Um ano sem Silvio Santos: Vazio no SBT e o peso de um legado incomparável
Por Flavia Cirino - 17/08/2025 - 15:50

Há exatamente um ano o Brasil perdeu Silvio Santos, e desde então a televisão brasileira nunca mais foi a mesma. O dono do microfone dourado, mestre do improviso e figura central do entretenimento nacional deixou um espaço que ninguém conseguiu preencher.
O SBT, sua maior obra, tenta se reinventar sem o patriarca, mas os resultados mostram como é difícil dar continuidade a um império construído na base do carisma pessoal.
Relembre a triste notícia da morte de Silvio Santos
É impossível falar do SBT sem lembrar da imagem de Silvio Santos comandando programas que uniam gerações. Sua presença no palco, por si só, era uma atração. Não importava se a plateia estava mais interessada no jogo de prêmios ou nas brincadeiras inesperadas; o que segurava o público era a autenticidade do apresentador.
Sem ele, a emissora perdeu não apenas seu rosto mais conhecido, mas também sua principal âncora de identidade. Um ano depois de sua morte, nota-se que o SBT ainda busca um caminho claro para se firmar sem depender da sombra do criador.

O que deu certo nesse período
Apesar da ausência de Silvio Santos, a emissora conseguiu alguns acertos importantes. A aposta em formatos de realities e programas populares manteve uma conexão com o público fiel.
A revitalização de alguns horários, como as novelas mexicanas e as produções nacionais, garantiu certa estabilidade. Além disso, nomes como Eliana e Celso Portiolli conseguiram segurar pontos de audiência em momentos estratégicos.
O SBT também mostrou habilidade em se adaptar ao digital, reforçando conteúdos nas redes sociais e ampliando a presença da marca fora da TV tradicional. Esse movimento ajudou a manter a emissora próxima das novas gerações, algo que já era uma preocupação nos últimos anos de Silvio em atividade.
O que deu errado sem o comandante
Por outro lado, é evidente que o SBT enfrenta dificuldades para manter relevância no mesmo nível da concorrência. A falta de uma liderança clara, com a visão ousada que Silvio tinha, resultou em decisões confusas na grade de programação. O canal ainda depende demais de formatos antigos, sem arriscar tanto quanto no passado.
Relembre a descontração de Silvio Santos ao lado das filhas
Além disso, a herança deixada pelo apresentador não se resume apenas ao patrimônio financeiro. As filhas, especialmente Patrícia Abravanel, tentam ocupar espaço no palco, mas ainda enfrentam rejeição de parte do público. O carisma intransferível de Silvio escancara a dificuldade de substituição. Ele não deixou apenas uma cadeira vaga; deixou um estilo que não se copia.
A questão da herança e o peso do legado
Do ponto de vista empresarial, a herança de Silvio Santos envolve não apenas a administração do SBT, mas também do Grupo Silvio Santos, que abrange o Baú da Felicidade, o Jequiti e outros negócios. A divisão entre as herdeiras trouxe à tona desafios de gestão que ainda estão sendo ajustados. Manter o equilíbrio entre tradição e inovação tornou-se a grande tarefa da família.
O legado, no entanto, vai além da família e da empresa. Silvio transformou a TV brasileira com uma ousadia rara. Ele não apenas apresentou, mas inventou formatos, arriscou ideias improváveis e apostou em talentos que se tornaram ícones.
Seu jeito de lidar com o público, sem script rígido, continua sendo inspiração para novas gerações de comunicadores.

O futuro do SBT sem Silvio
Um ano após a morte do maior apresentador do Brasil, o SBT segue vivo, mas carrega a marca da ausência. A emissora precisa decidir se continuará tentando imitar o estilo de Silvio ou se buscará novos caminhos.
Enquanto isso, o público ainda sente falta da irreverência, da risada inconfundível e da capacidade única que ele tinha de transformar qualquer situação em entretenimento.
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Silvio Santos deixou um vazio que não pode ser preenchido, apenas respeitado. O SBT sobrevive, mas o homem que o ergueu continua sendo insubstituível. E talvez essa seja a maior lição de seu legado: alguns espaços não se ocupam, apenas se reverenciam.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino

























