Traição vira piada e expõe fortuna em ‘Três Graças’
Por Flavia Cirino - 17/12/2025 - 06:57

A traição de Misael (Belo) ganha contornos quase cômicos dentro do ferro-velho em “Três Graças”. O que parecia um golpe ousado, no entanto, logo se reduz a um erro grotesco diante da fortuna que vinha sendo escondida à vista de todos.
Por que Misael roubou os comparsas?
Assim, Joaquim (Marcos Palmeira) e o grupo liderado por Gerluce (Sophie Charlote) passam a tratar o dinheiro roubado como algo irrelevante, enquanto a verdadeira dimensão do esquema vem à tona.
Tudo começa quando Claudia (Lorrana Mousinho) revela a existência de uma tampa secreta na estátua. A partir desse ponto, a narrativa acelera. Joaquim e Júnior atravessam a madrugada organizando pilhas e mais pilhas de notas, enquanto a surpresa cresce a cada nova sacola aberta. Logo, a constatação se impõe: há cerca de R$ 5 milhões escondidos na escultura. Diante disso, a quantia levada por Misael perde qualquer importância prática.
Fortuna escondida vira motivo de ironia
Sozinho no ferro-velho, Joaquim não segura o riso ao lembrar do bilhete deixado pelo antigo aliado. A situação ganha tom de deboche quando ele imagina Misael em fuga, convicto de ter feito o maior negócio da própria vida. A ironia surge de forma direta na frase que ecoa como síntese do vexame: “Se soubesse que o dinheiro da sacola era só amostra grátis e tinha muito mais dentro da estátua…”.
Depois disso, o assunto domina a conversa do grupo. Além disso, os comentários circulam sem filtro. Para eles, a ganância cegou Misael, que decidiu trair os próprios parceiros por um valor que agora soa como trocado. Enquanto isso, a confiança interna se fortalece, já que todos passam a dividir a sensação de alívio misturada com sarcasmo. Assim, a traição deixa de ferir e passa a divertir.
Reaparecimento muda o clima no ferro-velho
Porém, o tom leve não dura para sempre. Misael reaparece no ferro-velho abatido e visivelmente arrependido. A entrada dele altera o ambiente de imediato. Em vez de bravatas, surge um discurso emocional. Ele admite que agiu por impulso e afirma que pensou apenas em atender a um último desejo da mulher morta: viajar ao Rio de Janeiro para acender uma vela no túmulo do pai dela.
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Ainda que a justificativa não convença de imediato, o grupo percebe sinceridade no olhar e na postura do personagem. Dessa forma, o deboche perde força, embora a desconfiança continue no ar. Entre ironias recentes e emoções mal resolvidas, “Três Graças” avança ao explorar como ambição, culpa e dinheiro caminham juntos, enquanto a história segue em ritmo intenso e imprevisível.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino

























