Pedro Cardoso detona Globo: ‘O que falo desagrada o poder econômico’

Pedro Cardoso conquistou o Brasil com sua atuação magistral e mais do que marcante de Agostinho Carrara em “A Grande Família”, série de comédia brasileira da TV Globo, mas desde o fim da sitcom, ele não está mais trabalhando na emissora, e em entrevista ao Splash UOL, detonou o canal.

“Para comparecer aos programas da Globo, tem que ser ideologicamente submisso”, afirmou o ator, que por se descrever como um “homem de esquerda”, teria virado “um inimigo total” da emissora por seus posicionamentos políticos.

“Não vou lá na Globo ouvir que o golpe militar de 1964 não foi um golpe, foi um movimento. Se me dissessem isso, falaria que não, que foi golpe”, afirmou o artista que provocou Pedro Bial em seguida. Isso foi referência ao “Na Moral”, programa apresentado por Bial que Cardoso participou junto de um paparazzo e os dois culparam a Globo pela existência de fotógrafos que passam do ponto.

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“Vamos ver se o Pedro Bial vai me receber no programa dele, agora que tenho tanto teatro para divulgar. [Ou] a Patrícia Poeta e o rapaz [Manoel Soares] — não lembro bem o nome — que trabalha com ela. Nunca vi o programa deles [o Encontro]. Só lembro quando era da Fátima”, disparou, cutucando os ex-colegas de emissora.

“Ninguém gosta do que eu falo. O que falo desagrada todo o poder econômico. Eu teria que mentir muito, e seria muito conveniente para mim, porque talvez teria continuado recebendo algumas propostas de trabalho”, completou Pedro Cardoso.

TRABALHOS FORA DO BRASIL

Apesar de ainda ter feito peças de teatro no Brasil após deixar a Globo, e estando prestes a estrear em duas produções em junho, Pedro Cardoso só conseguiu trabalhos televisivos em Portugal: “Eu fiquei muito triste quando o Brasil se desinteressou do meu trabalho”.

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“Eu ainda tinha muito o que fazer. Talvez não tivesse, mas eu tinha essa ilusão. E eu adorava ganhar o dinheiro. Eu cheguei a ganhar muito bem na televisão. É muito agradável, num país muito precário como o Brasil, ganhar muito dinheiro, porque você se protege um pouco da precariedade institucional”, afirmou ele.

Pedro Cardoso por fim falou da diferença da Globo para os serviços de streaming internacionais: “Se o Brasil amanhã der ruim, [as plataformas de streaming] fazem as malas e vão embora, entende? A Rede Globo, se o Brasil der ruim, eles não têm para onde ir, igual todo brasileiro, você não tem para onde ir. Então, você fica no Brasil. Eu diria a mesma coisa do UOL, ou da Folha de S.Paulo, ou do Estado de S.Paulo. Quando eu reclamo da imprensa brasileira, ainda assim, é dentro de uma crença de que essa imprensa é brasileira. A nacionalidade é uma ligação muito forte, entende?”.

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