Damares pede perdão ao PT: ‘Nós conservadores não acreditamos’

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, surpreendeu o plenário e as redes sociais nesta quinta-feira (7) ao se manifestar com um pedido público de desculpas ao Partido dos Trabalhadores e a nomes ligados à esquerda. Durante seu discurso no Senado, ela afirmou: “Em nome dos conservadores, pedimos perdão ao PT. Quero fazer esse registro público”.

Deputado agarra jornalista pelo pescoço após se irritar

Essa fala inesperada veio acompanhada de uma autocrítica. A senadora reconheceu que setores conservadores ignoraram alertas feitos em 2017 durante a sabatina de Alexandre de Moraes, quando ele foi indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, vozes da oposição já apontavam riscos à democracia com a nomeação. “Quero também pedir perdão à ministra Gleisi[Hoffmann], ao ex-deputado Jean Wyllys, ao senador Randolfe e aos acadêmicos que, durante a sabatina do Alexandre de Moraes, avisaram a nós que ele era um tirano. Nós, conservadores, não acreditamos”, completou.

Na época, Gleisi Hoffmann, que era senadora, se opôs à nomeação. Em sua fala de 2017, declarou que a entrada de Moraes no STF seria “prejudicial à democracia”. A rejeição partia de preocupações com o perfil autoritário do indicado, que havia ocupado o Ministério da Justiça durante o governo de Michel Temer. Moraes foi nomeado ao STF por Temer, após a morte de Teori Zavascki.

Damares ressalta negligência dos conservadores

Damares mencionou que a negligência dos conservadores diante dos avisos feitos pela esquerda hoje estaria cobrando um preço. “Perdão, PT. Hoje, nós estamos pagando o preço por não ter acreditado nos acadêmicos da USP”, afirmou, destacando que o reconhecimento do erro vem em um momento crítico. A senadora ainda defendeu que a principal pauta dos conservadores atualmente seja o impeachment de Alexandre de Moraes.

Receba as Notícias de OFuxico em seu celular

No entanto, segundo ela, essa decisão cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que, de acordo com aliados do governo, não tem intenção de levar o assunto adiante. “Nós erramos, mas os conservadores abriram os olhos. Estamos pagando o preço porque não acreditamos. Vocês tinham razão, ele era um tirano”, disse Damares, por fim.