Lula ou Bolsonaro? Quem é melhor para a cultura no Brasil a partir de 2023?

O Brasil está prestes a escolher seu próximo Presidente da República. O chefe do executivo que vai liderar o país entre 2023 e 2026 terá diversas responsabilidades e precisará cuidar dos mais variados assuntos – entre eles, o cuidado com a cultura. Entre Lula e Bolsonaro, quem tem a maior capacidade de criar políticas públicas para o setor?

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OFuxico foi atrás de uma resposta. Conversamos com Gustavo Gasparani, que é um dos grandes nomes da cultura no Brasil. Já escreveu, dirigiu, atuou, produziu tanto para teatro quanto para televisão. Para ele, as necessidades da cultura vão além de nomes.

De acordo com o artista, o setor segue vinculado aos governos vigentes, ou seja, sempre depende da vontade de quem está no poder. Vez tem mais espaço, vez tem sua estrutura desmantelada. Para Gustavo, esse é um empecilho que outros setores não enfrentam.

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O diretor faz uma diferenciação clara entre estado e governo quando fala sobre o tema. Para ele, a Cultura não pode estar vinculada ao governo, mas ao estado – o que significa que as políticas para as artes não devem ser tão voláteis como são:

O principal avanço é que a cultura conseguisse ficar livre dos grupos políticos, que entram e saem do poder, que caminhasse como caminham outros setores da economia do país”

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Gasparani completa seu raciocínio e compara a situação do setor cultural como alguém numa “corda bamba”.

“A gente fica sempre em função do que novo político que está no poder, no comando – se ele gosta, se ele não gosta, se quer que tenha ou não tenha. Então, [ficamos] nessa situação instável, na corda bamba”, afirma.

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OS ÚLTIMOS QUATRO ANOS

Apesar de já ter visto muita coisa em seus 40 anos de carreira, algo inédito apareceu na vida de Gustavo nos últimos anos. De acordo com ele, as artes enfrentam seu “pior momento”.

Eu acredito, desde que eu comecei profissionalmente, em 1982, que esse seja o pior momento. Nos últimos anos foram os piores momentos por incentivo, por falta de incentivo e por uma caça às bruxas”

Ele completa, agora falando diretamente sobre a forma como o artista foi tratado recentemente. De acordo com Gustavo, houve “uma demonização do artista e da cultura sendo lançado no jogo político de uma forma cruel e covarde”.

O ator conclui, fazendo uma reflexão direta ao ponto: “Só faz o país perder, porque um país sem cultura, sem arte, é um país vazio”

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