Ex-Menudo revela estupro aos 11 anos, ao entrar no grupo: ‘Acordei nu e sangrando’
Por Flavia Cirino - 24/06/22 às 18:38
Lançada na quinta-feira, 23 de junho, no canal HBO Max, a série documental “Menudo: Forever Young” traz um forte e comovente depoimento do ex-integrade Angelo Garcia. Atualmente com 48 anos, o artista entrou na boy band quando tinha apenas 11 anos. Na série, ele detalha que foi estuprado entre 1988 e 1990, período em que se manteve no grupo.
Angelo relatou que a primeira agressão sexual aconteceu em seu quarto de hotel depois que ele ter sido forçado a ingerir bebida alcoólica por um homem não revelado.
“Tudo o que me lembro é que eu desmaiei. Quando acordei, estava nu e sangrando, então sabia que havia sido penetrado”, disse Garcia no documentário. “Eu tinha marcas de queimadura do tapete no meu rosto… Fiquei muito confuso e não entendi.”
As vezes seguintes não foram esquecidas: “Durante meu tempo em Menudo, fui estuprado várias vezes, e era assim que os predadores se aproveitavam de mim”, disse ele.
Outros ex-integrantes da boy band, que teve cerca de 32 cantores ao longo da fase de sucesso, desde que foi criada em 1977, também alegaram ter sofrido abuso sexual.
Bullying, escândalos com drogas e condições de trabalho opressivas não ficaram de fora das denúncias atribuídas ao empresário e criados do grupo, Edgardo Díaz.
Ele, que se classificava como “empresário, produtor e substituto do pai”, não quis comentar as acusações reveladas no documentário. Edgardo sempre negou qualquer abuso ou irregularidade em sua gestão do grupo, como é reforçado na série ficcional baseada em fatos reais, “Súbete a Mi Moto”, exibida na Amazon Prime.
EX-INTEGRANTES QUE VIERAM AO BRASIL TAMBÉM FAZEM REVELAÇÕES
Rick Melendez – da primeira formação que veio ao Brasil e explodiu em 1984 e Raymond Acevedo, que esteve em Menudo de 1985 a 1988, substituindo o falecido integrante Ray Reyes León., também deram depoimentos.
“Nós éramos peões do negócio dele”, disse Raymond, cujo pai chegou a processar Edgardo.
“Muitas coisas boas saíram de Menudo. Mas havia um preço a pagar por essa mágica”, disse Ralphy Rodriguez, membro do grupo de 1986 a 1988, e também esteve o Brasil.
Johnny Lozada, antecessor de Robby Rosa – atualmente conhecido como Draco Rosa – também comentou sobre sua passagem pelo grupo porto-riquenho.
“Claridad”, do álbum “Quiero Ser”, de 1981, abre o documentário. Imagens de arquivo da banda em roupas brilhantes cantando no palco para multidões gigantes e em programas de TV para seus inúmeros fãs aparecem para delírio de quem viveu a época.
ASCENÇÃO E QUEDA DA MAIOR BOY BAND DE TODOS OS TEMPOS
Além das músicas que cativavam a maciça maioria das meninas dos anos 80, o Menudo era conhecido por ter uma formação rotativa de seus membros. Eles eram substituídos ao atingirem 18 anos ou se engrossassem a voz, antes da idade-limite. Os pais dos meninos, em sua maioria de famílias humildes, davam plenos poderes a Edgardo Diaz.
Segundo o repórter Geraldo Rivera, que viveu a fase de ouro da boy band, era “uma fonte de estratégia juvenil” criada pelo produtor e empresário Edgardo Díaz.
“Você continua alternando os membros e, dessa forma, pode manter o Menudo para sempre”, endossou Ricky Meléndez, integrante do grupo entre 1977 e 1984.
“De repente, cinco meninos porto-riquenhos chegam quebrando todos esses estereótipos, cantando em espanhol…”, destacou um jornalista e depoimento ao documentário. Outro ressaltou o “senso de orgulho” entre os integrantes, pelo que eles estavam realizando.
“Menudo: Forever Young mostra em detalhes, em quatro episódios, a ascensão e queda da mais icônica boy band latino-americana da história. Além dos depoimentos de alguns ex-integrantes, jornalistas que acompanharam o auge da banda e fãs participam do documentário
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino