Volta Por Cima: Novela mistura referências visuais pop e realista

Por - 30/09/24 às 05:00 - Última Atualização: 27 setembro 2024

Volta Por Cima - Madá (Jéssica Ellen)Madá (Jéssica Ellen) - Foto: Globo/ Fábio Rocha

A novela “Volta Por Cima” estreia com uma proposta visual, antes de mais nada, ousada. A trama mistura referências contemporâneas com uma estética vintage que resgata a cultura suburbana do Rio de Janeiro.

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A produção conta com um cuidado minucioso em cada detalhe de sua construção artística. Dessa forma, desenvolve um universo que se conecta diretamente com o público.

A direção de arte, liderada por Billy Castilho, trouxe elementos da street art para a novela. As cores vibrantes e marcantes dominam o cenário, inspiradas sobretudo nas obras do pintor e muralista Zéh Palito.

“A paleta de cor da novela para que a cidade cenográfica fosse supercolorida, assim como os demais cenários. Fui construindo o quebra-cabeça trabalhando junto com o figurino, com a produção de arte e a cenografia, traçando os personagens e dando uma personalidade colorida para cada um”, afirmou Billy.

Essa abordagem foi essencial para criar a atmosfera realista e ao mesmo tempo alegre do bairro fictício Vila Cambucá.

Vila Cambucá: Inspiração na Zona Norte

O bairro cenográfico de Vila Cambucá se inspira em áreas reais da Zona Norte carioca, como Madureira e Cascadura. Casas com quintal, muros baixos e comércio movimentado preenchem a paisagem, trazendo um toque de familiaridade para quem conhece o Rio.

O diretor de cenografia Keller Veiga destacou a importância de recriar um subúrbio acolhedor e convidativo, resgatando a imagem de um lugar de convivência. A ambientação inclui até mesmo detalhes como um coreto e o ponto final de ônibus, que ajudam a compor essa atmosfera.

O Pop dos Anos 1980 e 1990 em ‘Volta Por Cima’

A novela também flerta com a estética pop dos anos 1980 e 1990. As cores, os objetos de cena e até os móveis remetem a uma nostalgia familiar.

“A cultura pop dessas décadas é o grande lance da novela”, comentou Billy Castilho, ressaltando como o visual faz o público se identificar com elementos do passado.

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As ruas sinuosas e a presença de árvores e escadas adicionam profundidade ao cenário, contribuindo para um realismo que dialoga com as memórias do telespectador.

A riqueza de detalhes na construção dos ambientes internos também impressiona. Casas de personagens como Seu Moreira (Tonico Pereira) trazem objetos acumulados ao longo do tempo, reforçando a autenticidade dos moradores.

“Os itens do Pegue e Monte são diferenciados”, disse Gabriela Estrela, chefe da produção de arte, referindo-se ao empreendimento da personagem Madá, que desenvolve peças decorativas para festas. A novela integra tecnologia e tradição, misturando materiais artesanais com impressões 3D.

Volta Por Cima - Tonico Pereira
Seu Moreira (Tonico Pereira) – Foto: Globo/ Manoella Mello

A recriação de um subúrbio vibrante não ficaria completa sem o comércio local. Inspirado no Mercadão de Madureira, o bairro fictício de Vila Cambucá apresenta lojas, bares e até ambulantes que ocupam as calçadas, enriquecendo a ambientação.

Para as cenas envolvendo a Viação Formosa, núcleo central da trama, a produção contou com ônibus reais, que circulam pelas ruas cenográficas.

Com uma mistura entre o pop, o vintage e o realismo do subúrbio carioca, “Volta Por Cima” promete conquistar o público não apenas pela história envolvente, mas também pelo universo visual autêntico e cheio de personalidade.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino