Dona de Mim: Suely Franco emociona em sequência potente

A semana em “Dona de Mim” ganhou outra temperatura com a cena em que Rosa (Suely Franco) descobre que Jaques (Marcello Novaes) matou Abel (Tony Ramos). A novela já vinha crescendo em intensidade, mas a sequência conduzida por atingiu um patamar raro na dramaturgia recente.

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A atriz de 86 anos atravessou o momento com rigor técnico, domínio absoluto e uma entrega que só artistas com décadas de estrada conseguem mobilizar.

Conforme a história evolui e a trama se aproxima do fim, ela reafirma a força que mantém desde o início da novela: Rosa virou o coração pulsante da narrativa.

Uma atuação que sustenta a novela

A forma como Suely conduz a dor e o choque da personagem entrega a prova de que experiência pesa, mas sensibilidade pesa ainda mais. A atriz constrói a reação de Rosa de maneira natural, sem sublinhados excessivos. Ela transita entre perturbação, lucidez e brutalidade emocional com um ritmo que mantém o público sem fôlego.

Conforme a sequência avança, o olhar trêmulo, o descompasso das palavras e a respiração marcada contam mais do que qualquer diálogo. A cena pede um embalo dramático maior que o habitual, e Suely vai além desse pedido.

Para completar, a autora Rosane Svartman revelou ao OFuxico que Rosa não sairá da trama, ao contrário do que rumores indicavam. A manutenção da personagem faz sentido, já que Rosa sustenta boa parte da força emocional da novela.

A informação também reacende discussões sobre a necessidade de mais veteranos funcionando como pilares em tramas contemporâneas, já que o trabalho em cena desmente qualquer argumento de desgaste. Suely entrega vigor cênico e precisão.

A cena do Alzheimer como divisor

A novela já tinha vivido outro momento arrebatador: a sequência em que Rosa assume o próprio Alzheimer. A carga emocional daquele capítulo ecoou por dias nas redes sociais, e o impacto voltou agora com a revelação sobre Abel.

As duas cenas funcionam como espelhos dramáticos. A primeira mergulhou no terror de perder a memória; esta explora o terror de lidar com uma verdade devastadora. Conforme o arco da personagem se desenha, Rosa sempre retorna ao centro da ação por mérito próprio.

A cena do Alzheimer também reforçou como Suely equilibra fragilidade e firmeza. Ela conduz a personagem sem melodrama gratuito, algo que exige técnica refinada para não descambar em excesso.

O mérito cresce quando se observa que a atriz transita entre momentos cômicos, dramáticos e reflexivos sem perder o tom. Poucos intérpretes conseguem esse equilíbrio, ainda mais em uma trajetória tão longa.

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Uma carreira que atravessa gerações

Suely Franco construiu uma carreira marcada por humor, carisma e dramaticidade. Ela brilhou em novelas, séries, teatro e cinema, acumulando personagens que entraram para o imaginário popular.

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Do humor ácido em “Sai de Baixo” às figuras matriarcais que marcaram fases distintas da teledramaturgia, Suely sempre encontrou espaço para reinventar seus papéis. Em “Dona de Mim”, ela reafirma que “veteranice” não significa repetição: cada cena entrega vigor e novos contornos.

A presença de Suely reacende um debate inevitável: a necessidade de valorização dos artistas veteranos no audiovisual. A atriz entrega atuação com força e frescor de protagonista juvenil, sem perder a profundidade acumulada por décadas de palco. Merece, portanto, um lugar de destaque na Calçada da Fama dos Estúdios Globo.

Cinco momentos marcantes de Rosa

• A revelação do Alzheimer.
• O confronto emocional após descobrir a morte de Abel.
• As conversas íntimas com personagens centrais, sempre com camadas escondidas.
• O humor sutil que quebra tensões em momentos-chave.
• A construção de Rosa como eixo moral da trama.

“Dona de Mim” encerra em 9 de janeiro, firmada como mais um êxito de Rosane Svartman e sua equipe, que organizaram uma narrativa vibrante, costurada por atuações que elevam cada capítulo. Entre elas, a de Suely Franco permanece como a mais marcante da novela.