Jornalistas da Band discutem por conta de posicionamento sobre racismo

Por - 20/01/22 às 12:20

Luiz Megale e Cynthia MartinsFoto: Reprodução/ Youtube

Os jornalistas Luiz Megale e Cynthia Martins, da Band, discutiram no Twitter por conta do posicionamento do apresentador, que criticou uma discussão sobre racismo e alegou “censura” a visões discordantes.

Em seu perfil no Twitter, o ex-apresentador do “Café com Jornal”, telejornal que saiu do ar em 2020, alfinetou jornalistas da Folha de S.Paulo que fizeram uma carta aberta contra colunas consideradas racistas publicadas pelo jornal. No último final de semana, deu o que falar – negativamente – um artigo escrito por Antonio Risério. Megale criticou os profissionais por se posicionarem contra as decisões editoriais dos diretores do jornal.

“Quem decide o que é racista? Respeito, mas lamento que colegas queiram interditar pensamentos dissonantes. Más ideias têm de ser refutadas, jamais caladas previamente”, escreveu ele.

Negra, Cynthia, não aprovou a mensagem do colega de emissora e rebateu: “Megale, eu respeito seu trabalho, mas como imprensa que tem nas mãos o poder de mover as estruturas, você minimamente poderia entender que seu comentário não ajuda”, começou.

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“Estive no seu programa pra falar de cultura negra recentemente e reforcei a urgência de exercitar a escuta. Se negros estão dizendo que foi racista (além de mal escrito e mal embasado), o que custa você, como homem branco da imprensa, ouvir e entender que esse texto feriu e fere muita gente?”, postou a jornalista.

Não é sobre interditar pensamentos. É sobre entender que certas ‘opiniões’ não cabem mais”, concluiu Cynthya.

Um seguidor sugeriu que quem decide o que é racismo é a lei, o jornalista respondeu: “Para isto, existem a Constituição e o Código Penal, e a Folha ou nenhum jornal sério jamais publicarão artigos francamente criminosos”.

EQUIPE DE NATÁLIA COMENTA FALAS DA SISTER SOBRE ESCRAVIDÃO

Logo na estreia do “Big Brother Brasil 22“, na última segunda-feira, 17 de janeiro, Natália deu uma opinião bastante controversa sobre escravidão.

“Sou preta. Realmente tem a história que a gente veio e viemos como escravos, sim. Por quê? Porque a gente era eficiente. Por quê? Porque a gente era forte. Por que é que a gente veio como escravo? Porque a gente era bom no que a gente fazia. Por isso, porque talvez se colocasse uma pessoa lá para fazer aquilo, talvez não conseguiria”, disse ela.

Após a repercussão, a equipe da sister publicou, nas redes sociais, um comunicado pedindo desculpas. “A Naty é um mulherão que veio de uma origem simples. Precisou trabalhar desde muito cedo, ainda na infância, para correr atrás dos seus objetivos. Assim como é a realidade de muitos brasileiros. Com certeza é um desafio enorme para ela estar na casa mais vigiada do Brasil sem ter obtido tanto suporte. Mas ela tem o brilho no olhar e uma vontade de passar por essa experiência”, começou o texto.

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“A sua fala representa o seu ponto de vista, ou seja, de uma mulher que sente na pele o que é viver em uma sociedade com preconceitos, mas que ainda não tem o conhecimento suficiente para falar sobre o seu lugar. Entendemos o impacto do que foi dito e hoje o pedido de desculpas vem dos Adm. Temos certeza que quando ela sair, irá refletir sobre sua trajetória dentro da casa e aprender com seus erros”.

Para concluir, o texto afirma que o programa é uma ótima oportunidade de aprendizado. “O ‘BBB’ é também uma oportunidade de debatermos comportamentos e crescer enquanto sociedade. Existem muitas pessoas como a Naty, que ainda precisam aprender mais e estão abertas para isso. Não é obrigação de ninguém ensinar, mas é uma grande lição de empatia acolher com carinho quem teve que priorizar outras coisas na vida”.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino