P. Diddy preso: Entenda tudo sobre o caso que dominou as redes
Por Raphael Araujo - 23/09/24 às 17:40
Sean ‘Diddy’ Combs, ícone da música e empresário, foi detido por agentes federais em Nova York, na noite de 16 de setembro, após uma investigação que o colocou no centro de acusações de extorsão e tráfico sexual. De acordo com fontes próximas ao caso, ele foi preso em um hotel da cidade, onde agentes da Homeland Security executaram um mandado de busca. As acusações contra Diddy incluem incêndio criminoso, suborno e obstrução da justiça.
O principal foco das investigações é uma série de eventos descritos como “performances sexuais elaboradas” que envolviam drogas e coerção. Segundo a promotora Emily A. Johnson, “os freak-offs são o núcleo deste caso, e os freak-offs são inerentemente perigosos”. De acordo com o jornal OGlobo, a acusação criminal federal de 14 páginas contra ele o acusa de participar de diversos crimes, incluindo incêndio criminoso, suborno, sequestro e obstrução da justiça.
Mas o foco do caso do governo é a premissa de que a “empresa” criminosa que ele supostamente comandava como um extorsionário era responsável por coordenar esses “freak-offs” e depois encobrir qualquer dano aos quartos de hotel ou às pessoas envolvidas. As festas teriam deixado participantes tão debilitados que precisavam de tratamento médico para se recuperar, e vídeos gravados nessas ocasiões teriam sido usados para intimidar as vítimas. P. Diddy se declarou inocente, mas a fiança foi negada, e ele segue sob custódia, com uma nova audiência marcada para o dia 24, segundo G1.
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Relatos de Abuso e Coerção
O caso atual de Diddy, porém, não é isolado. Filmagens de um incidente de 2016 em que ele aparece agredindo a cantora Cassie Ventura reacenderam as investigações. A cantora, que havia sido namorada do rapper, formalizou uma denúncia no ano passado, alegando que foi drogada e coagida por mais de uma década. Outros relatos, incluindo de uma mulher de 17 anos que afirma ter sido vítima de estupro em grupo, também foram incluídos nas investigações. Uma das vítimas declarou: “Ele acabou de me ameaçar com as fitas de sexo que ele tem de mim em dois telefones”.
O comportamento predatório de Diddy já havia sido denunciado em outras ocasiões, especialmente por sua ex-namorada Cassie. Ela entrou com um processo em 2023, alegando abuso e coerção ao longo de dez anos, que foi resolvido com um acordo fora dos tribunais. Em maio, as filmagens de uma câmera de segurança de um hotel foram divulgadas. Nas imagens, Diddy aparece agredindo fisicamente sua então namorada, arrastando-a pelos cabelos para um quarto. Além disso, a mulher afirmou que havia sido estuprada por Diddy em 2018. O processo foi resolvido com um acordo fora dos tribunais.
OGlobo pontou que, embora a acusação mencione apenas uma vítima específica, os promotores disseram que havia várias. Em uma audiência, eles ofereceram trechos de outras evidências de mulheres acusando Combs de usar gravações de vídeo dos freak-offs para chantageá-las. Uma delas disse: “Ele acabou de me ameaçar com as fitas de sexo que ele tem de mim em dois telefones. Ele disse que me exporia, e nessas fitas eu estou fortemente drogada.”
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Acusações anteriores
Além das novas acusações de tráfico sexual, o histórico de Diddy já incluía alegações de abuso, especialmente envolvendo sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura. Em 2023, Cassie moveu um processo contra o rapper, alegando que ele a havia drogado e submetido a um relacionamento abusivo e coercivo durante mais de uma década. Esse caso foi encerrado com um acordo financeiro fora dos tribunais, mas desde então, outras vítimas vieram à tona com alegações semelhantes, revelando um padrão perturbador de comportamento por parte do artista.
Uma das autoras, Adria English, acusou Combs, segundo OGlobo, de exigir que “ela fizesse sexo com convidados enquanto trabalhava nas famosas ‘festas brancas’ de Combs nos Hamptons e Miami Beach, onde ela disse ter recebido licor misturado com ecstasy”. Os advogados de Combs então caracterizaram os processos civis como demandantes que “saltaram no vagão” com alegações falsas para tentar extorquir um acordo.
Ao negar a fiança, o juiz Andrew L. Carter Jr. destacou sua preocupação de que Diddy poderia obstruir a justiça manipulando testemunhas, assim como os promotores alegaram que, por meses, Combs vinha “alimentando vítimas e testemunhas com narrativas falsas”, às vezes com cúmplices gravando as conversas. Seus advogados argumentam que ele estava apenas informando seus contatos que seu advogado os procuraria.
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Vídeo chocante e vida na cadeia
O vídeo de uma entrevista de P. Diddy a Conan O’Brien, de 2002, à pedido do apresentador o rapper descreve em detalhes os ingredientes para uma “festa matadora”. O clipe ressurgiu de forma perturbadora após a prisão do cantor por acusações de extorsão e tráfico sexual. Na entrevista com Conan O’Brien, Sean Combs faz comentários que, à luz das acusações, soam extremamente sinistros.
O rapper, que na época já era um ícone da música, detalhou como manter as mulheres em suas festas, incluindo a necessidade de “fechaduras nas portas” para que elas não conseguissem sair. Ele também sugeriu manter o ambiente quente e sem ar condicionado para criar uma atmosfera mais “confortável e solta”, além de muito álcool rolando.
Se for condenado, Diddy pode enfrentar prisão perpétua. Rumores sobre sua saúde mental surgiram após a recusa de fiança pela segunda vez, mas seu advogado Marc Agnifilo negou que o artista tenha qualquer tendência suicida. “Diddy está forte, saudável, confiante e focado em sua defesa”, declarou.
Enquanto isso, o rapper tem tentado contato com seus filhos, especialmente as gêmeas D’Lila e Jessie Combs, que atualmente vivem com uma amiga da família.
Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.