‘Ainda Estou Aqui’ faz história e conquista prêmio internacional inédito

O cinema brasileiro viveu um marco em sua trajetória internacional. Isso porque o longa “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, recebeu o Grand Prix FIPRESCI 2025, prêmio concedido pela Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica.

Veja quantos prêmios ‘Ainda Estou Aqui’ já ganhou

O reconhecimento aconteceu na abertura do 73º Festival de San Sebastián, na Espanha, após votação de 739 críticos de cinema de todo o mundo.

Em seu discurso, o cineasta, antes de mais nada, vibrou com o feito. “Existem prêmios que tocam mais fundo no coração”, afirmou, emocionado ao receber o troféu. Ele completou dizendo que a honraria representa orgulho não apenas para ele, mas também para toda a equipe envolvida na produção.

Longa coleciona vitórias em festivais

O sucesso não parou no festival espanhol. A produção também garantiu o primeiro Oscar do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional, um feito histórico para a cinematografia nacional.

Desde sua estreia mundial, em 2024, no Festival de Veneza, a obra já soma mais de 60 prêmios, inclusive o de Melhor Roteiro na Itália.

A atuação de Fernanda Torres também ganhou destaque. A atriz conquistou estatuetas importantes, entre elas o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama, além de outras premiações internacionais. O desempenho rendeu aclamação da crítica, que destacou a força e a intensidade de sua interpretação.

O impacto no mercado internacional

A vitória em San Sebastián e o reconhecimento da crítica mundial fortalecem a presença do cinema brasileiro em um circuito historicamente dominado por produções europeias e norte-americanas. O Grand Prix FIPRESCI abre espaço para que “Ainda Estou Aqui” alcance novas distribuidoras e conquiste bilheterias em países onde filmes brasileiros raramente chegam ao grande público.

Relembre a emoção de ‘Ainda Estou Aqui’ no Oscar

Especialistas avaliam que o prêmio pode impulsionar uma nova fase de interesse pelo audiovisual nacional, tanto em festivais quanto em plataformas de streaming. O feito de Walter Salles e sua equipe sinaliza para o mercado internacional que o Brasil possui narrativas capazes de dialogar com questões universais, mantendo identidade própria e relevância histórica.

A força da história de Eunice Paiva

O filme adapta o livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva e revive um período sombrio da história brasileira. A trama acompanha Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres, durante a ditadura militar.

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Após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, levado por militares à paisana, ela enfrenta o desafio de criar cinco filhos sozinha, ao mesmo tempo em que luta por respostas.

A obra literária surgiu de um processo pessoal entre mãe e filho. Eunice, já apresentando sinais de Alzheimer, iniciou com Marcelo a reconstrução das memórias da família e dos traumas causados pela ditadura.

O livro foi publicado há dez anos e se tornou um registro poderoso da história recente do país. Eunice faleceu em 2018, após conviver por 15 anos com a doença.