Bolsonaro: De planos a Malafaia, PF revela mensagens chocantes

A Polícia Federal divulgou na quarta-feira, 20 de agosto, um relatório com novos trechos das investigações sobre Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ambos foram indiciados por tentativa de obstrução de Justiça no processo que apura a suposta trama para um golpe de Estado. Entre os materiais encontrados, agentes identificaram um pedido de asilo político na Argentina no celular do ex-presidente.

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De acordo com a PF, o documento mostra que Bolsonaro planejava desde fevereiro de 2024 uma forma de sair do Brasil para evitar punições. Além disso, foram localizadas trocas de mensagens tensas entre pai e filho. O relatório aponta que Eduardo Bolsonaro ficou incomodado após declarações do pai sobre sua relação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em resposta, o deputado escreveu: “Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas graças aos elogios que você fez a mim no Poder 360 estou pensando seriamente em dar mais uma porrada nele, para ver se você aprende”.

Na sequência, o parlamentar aumentou o tom: “Vtnc seu ingrato do c*ralho”. E continuou: “Se o imaturo do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, porque você me joga para baixo, quem vai se f*der é você e vai decretar o resto da minha vida nesta p*rra aqui!”.

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Segundo a PF, Eduardo demonstrava receio de perder espaço político nos Estados Unidos e relacionava isso às falas do pai. O relatório registrou: “Constata-se que o investigado temia que as declarações impactassem negativamente sua posição e suposta influência no exterior, podendo ‘decretar o resto da sua vida’ nos EUA”.

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Mensagens de Eduardo reforçam tese da investigação

Em outra mensagem, datada de 7 de julho, Eduardo afirmou: “Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar. Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto. Neste cenário vc: não teria mais amparo dos EUA, o que conseguimos a duras penas aqui, bem como estaria igualmente condenado final de agosto”.

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A PF avaliou esse diálogo como prova de que o objetivo era buscar impunidade para Jair Bolsonaro. Em outro trecho, Eduardo sugeriu: “Eu acho que não vale a pena, mas te oriento a buscar conselho com outras pessoas. Tire do cálculo o apoio dos EUA, qual estratégia vc tem para atingir qual objetivo? É simples”.

O deputado também revelou expectativa sobre Donald Trump: “Acordar de olho nas redes do Trump, torcendo para (…) que ele já traga novidades sobre ações”. Essas mensagens embasaram medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. Após descumprir restrições, Jair Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar até o julgamento marcado para 2 de setembro.

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Silas Malafaia detona Eduardo Bolsonaro

Ainda no inquérito, a PF anexou mensagens trocadas entre Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia. Elas surgiram após Malafaia ser abordado por agentes no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, no mesmo dia da operação. Nas conversas, Malafaia criticou Eduardo Bolsonaro: “Esse seu filho Eduardo é um babaca”. Em outro trecho, escreveu: “Um estúpido de marca maior. ESTOU INDIGNADO! Só não faço um vídeo e arrebento com ele porque por consideração a você”.

Aliás, o pastor exaltou Flávio Bolsonaro: “Dá parabéns ao Flávio, pô! Falou certo, cacete, na GloboNews. Eu não sou a favor da taxação, não, mas tem que sentar pra conversar sobre anistia. Pô, tudo na carta do Trump é pra você. Toda a arrombada que o Trump deu no mundo é sobre economia. Com o Brasil é sobre você. A faca e o queijo está na tua mão, cacete! E nós não podemos perder isso, pô!”.

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Em seguida, Malafaia contou que chamou Eduardo às pressas: “Dei-lhe um esporro, cara. Mandei um áudio para ele, de arrombar”. E completou, por fim: “Vá para o meio de um cacete. Um cara que tá sendo contra você, essa fogueira de merda de vaidade”. Essas falas passaram a integrar a PET nº 14129, em análise pelo Supremo Tribunal Federal. Como consequência, Malafaia ficou proibido de deixar o país e de se comunicar com outros investigados.