Mano Brown e Filipe Ret criticam funkeiros por apoio político em São Paulo. Saiba!
Por Flavia Cirino - 21/08/24 às 07:37
A recente declaração de apoio de produtores de funk a candidatos à prefeitura de São Paulo gerou críticas entre artistas e fãs, reacendendo o debate sobre a politização do gênero musical. Mano Brown e Filipe Ret, por exemplo, reagiram e causaram.
Mano Brown mantem podcast de sucesso
Os dois, figuras de destaque no rap nacional, expressaram suas preocupações em relação às alianças políticas estabelecidas por alguns funkeiros. Especificamente com o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), ambos candidatos nas próximas eleições.
A controvérsia começou quando Pablo Marçal foi recebido na produtora Love Funk, localizada na zona leste de São Paulo. Lá, o empresário Henrique Viana, mais conhecido como ‘Rato da Love’, fez as honras da casa.
No encontro, uma cena que simulava a tentativa de pegar a carteira de trabalho de Marçal, referência ao gesto feito por Guilherme Boulos (PSOL) em um debate recente, foi compartilhada nas redes sociais do estúdio.
A publicação gerou uma onda de críticas. Especialmente após internautas relembrarem um vídeo antigo em que Marçal criticava o funk, descrevendo as músicas do gênero como “drives mentais para psicopatas e assassinos”.
Mano Brown e Filipe Ret repudiam apoio
A aliança gerou indignação entre artistas e fãs, que consideraram o apoio a Marçal como uma traição aos valores representados pelo funk. A reação foi ainda mais intensa quando ressurgiu o momento em que o prefeito Ricardo Nunes se encontrou com Rodrigo Oliveira. Ele é proprietário da produtora GR6 Explode, em fevereiro deste ano.
Na ocasião, ambos anunciaram uma parceria para a reforma de 40 quadras esportivas em São Paulo, com a presença de MCs locais nas inaugurações.
A divulgação desses encontros por Júnior Freitas, candidato a vereador de São Paulo pelo PSOL, partido de Boulos, intensificou a polêmica.
O rapper Mano Brown, em um comentário na publicação de Freitas, relembrou que já havia alertado sobre a possibilidade de “nossos irmãos tomarem decisões contrárias às nossas muitas vezes”, referindo-se à adesão de alguns funkeiros a figuras políticas consideradas antagônicas aos movimentos sociais.
Filipe Ret, por sua vez, classificou como “lamentável” o fato de ver o rap e o funk, gêneros historicamente marginalizados, se aliando a “posições políticas decadentes”.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino