Maurício Souza, demitido por homofobia, receberá maior honraria da Alesp

Acusado de homofobia e por este motivo, demitido do Minas Tênis Clube em novembro do ano passado, o ex-jogador de vôlei Maurício Souza irá receber a maior honraria na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A condecoração é dada para personalidades com notada contribuição cultural e no desenvolvimento social e econômico do Estado.

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O Colar de Honra ao Mérito Legislativo será entregue a Souza no dia 9 de maio, pela deputada estadual Leticia Aguiar, do Progressistas. No entendimento da parlamentar, o atleta “foi corajoso ao se posicionar contra a ideologia de gênero e a sexualização das crianças”.

O Minas Tênis Clube rescindiu o contrato de Maurício Souza foi no fim de outubro de 2021, após criticar o anúncio da editora DC Comics de que, em futuras histórias em quadrinhos, o personagem do Super-Homem irá se revelar bissexual. 

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Além da demissão, as publicações também geraram críticas de colegas de seleção brasileira, como o jogador Douglas Souza e o técnico Renan Dal Zotto – que afirmou que Maurício não deve mais ser convocado.

Patrocinadores do clube pediram retratação. Ele chegou a pedir desculpas, mas não foi o suficiente para amenizar a tensão.

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“A culpa de tudo não é do minas!”, escreveu. “A culpa é da galera que não aceita mais opinião contrária a deles, qualquer coisa falada que não seja o que eles aprovam você é homofóbico e preconceituoso fato.”

Depois de ser desligado do clube, ele voltou às redes sociais para reiterar as suas posições. 

RECONHECIMENTO NA CÂMARA DE FORTALEZA

O ex-atleta também teve reconhecimento na Câmara Municipal de Fortaleza logo após a polêmica. Tramita na Casa um requerimento da vereadora Priscila Costa (PL) para conceder a Maurício a Medalha do Mérito Desportivo Ayrton Senna. A parlamentar também apresentou requerimento à Câmara Municipal para Moção de Solidariedade ao jogador. 

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Na justificativa da homenagem, Priscila Costa elenca as competições nas quais o atleta brasileiro saiu vitorioso. Ao apresentar a proposta, a parlamentar fortalezense disse ainda que ele “não baixou a cabeça diante de uma ditadura ideológica”. 

HOMOFOBIA É CRIME

Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo. Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.

Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. É necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.

As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).

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