DJ da abertura das Olimpíadas denuncia ataques preconceituosos

Por - 30/07/24 às 17:41

dj barbara butch na abertura das olimpíadas de parisFoto: Reprodução/TV Globo

A DJ francesa Barbara Butch, conhecida na cena queer, registrará uma queixa por assédio cibernético, ameaças de morte e insultos públicos. O caso ganhou destaque após uma fonte próxima à artista comentar sobre a situação à imprensa francesa nesta terça-feira, 30 de julho.

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Barbara, ativista feminista e anti-gordofobia, compartilhou no Instagram que vem sofrendo “um assédio cibernético violento” desde sua apresentação na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

“Ameaçada de morte, tortura e estupro”, além de receber “insultos antissemitas, homofóbicos, sexistas e gordofóbicos”, ela tomou a decisão de formalizar a denúncia, segundo contou sua advogada, Audrey Msellati, em suma, durante comunicado.

Audrey afirmou que os ataques visam minar a representatividade da artista por ser mulher, lésbica, gorda e judia: “Aqueles que atacam Barbara Butch o fazem porque não suportam o fato de ela poder representar a França. O problema é sua intolerância e seu obscurantismo”.

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Comunicado da DJ sobre o assunto

“Fiquei extremamente honrada em participar da cerimônia de abertura de Paris 2024 como uma artista de destaque e em compartilhar minha visão da festa. Meu coração ainda está cheio de alegria e agradeço por todo amor e força que vocês me deram desde então”, escreveu Barbara, primeiramente.

Ela reafirmou seu compromisso de promover o amor e a inclusão através de seu trabalho como DJ e ativista. A artista explicou que, inicialmente, decidiu não se manifestar para evitar dar atenção aos “haters”. No entanto, as mensagens recebidas se tornaram cada vez mais extremas.

“Tudo porque tive a honra de representar a diversidade do meu país através da arte e da música, ao lado de outros artistas e performers que admiro. O que quer que alguns digam, eu existo. Nunca tive vergonha de quem sou e assumo a responsabilidade por tudo – inclusive pelas minhas escolhas artísticas”, disse ela em seguida.

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Barbara reforçou sua postura de luta contra os agressores: “Durante toda a minha vida me recusei a ser vítima: não vou calar a boca. Não tenho medo daqueles que se escondem atrás de uma tela, ou de um pseudônimo, para vomitar seu ódio e frustrações”.

“Lutarei contra eles sem nunca tremer. Estou comprometida e orgulhosa. Orgulhosa de quem sou, do que sou e do que incorporo, tanto para os meus entes queridos como para milhões de franceses. Minha França é a França!”, declarou a DJ, por fim.

Reação do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos condenou veementemente o assédio cibernético sofrido pela “equipe artística” da cerimônia de abertura. Barbara Butch se apresentou durante o quadro Festivity, que incluiu drag queens famosas, gerando interpretações controversas sobre a inspiração na Última Ceia.

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A sequência recebeu críticas de políticos de extrema direita e do episcopado francês, enquanto o diretor artístico da cerimônia, Thomas Jolly, negou a intenção de zombar da Última Ceia, explicando que a intenção era criar uma celebração pagã ligada aos deuses do Olimpo.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.