‘Pacto Brutal’: Flávia Noronha detona Guilherme de Pádua

Por - 27/07/22 às 13:24

Flávia Noronha detonou Guilherme de Pádua, o assassino de Daniella Perez. Veja o que a apresentadora disse sobre a "fama" que ele tem ganho.(Reprodução/Instagram/HBOMax)

A apresentadora do “TV Fama”, da Rede TV, Flávia Noronha estava comentando sobre o documentário e a repercussão de “Pacto Brutal”, que conta a narrativa de como a filha de Gloria Perez , a atriz Daniella Perez, foi brutalmente assassinada por Guilherme de Pádua.

A jornalista quebrou o protocolo do programa e deu sua opinião sobre o absurdo crescimento do assassino nas redes sociais, se mostrando revoltada:

Leia+ Gloria Perez rebate Guilherme de Pádua.

“É uma coisa surreal tudo isso. Eu fiquei a tarde toda revoltada com essa história, pois parece que ele tá se tornando estrela agora. Gente, ele é um assassino e, por isso, volto a dizer que isso é surreal. A primeira coisa a se fazer é o Instagram banir a conta dele. Eles tem que banir assassinos, gente que estupra”.

A apresentadora ainda questionou sobre o fato de ele ter virado pastor, e como é bizarro uma pessoa que serve de guia para fiéis, ser um criminoso:


“Agora ele vira pastor… O que uma pessoa como essa pode oferecer de bom para outras pessoas? Me poupe! Guilherme de Pádua, o que você deveria fazer mesmo é ficar quieto, engolir seco e ter vergonha de estar no meio das pessoas. Isso que aconteceu é tão nojento”.

DOCUMENTÁRIO

Gloria Perez só aceitou que a HBO Max produzisse a série documental “Pacto Brutal: O assassinato de Daniella Perez” com uma única condição: a de que os produtores não dessem voz aos assassinos de sua filha, Guilherme de Pádua e Paula Thomaz. E assim foi feito.

Reprodução/Instagram@pactobrutalnahbomax

Dois dos cinco episódios já foram lançados e Guilherme de Pádua usou as redes sociais para comentar o que viu. Em um longo vídeo, o ex-ator disse que não tem como “consertar o passado” e afirmou que “a série é totalmente parcial”.

Tenho procurado levar a vida mais discreta possível, tentando dar um bom exemplo ou um bom testemunho, como nós dizemos na igreja. Mas eu voltei para a mídia depois de 30 anos que o crime ocorreu. Inicialmente, eu estava relutante porque é muito ruim se ver numa situação em que você é o algoz, o criminoso e a pior pessoa do mundo. Não estou me fazendo de vítima, mas é óbvio que não é nada agradável esse remoer de coisas ruins. Já passei noites e noites tentando pensar numa forma de consertar, mas não tem como consertar o passado, afirmou.

E seguiu dizendo aos internautas sobre o que esperar do trabalho. “Você vai assistir a uma série totalmente parcial. Só do que eu me lembro de cabeça, consigo quebrar de forma tão devastadora algumas teses que estão sendo apresentadas. Talvez eu vá trazer algumas coisas. Não é para dizer: ‘Acredite na minha versão’. É para você mesmo pensar se isso faz sentido”, disse ele, que já foi casado com a também assassina Paula Thomaz.

Leia+: “Dani não aguentava mais, esse cara dando pressão nela”, afirma Raul Gazolla

Em entrevista ao jornal O Globo, Gloria Perez contestou Guilherme de Pádua alegando que as acusações são “fantasiosas”.

“A proposta era fugir do sensacionalismo para retratar a verdade dos autos. Era o que eu queria: que as pessoas entendessem porque as muitas versões fantasiosas apresentadas pelos assassinos não se sustentaram diante do júri, e porque os dois foram condenados por homicídio duplamente qualificado. O caso foi tratado como uma extensão da novela. Se o foco vai para os autos do processo, não há espaço para ficção. A realidade se impõe”, afirmou a autora e mãe de Daniella Perez.

REPERCUSSÃO

Guilherme de Pádua comenta série sobre Daniella Perez: "Não é nada agradável"
Produção/Instagram@pactobrutalnahbomax

Guilherme de Pádua, ex-ator que foi condenado a 19 anos de prisão pela morte da atriz Daniella Perez, filha da autora de novela Gloria Perez, em 1992, foi às redes sociais comentar a série “Pacto Brutal”, da HBO Max, que rememora o crime cometido por ele e sua então parceira, Paula Thomaz.

“Não vou me fazer de vítima, mas não é nada agradável. Já passei noites tentando consertar, mas não tem como consertar o passado”, disse ele, em um longo vídeo no Instagram.

Na gravação, ele classificou o trabalho como “parcial”. “Você vai assistir uma série totalmente parcial. Um trabalho jornalístico pretende trazer todas as provas, apresentar evidências. E a HBO tinha condições de fazer uma coisa bastante completa, e dar a nos, espectadores, o direto de fazermos a nossa própria análise. A HBO pedeu totalmente essa oportunidade”, disse ele.

Até o fechamento desta matéria, o canal só apresentou dois dos cinco episódios. “Eu consigo quebrar de forma devastadora algumas das teses que estão sendo apresentadas. A HBO, tão famosa, tão profissional, deu uma bobeira dessas, deixou essa lacuna”, opinou ele.

Sem dar detalhes, Pádua disse ainda que cogita “trazer algumas coisas” sobre o caso. “Pode aguardar. Se eu trouxer alguma coisa de novidade, eu vou dar a você a oportunidade de tirar as conclusões”, afirmou ele, olhando para â câmera.

Reprodução/Instagram@pactobrutalnahbomax

A HBO Max disponibilizou em seu catálogo a série documental “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” e a receptividade do público foi imensa. Com direção de Tatiana Issa e Guto Barra, que também assina o roteiro, a produção Max Original de cinco episódios reconstitui com detalhes os fatos e o julgamento do caso que impactou o Brasil no início dos anos 90.

Em 1992, a atriz e bailarina Daniella Perez foi assassinada por Guilherme de Pádua e sua esposa, Paula Tomaz, em um crime cruelmente premeditado. A morte prematura da jovem de 22 anos mexeu com o País. O assassinato da Daniella, filha da autora e produtora brasileira, ganhadora do Emmy Internacional, Gloria Perez, ganhou notoriedade e ocupou as primeiras páginas dos jornais nacionais por anos.

Conforme OFuxico contou, o primeiro episódio, chamado  “A Noite que Nunca Acabou” e faz uma reconstituição do dia da morte de Daniella. Já no segundo, que recebeu o título de “Os Assassinos”, os telespectadores conseguem ter dimensão a respeito da prisão de Guilherme de Pádua e que depois acabou sendo solto pela Justiça, além de depoimentos de amigos e familiares sobre como era Daniella Perez nos bastidores.

“Ela foi uma das maiores paixões que eu já tive na minha vida. A nossa vida era uma festa…o carinho um pelo outro…A gente tinha o plano de ter um filho. Não deu tempo, infelizmente”, chegou a afirmar Raul Gazolla.

DEPOIMENTO NA DELEGACIA

Guilherme de Padua e Daniella Perez
Divulgação/TV Globo

Na delegacia, Guilherme de Pádua deu um depoimento de mais de dez horas. Cidade Oliveira, ex-delegado da 16ª DP que investigou o caso, contou: “Eu falei para ele: ‘Guilherme isso aqui não é estúdio de TV não. Isso aqui é uma delegacia de polícia. Você não vai dar uma de ator para cima de mim, que você não vai conseguir.”

Na época, ele negou a autoria do crime, mas o delegado chegou a dizer que não existiam mais dúvidas.

“A coisa foi planejada”, continuou Cidade. Mais tarde, Pádua chegou a confessar o crime. Ele confessou que deu as tesouradas no peito de Daniella e afirmou que a vítima tinha algum interesse sexual nele.

Paulo Freitas, advogado assistente de acusação do caso disse: “Ele cria uma versão fantasiosa, de que ela era uma louca perigosa, a vítima, que estivesse o assediando e que ele que amava a mulher a rejeitava. Então, ela num desatino o levou ao local do crime e partiu para cima dele com uma tesoura para matá-lo. E ele diz que tirou a tesoura das mãos dela e se defendeu.”

NA CADEIA

Reprodução/Instagram@pactobrutalnahbomax

Fábio Assunção revelou que, no dia seguinte à prisão de Guilherme, foi até a delegacia e entrou na cela: “Eu estava incrédulo. Tinham duas camas de solteiro. Eu sentei em uma e ele olhou para mim e falou: ‘Eu acabei com a minha vida’. Olha que coisa egóica. Ele matou uma pessoa, mas ele achou que acabou com a vida dele.”

José Muiños Piñeiro Filho, promotor do caso, chegou a dizer que Guilherme, em um determinado momento de seu depoimento, quis mostrar uma tatuagem que tinha no pênis com o nome da mulher, Paula Tomaz, que estava grávida de quatro meses.

“Ele quis se apresentar nesse primeiro momento como aquele homem heroico, que estava se sacrificando pela mulher que estava grávida, com quem ele vivia muito bem a ponto de se tatuar com o nome dela. Ele se ofereceu para mostrar o pênis dele, porque tinha uma tatuagem, numa declaração de amor à mulher”, revelou.

Mais tarde, as investigações mostraram que Paula Tomaz também estava envolvida no crime. Dias depois, Guilherme foi solto e iria responder à Justiça em liberdade, mas a decisão foi revogada e ele se apresentou na delegacia novamente. Já Paula foi internada em uma clínica.

O segundo episódio mostra ainda Gloria Perez lamentando a forma como algumas revistas publicaram a notícia, na época: “O crime virou uma continuidade da novela. Não era Daniella Perez que tinha sido morta, era Yasmin. Não era Guilherme de Pádua o assassino, era Bira. Você acaba dando margem para que o público faça todas as fantasias. As pessoas viam ele tentando chegar perto dela toda hora, tentando ter vantagens. Ele era insistente”, contou Gloria Perez.

Raul Gazolla completou: “Nunca passou pela minha cabeça que a Dani tinha algo com esse cara. Eu via como ela recebia as mensagens na secretária eletrônica. Ela não aguenta mais, esse cara dando pressão nela. Este covarde.”

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha