Caso Daniel Alves: Nova versão de depoimento reforça relato da vítima

[ALERTA: Este texto aborda assuntos delicados como abuso sexual e violência, podendo ser gatilho para muitas pessoas. Indicamos que se você ou algum familiar estejam enfrentando problemas como estes é de extrema importância que você procure a polícia, discando 190 ou procurando a DDM – Delegacia da Mulher.]

Mais uma vez o caso do jogador Daniel Alves ganhou uma reviravolta triste e tensa. Durante a tarde desta quarta-feira, 8 de fevereiro, o jornal da colômbia El Tiempo veiculou uma informação de que o jogador brasileiro mudou a versão do seu depoimento, pela terceira vez, deixando toda a situação que o envolve muito mais complicada.

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Daniel está preso desde 20 de janeiro por conta das acusações de estupro e agressão contra uma mulher em Barcelona e admitiu que houve penetração vaginal, que ele negou nas últimas vezes que prestou declaração á polícia. A investigação gira em torno de chegar a uma conclusão definitiva se o ato foi consensual ou não.

O CASO

Na madrugada desta sexta-feira, 20 de janeiro, Daniel Alves foi detido na Espanha após depor sobre uma acusação de assédio sexual. O lateral-direito foi à delegacia e saiu com uma viatura logo depois.

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O El País apurou que o atleta será levado para a Cidade da Justiça, de Barcelona, onde um Juiz decidirá sobre sua situação provisória enquanto o caso é investigado.

O caso teria acontecido no dia 30 de dezembro do ano passado na discoteca Sutton e a suposta vítima denunciou o jogador dois dias depois. A mulher alegou que Daniel Alves a tocou por de baixo das roupas íntimas sem o seu consentimento.

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Atualmente, Daniel Alves joga no Pumas, do México, e de acordou com o El País, o time desconhece a atual situação do atleta, já que contava com ele para o jogo deste final de semana.

DANIEL ALVES NEGA

Em uma entrevista para a TV espanhola, Daniel Alves fez questão de negar as acusações. O atleta confirmou que esteve na discoteca, mas que desconhece a suposta vítima.

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“Eu estava ali, naquele lugar, com mais gente curtindo sem invadir o espaço dos outros. Sinto muito, mas não sei quem é essa senhora. Nestes anos nunca invadi o espaço de ninguém sem autorização”, disse ele.

POLÍCIA ENCONTRA VESTÍGIOS

De acordo com o jornal El Mundo, a Mossos d’Esquadra, a polícia catalã, coletou restos de sêmen no banheiro onde Daniel Alves supostamente cometeu a agressão sexual contra uma jovem espanhola. Em seu relato às agentes logo após ser violada, a vítima declarou ter visto uma mancha branca no local, e o material foi recolhido. Segundo a publicação, a polícia catalã conservou os restos de sêmen, e o Juizado de Instrução 15, responsável pela investigação, poderia ordenar uma coleta de DNA de Daniel Alves para a comparação. O jogador também poderia entregá-lo de forma voluntária.

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O jornal conta que os exames médicos realizados pela vítima após o abuso registraram poucos rastros biológicos e não seriam suficientes para a comparação. A polícia também está em posse da roupa que a jovem usava no momento que fez a denúncia de agressão, para apontar possíveis indícios.

A vítima contou no depoimento que, no dia 30 de dezembro de 2022, estava na boate Sutton, em Barcelona, quando o grupo do qual fazia parte recebeu um convite para entrar numa área VIP. Um garçom as levou até uma mesa onde estava Daniel Alves, a quem a vítima inicialmente não reconheceu. Um grupo de mexicanos, amigos do jogador, o apresentou à denunciante. Ainda de acordo com a vítima, ela e Daniel Alves dançaram juntos até que o jogador “levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada”. Por volta das 4h30 da madrugada, ele pediu a ela para segui-lo até a porta. Assim que entraram, ela se deu conta que estava num banheiro. Ali teria ocorrido a agressão. Sempre de acordo com o depoimento da denunciante, ela teria tentado sair do banheiro, mas foi impedida. Daniel Alves a teria penetrado de maneira violenta até ejacular. Ele teria sido o primeiro a deixar o banheiro. Quando ela saiu, contou o que aconteceu a uma amiga. Quando a segurança do local foi informada, o lateral já tinha deixado a boate. A vítima foi imediatamente fazer exames num hospital. Dois dias depois, ela fez a denúncia à polícia.

VÍTIMA SE PRONUNCIA

 Em entrevista ao UOL, Ester Garcia López, advogada da mulher de 23 anos contou que não quero dinheiro, mas sim a prisão do jogador.

“Ela me olhou e disse: ‘Ester, eu tenho a sorte de ter boas condições de vida e não quero indenização, quero prisão’. Eu disse que ela tinha direito, apesar de não querer, mas ela permaneceu contundente. ‘Se tiver dinheiro de indenização envolvido, eu não vou contratar você’”, contou.

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Ester ainda revelou que sua cliente está passando por tratamento psiquiátrico e tomando antivirais, já que Daniel Alves, segundo a advogada, não usou preservativo durante o ato sexual.

Agora a intenção dela é fazer com que sua cliente não seja contatada por meios de comunicação até que tudo esteja resolvido.

“Tentamos preservá-la a todo custo. Ela está recebendo apoio psicológico através de uma entidade pública, especializada em tratar vítimas de violência. O Hospital Clínic prescreveu todo um tratamento dirigido a evitar qualquer tipo de doença infectocontagiosa, porque não foi utilizado nenhum preservativo. Ela também tem um tratamento farmacológico com ansiolíticos para poder dormir, mas me disse que não consegue dormir desde o depoimento”, disse.

“Estamos tentando que ela fique a mais afastada possível de meios de comunicação, que não veja TV ou escute nada, para não se abalar, mas é difícil. O caso está em todas as TVs por ele ser o personagem que é. Há estupros toda semana, mas não tem essa repercussão. O medo dela é ser identificada em algum momento. Isso ela quer evitar a todo custo”, acrescentou.

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Por fim, Ester voltou a explicar que a mulher que acusa Daniel Alves de estupro só quer que o jogador fique preso.

“Estou farta de que digam que é uma estratégia [ela afirmar que não quer indenização], para que ela tenha mais credibilidade como denunciante. Fiquei impactada, porque dou assessoramento jurídico gratuito e logo na primeira visita eu disse tudo a que ela tinha direito, os procedimentos, e a indenização. Eu expliquei logo no primeiro dia, uma semana antes de estourar tudo. Eu lembro do olhar dela. Ela me olhou e disse: ‘Ester, não quero indenização, quero prisão’. Ela foi muito taxativa nisso, e isso me impactou. Eu disse ‘eu sei, mas você tem direito a indenização, porque houve lesões físicas, e vai haver sequelas, danos morais’. E ela insistiu, desde o primeiro minuto, me disse que não. Isso ninguém sabe”, afirmou.

Vale lembrar que Daniel Alves era jogador do Pumas, do México, até antes de sua prisão, mas assim que o caso veio à tona ele foi desligado por justa-causa.

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