‘Três Graças’ se torna um espelho da realidade do Brasil

Por - 24/09/2025 - 13:13

Viviane (Gabriela Loran), Bagdá (Xamã), Vandilson (Vinicius Teixeira), Alemão (Lucas Righi) e Júnior (Guthierry Sotero) em Três GraçasFoto: Globo/Estevam Avellar/Montagem

A próxima novela das 21h da Globo, das “Três Graças”, realizou uma coletiva de imprensa com o elenco na manhã desta quarta-feira, 24 de setembro, e OFuxico esteve presete. Durante a conversa, vários atores relataram como enxergam seus personagens um espelho da sociedade e até mesmo vêem a própria história em seus papéis.

Três Graças: Romances prometem complexidade aos personagens

Gabriela Loran, aliás, mentalizou por um papel assim: “Viviane é a personagem que sempre sonhei em interpretar, com camadas, nuances. Ela é trans, mas isso não define quem ela é. Eu sou trans, vou morrer trans, mas não só isso. A Viviane é assim, além de transitar entre os núcleos, ter o amor das pessoas”.

“Ainda, ela é formada em Farmácia, e tenho recebido mensagens de pessoas trans formadas também. Mostrar que não somos só dor ou morte. Ela tem as dores delas também, além de cuidar das pessoas também. Um lugar de amor, afeto, relevância, e isso é muito lindo, podermos mudar imaginários. É muito lindo poder viver uma reaidade comum [não apenas transfobia]”, descreveu ela.

Bagdá e a realidade do crime

Xamã também enxerga semelhanças entre ficção e realidade: “É uma experiência incrível. Sempre gostei de cinema, mas com a música ficava tudo corrido. Com o tempo fui ajeitando a agenda para encaixar essas oportunidades, e veio ‘Renascer’ e agora essa”.

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“Algo curioso é que o rap muda a vida de muita gente, ponto que permeou bastante minha vida e de alguns amigos meus, e meu personagem tem muito isso, que posso levar. […] Todo mundo que foi de uma quebrada vai se exergar nesse núcleo”, contou o ator de Bagdá, comandante da facção criminosa que dita as ordens na Chacrinha, favela cenário essencial da trama.

Vinicius Teixeira, que vive Vandilson , um dos capangas de Bagdá, comentou em seguida: “Foi incrível poder rodar na Brasilândia, e meu personagem vem desse lugar de ver a violência como única possibilidade de vida, de poder e de ação”.

“Tá sendo muito interessante entender a realidade e profundiade do personagem, como a falta de carinho ao redor ele o afetou. Xamã é um parceiraço, e todo mundo fazendo um trabalho incrível, tá bem gostoso”, contou.

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O crime não sendo uma escolha

Lucas Righi, o Alemão, também capanga, então falou: “Foi incrivel gravar na Brasilândia, as favelas de São Paulo estavam com falta de se ver em tela. E gravamos já muitas cenas de ação, sete horas corendo escadão, tudo bem intenso logo de cara. […] Muitas pessoa entram no crime muito cedo por ter tido algo que era um direito (saúe, alimentação, moradia, estudo, etc) privado delas, e só resta o mundo do crime”.

“Ela pode ter um coração incrível, mas precisou entrar no crime por conta da realidade dela. Tá sendo um aprendizado dar vida ao Alemão e trocar com o Vini e o Xamã, que são uma dupla incrível. É um tema intenso, mas por ser nvoela, pdoemos brincar um pouco mais e trazer diversão nos bastidores”, completou ele, em síntese.

Outras realidades mostradas em “Três Graças”

Posteriormente, Lohana Mousinho descreveu o impacto da sua personagem: “A Claudia contracena muito com a Gerluce, pois ela é a cuidadora da noite e a outra do dia. Mas a Claudia está em uma btalha muito grande de conciliar trabalho e estudos, a realidade de diversos brasileiros”.

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“[…] Carrego comigo o que muito aqui falaram da bandeira dos sonhos e da esperança.Ela estuda para fazer vestibular de medicina enquanto está trabalhando. Dar voz à realidade dessas mulheres é importante e às situações que elas são submetidas”, descreveu.

Guthierry Sotero foi mais um a se identificar com o personagem: “Algo que chamou muita atenção no Júnior foi ele ser forte e trabalhador. Me identifico muito nele como alguém que teve assumir as rédeas de casa muito cedo”.

“Me vejo nele nessa de mudar a maré e evoluir com todos envolta de mim. […] Júnior traz a perspectiva de jovens pretos periféricos como eu que podem buscar mudar de vida e procurar recursos para isso”, contou, em síntese.

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Juliano Cazarré, por fim, contou a realidae do seu personagem: “O Jorginho foi preso e, na cadeia, se arrepender e se converteu com pastor Albérico (Enrique Diaz). Agora, doente, ele sai da cadeia e busca o perdão de quem ele prejudicou no passado, já que recebeu apenas perdão de Deus por hora. Estou muito honrado de receber esse papel das mãos do Agunaldo e dos outros Silvas. Muito feliz com esse momento”.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.