Autora do remake de ‘Vale Tudo’ revela petição para ser presa

Durante participação no programa “Provoca”, da TV Cultura, Manuela Dias revelou uma situação inusitada envolvendo o remake de “Vale Tudo”, na qual ela será a autora. Segundo ela, fãs da novela fizeram uma petição para que fosse presa por causa de suas sugestões de mudanças na trama da icônica vilã Odete Roitman.

“Durante a novela, foi muito engraçado, fizeram uma petição para eu ser presa. Aí teve seis mil assinaturas pedindo para eu ser presa. E aí minha mãe falou assim: ‘Que isso, Manuela? Isso não pode ser verdade’. Eu falei: ‘Mãe, calma. Eu não vou ser presa'”, contou Manuela no programa, cuja entrevista completa vai ao ar nesta próxima terça-feira, 19 de novembro.

Fãs detonam Manuela Dias sobre ‘Vale Tudo’: ‘Não entendeu nada’

Marcelo Tas, apresentador do Provoca, perguntou o motivo da polêmica, e a autora explicou: “Eu estava matando muita gente na novela”. A situação se agravou quando surgiram interpretações equivocadas sobre a vilã. “Quando saiu essa matéria agora falando da novela, entenderam que Odete Roitman não seria uma vilã e as pessoas ficaram muito revoltadas. E, claro, elas estão certas, e eu sou dramaturga. Imagina se eu abrir mão de uma vilã como Odete Roitman. Só se eu tivesse doida. A interpretação é livre. ‘Odete Roitman vai ser boazinha’. Pô, claro que não”, declarou.

Atualização de Odete Roitan

Manuela afirmou, em entrevista para o F5, a Folha de S. Paulo, que Odete seguirá como uma vilã, mas com uma abordagem renovada, explorando questões atuais. Para ela, a novela original, exibida durante a redemocratização do Brasil, fazia críticas ao país como forma de resistência. Entretanto, o contexto mudou.

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“Vale Tudo foi a novela da volta da democracia, e naquele momento falar mal do Brasil, ou poder falar mal, era resistência, era revolucionário, era novo. Hoje não é mais. A gente está saturado disso. O novo é encontrar maneiras de transformação”, afirmou. Odete Roitman não perderá sua essência, mas a narrativa buscará provocar reflexões adequadas ao presente.

“Gilberto Braga, com Odete, estava extrapolando a válvula de escape de poder criticar o Brasil exacerbadamente. Hoje, provocar os mesmos efeitos não implica usar os mesmos recursos. Odete era julgada por ser sexualmente ativa aos 60. E hoje? Não estou dizendo que ela vai ser feminista, mas são diferenças (…)”, concluiu a autora do remake de “Vale Tudo”.