Karol Conká relembra racismo na infância: ‘Parei de ser boazinha’

Por - 03/12/24 às 19:16

karol conká no sábia ignorânciaFoto: Reprodução/Youtube/Canal Canal GNT

Karol Conká compartilhou detalhes de sua trajetória, marcada por episódios de racismo e desafios relacionados à saúde mental. Durante sua participação no programa “Sábia Ignorância”, do GNT, ao lado de Gabriela Prioli e Elisama Santos, a rapper primordialmente relembrou momentos que moldaram sua personalidade. “Tenho o lance da saúde mental. Sou uma pessoa diagnosticada com alguns transtorninhos mentais assim como a maioria da população”, afirmou Conká, introduzindo uma conversa que percorreu questões pessoais e sociais.

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“Terminar por WhatsApp evita desgaste emocional, desgaste energético de ter que olhar para a cara da pessoa. Eu falo: ‘Meu querido… O que eu tinha que falar já falei ao longo da relação e chegar ao ponto de terminar, é porque não tem mais o que fazer e eu aceito o ciclo natural da vida, o desapego, as coisas vem e vão. Desejo tudo de bom'”, continuou Karol Conká posteriormente no programa.

Psicológico abalado no “BBB 21”

A artista relatou o que sofreu em relação ao seu psicológico na época do “BBB 21”: “A grande porcentagem do que aconteceu comigo vem das minhas atitudes. Naquele momento de pandemia, onde estava todo mundo com cabeça a milhão e qualquer faísca que saía do trilho eles estavam julgando. Porque eles estavam fora de suas casas, com parente no hospital, gente perdendo gente querida. Naquela época, a única coisa que o Brasil tinha para entreter era a minha edição, a qual foi a melhor de todos os tempos”.

“A minha edição falava sobre o tema psicologia, transtornos, eram mentes muito brilhantes que estavam na minha edição. Desde a pessoa mais tímida até a mais explosiva, que eu não sei quem é, todo mundo lá tinha o que falar e o público aqui fora também tinha o que falar. Recebi aquela rajada de ataques e eu entendi que aquilo também não era só sobre mim. Assim como eu tive minhas fragilidades, meus momentos de explosão, muita gente aqui fora teve também. Percebi o momento de gente me falando: ‘Me desculpa, eu não sabia que eu ia ficar tão horrorosa desse jeito… (sobre posts atacando ela)'”, recordou Conká, em suma.

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Karol Conká sofreu episódios racistas na infância

“As pessoas também começaram a fazer esse movimento comigo quando me encontravam nos lugares. Desde artistas, pessoas que trabalham em bastidores: ‘Te peço desculpas. Fiz uma postagem falando tal coisa de você, mas não percebi que você tinha filho, tuas fragilidades’. Eu respondia: ‘Estou tão preocupada em me arrumar que não tenho nem o tempo de devolver o ódio de vocês por mim. O que eu posso devolver para vocês é um pouco do que aprendi'”, contou Karol em seguida.

Então, ela relembrou os episódios de racismo sofridos na infância: “A primeira comunicação violenta foi colégio. Coisa que me machuca. A professora fala: ‘Senta todo mundo e você também, sua macaca’. Eu tinha 8 anos e ouvi isso de uma professora. Minha mãe foi ao colégio e lembro de ter contado o que ela havia feito e na minha frente ela (a professora) falava: ‘Ela está mentindo’. Olhava para a professora e me perguntava: ‘Por que ela está mentindo?'”.

Perda do pai mudou tudo

“Depois foi com vizinhos que falavam coisas racistas; e depois no relacionamento falavam para mim: ‘Mulher minha não faz tal coisa!’. Também sofri comunicação violenta do meu pai, ele tinha problema com álcool e quando estava em crise de abstinência ou sob efeito do álcool ele falava coisas na minha casa que eram muito violentas. Fui aprendendo a ser mais ácida. Com 14 anos parei de ser boazinha. Quando perdi meu pai, o tal do herói”, revelou a rapper, em síntese.

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“Ele que me protegia do colégio dessa comunicação violenta e descobri que se tivesse uma comunicação mais violenta de quem estava me atacando, eu conseguia vencer. Eu também vou saber te machucar. Por isso então essa brincadeira da língua de chicote (apelido que ela recebeu). […] Recebi aquela rajada de ataques e entendi que aquilo também não era só sobre mim. […] O que eu posso devolver para vocês é um pouco do que aprendi”, concluiu Karol Conká, por fim.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.