sempre a papéis de “humilde”.

Pela primeira vez, como a Zoé, de “Todas as Flores”, a artista encontrou outra vertente: a do glamour. A personagem, que chega à segunda temporada da novela do streaming com doses ainda maiores de maldade, fez com que ela experimentasse outro universo.

Com as gravações já encerradas há três meses, contudo, Regina não se despiu de Zoé: conserva dela as unhas postiças e confessa que curtiu a novidade, embora tivesse sentido medo.

“Aos 69 anos eu fiquei rica pela primeira vez. A peruca já foi, os cílios também, mas herdei as unhas da Zoé, não consegui tirar até agora”, disse, aos risos, em conversa com OFuxico.

A artista, cuja experiência vem do teatro, onde começou a carreira no extinto grupo “Asdrúbal Trouxe o Trombone”, ao lado de Evandro Mesquita e Luiz Fernando Guimarães, destacou que se espantou com o sucesso da trama, exibida exclusivamente no Globoplay.

A FORÇA DO STREAMING

Regina, inclusive, virou alvo de um mal-entendido por ter sido abordada por um pedreiro, que lhe teceu elogios pelo trabalho. A atriz, acostumada a ter seu público cativo na TV aberta, se espantou pelo fato de ele ter acesso ao streaming.

“Eu estava até triste por não estar na TV aberta, pensando que não ia mais achar meu público, mas eles me acharam já na primeira semana”, contou.

É muito bonito viver um sucesso que há muito tempo não se via. Eu não tinha ideia desse alcance, achava que não era uma coisa popular.

A veterana destacou que, de fato, não entendia o alcance do streaming: “Fiquei muito feliz vendo rapidamente que era já um jeito novo de ver TV. Acho que, inclusive, precisa ser estudado. Brasileiro é danado, gosta de novela e soube se adaptar a esse novo jeito. As pessoas assistem no ônibus, voltando do trabalho, veem no celular. Tudo isso eu acho que foi uma mudança gigante, eu não sabia que tava tão forte”, explicou a artista.

Satisfeita com o trabalho, Regina torce ainda mais por suas vilanias na segunda temporada, recém-estreada. Na nova leva de capítulos, liberados a cada quarta-feira, Zoé destila ainda mais veneno contra as filhas, Maíra (Sophie Charlotte) e Vanessa (Letícia Colin).

“Tomara que essa vilã entre para a história. Não foi fácil. Virar a chave da Dona Lurdes, aquela pessoa amorosa, foi complicado. Além disso, temos um texto de uma vilã não linear, que toda hora tinha uma cena de amor e carinho pela filha. Quando eu achava que Zoé estava ficando realmente má, uma cena me quebrava. Foi complexo”, disse.

“É muito legal ver a minha trajetória encostar a Dona Lurdes na Zoé. Dá uma riqueza muito grande, duas mulheres tão diferentes”, finalizou Regina Casé.

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