Caso Hytalo ganha novos relatos e acende debate
Por Flavia Cirino - 01/12/2025 - 11:05

O influenciador digital Hytalo Santos entrou novamente no centro do debate após seu depoimento em audiências do processo que investiga a produção e divulgação de conteúdo pornográfico envolvendo menores.
Ele está preso desde agosto ao lado do marido, Israel Vicente, após a repercussão do vídeo do influenciador Felca sobre “adultização”.
Casos no TikTik expõem crianças casadas
Durante o depoimento, obtido com exclusividade pelo “Fantástico”, Hytalo buscou detalhar a própria trajetória e, além disso, reforçou sua relação com a cultura do brega funk.
“Eu me sinto até um pouco constrangido por ter feito tanto por essas crianças, tanto por esses adolescentes que estão colocados aqui nos autos e ter que responder, por mais que seja obrigatório estar respondendo aqui, mas me dói, me dói muito”, afirmou.
De acordo com o influenciador, cada vídeo retratava a rotina do grupo e as coreografias comuns na periferia. Afirmou ainda que sempre tratou o conteúdo como registro cultural.
Ele reforçou esse ponto ao explicar a origem do movimento. “Eu nunca cheguei a gravar vídeos com cenas pornográficas nem com cunho sexual. E a gente só gravava a nossa rotina com a cultura de periferia, que é de onde eu venho. Entre Recife e João Pessoa, o ritmo mais escutado hoje, daqui, produzido e está no Brasil inteiro, do ritmo de brega funk. Que as coreografias e os passos usados, por alguns, é visto com esse olhar. Mas para a gente que é da periferia é arte”, disse.

Investigações e denúncias avançam
O Ministério Público denunciou Hytalo e Israel por tráfico humano, exploração sexual e produção de pornografia infantil. De acordo com as investigações, os vídeos envolviam adolescentes que também viviam na casa do casal em um condomínio fechado na região metropolitana de João Pessoa. Além disso, o órgão levantou comentários de internautas que interpretavam o conteúdo como sexualizado, o que sustentou parte da denúncia.
Questionado sobre a repercussão dos vídeos, Hytalo afirmou não acompanhar cada comentário por causa do volume. “Como nossos vídeos tinham muita repercussão, vossa excelência, os comentários chegavam a ter 20 mil comentários, 30 mil comentários”, disse ele, primeiramente. “E a maioria dos comentários era baseado na força de cada personagem, como era visto por eles”, respondeu em seguida.
Além disso, o influenciador negou ter recebido valores das redes pelas gravações com adolescentes, afirmando que seus ganhos vinham de publicidade e rifas legalizadas.
Em outro trecho, respondeu sobre pagamentos aos jovens. Quando o juiz perguntou se os adolescentes tinham remuneração, ele disse: “Os pais eram, mas não por obrigação, não por combinado, eu me sentia no direito de fazer por eles”.
Depoimentos e impacto do vídeo de Felca
Outros quatro ex-funcionários prestaram depoimento, incluindo dois policiais militares que atuavam como seguranças do casal. Eles afirmaram não interpretar os vídeos como pornográficos, embora tivessem acesso restrito à casa. Mesmo com esses relatos, o caso avançou após o vídeo de Felca viralizar e impulsionar mobilização nas redes, conforme apurações do GAECO.
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O grupo do Ministério Público solicitou a prisão de Hytalo e Israel logo após o vídeo viral. O casal foi detido em São Paulo e, posteriormente, transferido para a Paraíba. A defesa tentou reverter a prisão, mas o pedido foi negado.
Em nota, o advogado Sean Kombier Abib afirmou: “Eles podem ser vistos como sensuais, mas a lei não criminaliza o ato sensual. Ela criminaliza o ato pornográfico. E a pornografia não está demonstrada”.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino

























