Luiza Brunet revela violência na infância: “Conturbada”

Luiza Brunet é um dos ícones do combate à violência contra mulheres em todo o Brasil. Prova viva da superação dos variados tipos desses abusos, ela é embaixadora do Instituto AVON. Desde a infância conturbada no interior do Mato Grosso do Sul até o sucesso como empreendedor, o caminho foi cheio de obstáculos.

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Em entrevista ao programa In Tour, com Jordana Luchetti, Luiza contou detalhes dessa trajetória. Com sete irmãos, ela lembra o começo da história, quando seus pais se casaram e se mudaram para o Mato Grosso do Sul. A tentativa de levar uma vida “urbana” acabou com o pai caindo no vício por álcool.

“Eu morei na roça, meu pai era lavrador. Minha mãe, dona de casa. Depois ela começou a costurar para fora. Depois a gente saiu da roça e fomos morar numa cidadezinha bem pequenininha. Meu pai, com essa mudança, não conseguiu se estruturar com um trabalho bom e se tornou um alcoólatra”

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Em seguida, a modelo lembra que a mãe era a grande vítima das atitudes do pai, que portava uma arma e a usava como instrumento para ameaçar a dona de casa.

A minha infância foi conturbada por causa do alcoolismo e de violência doméstica. Ele violava a minha mãe de todas a formas, só que naquela época não se falava muito sobre isso, né?”

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A pergunta básica que alguém poderia fazer é “por que ela não se divorciava?”. Luiza também explica algo, que é comum a muitas mulheres que sofrem abusos e violências por todo o país: a dependência financeira.

“Dos seis aos 12, eu assisti esse tipo de violência. E eles não se separavam, até porque minha mãe dependia financeiramente. Ela não tinha como sair do Mato Grosso e vir para o Rio de Janeiro. E como ela tinha tantos filhos, não tinha autonomia”, afirma.

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Como se não bastasse, Luiza lembra que também sofreu violência sexual logo depois que a mãe e os sete irmãos finalmente fizeram o caminho para o Rio de Janeiro. Mas, a vida na Cidade Maravilhosa não foi mais fácil. Ela lembra o abuso sexual que sofreu do seu primeiro patrão.

“Quando a gente chegou no subúrbio do Rio de Janeiro, eu tinha 12 anos. Fui trabalhar numa casa de família como empregada doméstica. Um pouco depois sofri um abuso sexual”, lembra.

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Aos 16 anos, ela ganhou emancipação e começou a trabalhar logo em seguida. Contudo, a vida como modelo não era o que a empresária queria. Pelo menos não a princípio. Luiza destaca que recebeu seu salário e contribuir com as contas da casa foi essencial para sua autoconfiança e seu desenvolvimento.

“O fato de trabalhar por esse tempo, para mim era importante, porque eu tinha acesso a esse dinheiro para contribuir com a minha família. Eu comecei a trabalhar como modelo muito por acaso. Queria ser cabeleireira. Dos 17 aos quase 40. Tive uma carreira muito longa como modelo”, reflete.

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