Spotify perde bilhões de dólares após boicote de Neil Young à plataforma

O Spotify perdeu US$ 2,1 bilhões em apenas três dias após o cantor Neil Young iniciar um boicote à empresa exigindo que o serviço de streaming retirasse um conteúdo negacionista que questionava a eficácia da vacina contra o coronavírus. A iniciativa do artista passou a ser seguida por outros cantores, fazendo com que eles anunciassem medidas de combate à desinformação sobre a Covid-19.

Na semana passada, Neil Young deu um ultimado a Spotify dizendo que não deixaria mais as suas músicas na plataforma caso Joe Rogan, que tem um programa de podcast transmitido pelo aplicativo, continuasse disseminando notícias falsas sobre a doença.  

Young enviou uma carta à gravadora e a empresários falando sobre o assunto. A mesma foi publicada no site do músico e depois deletada. O conteúdo dizia:  

“Estou fazendo isso porque a Spotify está espalhando informações falsas sobre vacinas – potencialmente causando a morte daqueles que acreditam na desinformação espalhada por eles. Por favor, aja imediatamente hoje e me mantenha informado sobre o cronograma”. 

Diante do cenário, o Spotify ainda assim optou manter o programa de Rogan. Ele teria recebido mais de R$ 500 milhões em um contrato de exclusividade. 

Young, então, decidiu remover suas músicas da plataforma. O músico foi apoiado pela cantora canadense Joni Mitchell, que da mesma forma retirou suas músicas do serviço de streaming. Resumo da ópera: as ações do Spotify caíram 6%, levando-a a perder US$ 2,1 bilhões em valor de mercado. 

Sob pressão, o Spotify anunciou medidas para combater a desinformação sobre a Covid-19. Em carta aberta, o presidente e fundador, Daniel Ek disse que não pode agir como censor, mas que deve zelar pela segurança dos assinantes. 

“Temos um papel crítico em apoiar a expressão de criadores (de conteúdo) e equilibrar isso com a segurança de nossos usuários. Neste papel, é importante para mim que nós não assumamos a posição de sermos censores de conteúdo, mas também devemos assegurar que há regras e que há consequências para aqueles que as violarem”, disse Ek em carta aberta publicada no domingo, 30 de janeiro. 

Vale ressaltar que Daniel Ek não fez menção direta aos podcasts de Rogan. 

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