Surpresas e polêmicas: O que esperar do Oscar 2022

A festa, que acontece dia 27 de março, pode ter Beyoncé como uma das estrelas, mas enfrenta críticas por ter barrado a presença de Zelenski, presidente da Ucrânia e não ter convidado a atriz latina Rachel Zegler, protagonista de “Amor, Sublime Amor”.

Há poucos dias de conferirmos os desfiles dos muito famosos no tapete vermelho, a grande cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o popular Oscar, promete, em 27 de março, um embate daqueles pela estatueta dourada. “Ataque dos Cães”, de Jane Campion, que concorre a doze categorias, é um dos mais indicados a melhor filme. “Coda”, nome original, também conhecido como “No Ritmo do Coração”, de Siân Heder, é o outro que chegou surpreendendo a todos, já que “Duna”, de Denis Villeneuve, vinha firme na disputa, indicado dez vezes. Quem aposta nesses resultados são os sindicatos de cinema, que já entregaram a maioria dos seus prêmios.

Essa será a 94ª edição da premiação e acontecerá no tradicional Dolby Theatre, na Califórnia. Sem apresentador desde 2018, esse ano um trio fará as honras da casa: as comediantes Regina Hall, Wanda Sykes e Amy Schumer.

Os filmes que puderam concorrer ao Oscar 2022 foram lançados entre 1º de março e 31 de dezembro de 2021. Havia duas possibilidades de participação brasileira, o longa “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, e o curta “Seiva Bruta”, de Gustavo Millan, mas ficaram fora da competição.

“Ataque dos Cães” até o momento garantiu o Critics Choice de filme e direção, o British Academy of Film and Television Arts (BAFTA) de filme e direção e o prêmio do Sindicato dos Diretores (Directors Guild of America, DGA), todos eles recentes, e o Globo de Ouro, em janeiro.

Um termômetro e tanto. Ao conferirmos o DGA, por exemplo, nos últimos 15 anos seus preferidos não ficaram com a estatueta somente em dois anos: em 2012 e 2019, com “Argo”, de Ben Affleck, e “1917”, de Sam Mendes. Os ganhadores na ocasião foram, respectivamente, “As Aventuras de Pi”, de Ang Lee e “Parasita”, de Bong Joon-ho. Mas “Coda” abocanhou 3 dos 4 principais prêmios termômetros do Oscar: SAG, WGA e PGA (sindicatos dos atores roteiristas e produtores), e é por isso que desponta como uma grande possibilidade de ficar com a estatueta.

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Em comum aos dois filmes que podem levar a melhor, a mão feminina na direção. A neozelandesa Jane Campion é a segunda mulher nomeada para o Oscar, em 1994, por Melhor Direção, com “O Piano” (a primazia coube a Lina Wertmüller em “Pasqualino Sete Belezas”, em 1977), e a primeira a receber a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes. Siân Heder é americana, roteirista da conhecida série “Orange is the new black”¸ e já em posse, graças aos votos tanto pelo público quanto  júri, do badalado prêmio de cinema de Sundance. Outro fator as liga, a polêmica: Campion retrata a masculinade tóxica em seu filme, que pode ser assistido na plataforma Netflix. “Coda” (“No Ritmo do Coração”, adaptação do levinho “A Família Béllier”,  aborda a surdez, e pode ser visto na Amazon Prime Video e no Google Play Filmes e TV.

POMPA E CIRCUNSTÂNCIA

A festa promete ser de arromba. A academia quer – e está fazendo tudo para conseguir – que ninguém menos que Beyoncé se apresente nessa edição. Segundo o site Deadline, que se dedica à indústria do entretenimento, Beyoncé será um dos pontos altos do evento. É bom lembrar que ela também disputa o prêmio de Melhor Canção Original com “Be Alive”, parte da trilha sonora de King Richard: “Criando Campeãs”, filme de 2021, assinada pela própria e Dixson.

O Deadline ainda afirma que há burburinhos afirmando que a apresentação da diva pode acontecer em uma quadra de tênis em Compton, onde Venus e Serena Williams, as campeãs do filme, começaram suas carreiras. A incerteza recai sobre se a apresentação de Beyoncé será ao vivo ou gravada.

De qualquer forma, a parte musical deve ser um dos pontos fortes desse Oscar. Já estão garantidas as presenças dos indicados Van Morrison, com “Down to Joy”, de “Belfast”; Billie Eilish e Finneas, apresentando o tema de “007 – Sem Tempo para Morrer” e do porto-riquenho Lin-Manuel Miranda, que já fez bonito com “Moana  e Hamilton”, o queridinho da América, que vem conquistando a todos com suas raízes latinas. É ele o responsável pela trilha-sonora de “Encanto”, e “Dos Oruguitas” deve emocionar a todos. Mas, se a música promete ser um diferencial positivo para o Oscar 2022, o mesmo não acontece em outras áreas.

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AS POLÊMICAS DA EDIÇÃO

Um dos grandes bafafás desse ano diz respeito às 8 categorias que ficarão fora da premiação ao vivo. Segundo o portal The Hollywood Reporter, em matéria de 22 de fevereiro desse ano, a rede ABC, que detém os direitos de transmissão até 2028, tinha uma estratégia para “encurtar” a apresentação, deixando-a com menos de três horas. Segundo o portal, a ideia inicial do canal, que pertence à Disney, é que fossem eliminadas da apresentação oficial doze categorias, mas entre tapas e beijos, a academia chegou a um acordo com a ABC, baixando esse número. A medida, segundo o site, foi tomada porque, no ano passado, a transmissão atingiu a menor audiência de sua história, azedando a relação da academia com a rede.

Portanto, oito dos 23 prêmios serão entregues antes do início da transmissão oficial da festa. O problema está aí: quem serão os convidados para essa entrega à Melhor Edição, Design de Produção, Trilha Sonora, Som, Maquiagem e Cabelo, Curta, Curta Documental e Curta de Animação? Os grandes atores e diretores certamente não estarão presentes, já que teriam de chegar com antecedência ao Dolvy Theatre, ficando a plateia composta provavelmente apenas com os profissionais que trabalham em cada categoria.

Os discursos, ainda segundo o The Hollywood Reporter, também serão gravados e editados, para serem apresentados durante o decorrer do evento, ao vivo. Isso não é novidade: o Tony Awards, responsável pela maior premiação do teatro americano, já faz isso.

Outra novidade nada agradável é que a Globo não irá exibir o Oscar em sua programação aberta, mas somente na plataforma de streaming Globoplay, ao vivo. A cerimônia poderá, ainda, ser assistida no canal pago TNT.

FESTA SEM ZELENSKI

Outro babado que agitou a academia foi a academia ter barrado a participação do presidente da Ucrânia, também ator, Volodymyr Zelenski. Segundo o Deadline, a ideia de trazê-lo à cena foi da comediante Amy Shumer, uma das apresentadoras. Ao programa de entrevistas de Drew Barrymore, ela disse: “Eu trouxe uma proposta… Queria que Zelensky aparecesse via satélite, ou mesmo num vídeo gravado, porque muita gente assiste ao Oscar… Eu não tenho medo de ser política, mas não sou a produtora da cerimônia”. E acrescentou que a academia quer um espetáculo mais leve: “Eles pensam: ‘Somos como as férias dessas pessoas, eles querem esquecer tudo e aproveitar a noite’. E eu entendo, mas sabe… Muitas pessoas estão assistindo o Oscar. É uma oportunidade incrível de pelo menos comentar sobre alguns assuntos”.

Não só Zelenski foi barrado. Rachel Zegler, de “Amor, Sublime Amor”, também. A atriz desabafou, no último 20 de março, em seu Instagran ao revelar que sequer foi convidada para participar do Oscar. “Eu tentei de tudo, mas parece que não vai rolar. Eu vou torcer por ‘Amor, Sublime Amor’ do meu sofá e ficar muito orgulhosa do trabalho que nós nos dedicamos nos últimos três anos. Eu sinceramente espero que um milagre aconteça no último minuto para que eu possa celebrar nosso filme pessoalmente. Mas é isso que acontece às vezes. Obrigada pelo choque e descontentamento – eu estou muito decepcionada também. Mas tudo bem. Muito orgulho do nosso filme”.

Sinal dos tempos? O ator Seth Rogen (“Ligeiramente Grávidos”), em entrevista ao Insider, põe o dedo na ferida: “Eu não entendo porque as pessoas do cinema ligam tanto para saber se as pessoas se importam ou não com os prêmios que nós damos a nós mesmos. Talvez as pessoas não se importem, assim como eu não me importo com uma premiação da indústria automobilística, por exemplo?

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ONDE ASSISTIR AOS PRINCIPAIS FILMES INDICADOS

Já dá para ver a maioria dos filmes indicados como melhores em serviços de streaming. Os poucos que ainda não estão disponíveis nesse são: “Drive my car”, de Ryûsuke Hamaguchi, na concorrência pelas estatuetas de filme, filme internacional, direção e roteiro adaptado,  Belfast de Kenneth Branagh, indicado a sete prêmios e “Licorice Pizza”, de Paul Thomas Anderson.

“Ataque dos Cães“: pode levar para casa os Oscars de filme e direção, dentre as 12 categorias a que foi indicado. Nesse faroeste em ritmo de thriller, Benedict Cumberbatch faz o papel de um caubói, Phil, que junto com o irmão George (Jesse Pleamons), cuidam de uma fazenda, até que este último casa com a viúva da cidade (Kirsten Dunst), mãe de Peter Gordon (Kodi Smit-McPhee. O rapaz é delicado demais para o gosto de Phil, que o humilha de todas as maneiras possíveis. O filme tem um final surpreendente, e Jane Campion, que concorre a melhor diretora, trata da questão da masculinidade tóxica com maestria. Baseada no livro “The Power of the Dog”, escrito por Thomas Savage (Netflix).

“Coda” (“No Ritmo do Coração”): sério candidato a ganhar a estatueta mais cobiçada, com direção de Siân Heber, é uma adaptação de “A Família Bélier”, filme de 2014 do diretor Etic Lartigau. Obteve três indicações ao Oscar. É a história de uma adolescente, Ruby (Emilia Jones), que vive com sua família, todos surdos. O sonho da menina é cantar mas, quando os negócios de sua família estão prestes a ir água abaixo, ela se divide entre ajuda-los e seguir carreira. Pretende colocar em pauta os conceitos de representatividade e diversidade no cinema e celebra a indicação de Troy Kotsur, surdo na vida real, que faz o pai da protagonista, ao prêmio de melhor ator coadjuvante (Prime Video).

“Duna”: ficção científica de Denis Villeneuve, com dez indicações, considerada pelos críticos como uma monumental adaptação do livro de Frank Herbert, já teve uma versão com a assinatura de David Lynch. Uma família de nobres, liderada pelo Duque Leto Altreites (Oscar Isaac), vive no planeta Arrakis, também conhecido como Duna, que tem reservas de um elemento vital para toda a galáxia. A história tem um viés bastante interessante, porque o filho do que, Paul (Timothée Chalamet), é considerado uma espécie de messias, e pode estar no centro de uma profecia que ele ainda desconhece. O interessante do filme é que ele se passa há milhares de anos no futuro, mas mantém tecnologia primitiva (HBOMax).

“Amor, Sublime Amor”: Steven Spielberg gosta de desafios. Ele mostra isso ao resgatar um dos maiores sucessos do cinema, que arrematou 10 Oscars quando da sua exibição, em 1961, incluindo Melhor Filme, com Natalie Wood e Richard Beymer nos papéis principais – desta vez o remake foi indicado a sete Oscars.. A nova versão vem carregada de estrelas, como Angel Elgort (A Culpa é das Estrelas) e Rachel Zegler. A história do romance tipo Romeu e Julieta entre Tony e Maria, que pertencem a gangues rivais, na Nova York efervescente dos anos 50, traz um forte diferencial nessa visão spielberguiana: antes dividido entre forças masculina e feminina, o cineasta, desta vez, aposta as fichas na questão feminina. Traz Ariana DeBose, que fez parte de Hamilton, como uma das favoritas a atriz coadjuvante. Spielberg, convidou Rita Moreno, que fez a Anita, a protagonista na versão original, para ajudar nos rumos da produção (Disney+).

“Belfast” A história dirigida por Kenneth Branagh, que concorre como melhor filme e melhor diretor, além de outras cinco indicações,conta a trajetória de um menino de 9 anos que, na Irlanda do Norte dos anos 60, vive os conflitos sociais e políticos de seu pais em meio às primeiras experiências do amor. Um mergulho onde as alegrias e as perdas não fecham as contas. (Nos cinemas)

“Não Olhe para Cima”: O time estelar do filme – Leonardi DiCaprio, Meryl Streep, Jennifer Lawrence, Rob Morgan, Jona Hill – conta a história de dois astrônomos que descobrem um cometa, em órbita, prestes a colidir com a Terra. O filme se torna cômico quando a dupla, a presidente Orlean (Streep) e seu filho (Hill) descobrem que têm apenas seis meses para gerenciar a confusão toda, das mídias sociais à fuga do planeta. Concorre a 4 indicações (Netflix).

“Drive My Car:”  Concorre a quatro Oscars. Ryûsuke Hamaguchi, indicado a melhor diretor, e seu colega de roteiro, Takamasa Oe, adaptaram diversos contos do japonês Haruki Murakami, para além de simples histórias, no desenrolar de trajetórias trágicas. A última história e contada dentro do carro em uma viagem noturna (Nos cinemas).

“King Richard: Criando Campeãs”: Will Smith não perdeu a chance de brilhar na direção deste filme, e pode levar a estatueta debaixo do braço como melhor diretor, além do filme concorrer a outras 5 indicações. A história do começo das irmãs Venus e Serena Willians nos campos de tênis e seu pai, vivido pelo próprio Will Smith), que fica obstinado em fazer das filhas campeãs mundiais, com métodos nada ortodoxos. Concorre a seis Oscars, entre eles o de melhor canção, Be Alive, com Beyoncé (HBOMax, Google Play Filmes e Tv e Youtube).

“Licorice Pizza”: Filme de Paul Thomas Anderson, indicado a melhor filme, melhor direção e melhor roteiro, traz a história de amor, contada com leves pinceladas,  entre uma mulher de 25 anos, Alana (Alana Haim) e um garoto de 15, Gary (Cooper Hoffman). Nas idas e vindas dos avanços do menino e os passos atrás da garota, está o charme do filme, que mergulha na jornada de autodescoberta de uma jovem. Concorre a três estatuetas (nos cinemas).

“Beco do Pesadelo”:  o diretor Guillermo Del Toro vai fundo no horror nesse filme noir passado nos anos da Segunda Guerra Mundial. É a história de um vigarista, Stanton Carlisle (Bradley Cooper), que vai parar no fundo do poço, após perder tudo. Nessa situação, depara-se com a vidente Zeena (Toni Collette) e seu marido Pete (David Strathaim). O casal trama de tudo para convencê-lo de que ela tem poderes paranormais e, a partir daí começa o circo de horrores. Além de melhor filme, concorre à melhor fotografia, melhor figurino e design de produção.

LISTA COMPLETA DOS INDICADOS

Melhor Filme
Belfast
Coda (No Ritmo do Coração)
Não olhe para cima
Drive My Car
Duna
Ataque dos Cães
King Richard: Criando Campeãs
Amor, Sublime Amor
Licorice Pizza
Beco do Pesadelo

Melhor Direção
Kennet Branagh – Belfast
Ryusyke Hamaguchi – Drive My Car
Jane Campion – Ataque dos Cães
Steven Spielberg – Amor, Sublime Amor
Paul Thomas Anderson – Licorice Pizza

Melhor Ator
Javier Bardem – Apresentando os Ricardos
Will Smith – King Richard: Criando Campeãs
Benedict Cumberbatch – Ataque dos Cães
Denzel Washington – A Tragédia de Macbeth
Andrew Garfield – Tick, Tick… Boom!

Melhor Atriz
Jessica Chastain – The Eyes of Tammy Faye
Olivia Colman – A Filha Perdida
Nicole Kidman – Apresentando os Ricardos
Penélope Cruz – Parallel Mothers
Kristen Stewart – Spencer

Melhor Ator Coadjuvante
Ciarán Hinds – Belfast
Troy Kotsur – Coda (No Ritmo do Coração)
Jesse Plemons – Ataque dos Cães
J.K Simmons – Apresentando os Ricardos
Kodi Smit-McPhee – Ataque dos Cães

Melhor Atriz Coadjuvante
Jessie Buckley – A Filha Perdida
Ariana DeBose – Amor, Sublime Amor
Kirsten Dunst – Ataque dos Cães
Aunjanye Ellis – King Richard: Criando Campeãs
Judi Dench – Belfast

Melhor Filme Estrangeiro
Drive My Car
Flee
A Mão de Deus
A Felicidade das Pequenas Coisas
A Pior Pessoa do Mundo

Melhor Filme de Animação
Encanto
Flee
Luca
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
Raya e o Último Dragão

Melhor Documentário
Acension
Attica
Flee
Summer of soul
Writing with fire

Melhor Roteiro Adaptado
Coda (No Ritmo do Coração)
Drive My Car
Duna
A Filha Perdida
Ataque dos Cães

Melhor Roteiro Original
Não Olhe para Cima
Belfast
King Richard: Criando Campeãs
Licorice Pizza
A Pior Pessoa do Mundo

Melhor Fotografia
Duna
Ataque dos cães
Beco do pesadelo
A tragédia de Macbeth
Amor, sublime amor

Melhor Trilha Sonora Original
Não Olhe para Cima
Duna
Encanto
Mães Paralelas
Ataque dos Cães

Melhor Canção Original
Be Live – King Richard: criando campeãs
Dos Oruguitas – Encanto
Down To Joy – Belast
No time to die – Sem tempo para morrer
Somehow you do – Four good days

Melhor edição
Não olhe para cima
Duna
King Richard: criando campeãs
Ataque dos cães
Tick, tick… boom!

Melhor Design de Produção
Duna
Ataque dos cães
O beco do pesadelo
A tragédia de Macbeth
Amor, sublime amor

Melhor Figurino
Cruella
Cyrano
Duna
O Beco do Pesadelo
Amor, Sublime Amor

Melhor Maquiagem e Cabelo
Coming 2 America
Cruella
Duna
The eyes of Tammy Faye
Casa Gucci

Melhor Curta-Metragem (animação)
Affairs Of The Art
Bestia
Boxballet
Robin Robin
The Windshield Wiper

Melhor Curta-Metragem (live action)
The Dress
Ala Kachuu – Take and Run
The Long Goodbye
On My Mind
Please Hold

Melhor Documentário em Curta-Metragem
Audible
The Queen of basketball
Lead me home
Three songs for benazi
When we were bullies

Efeitos Visuais
Duna
Free guy
Sem tempo para morrer
Shang-Chi and the Legend of the Kings
Homem-Aranha – Sem volta para casa