‘Prima Facie’ domina Prêmio APTR de Teatro e consagra Débora Falabella

Na noite da quarta-feira, 9 de julho, o Teatro Carlos Gomes, no centro do Rio de Janeiro, recebeu a 19ª edição do Prêmio APTR de Teatro. A cerimônia – aliás, prestigiadíssima – consagrou a versão brasileira de “Prima Facie” como grande destaque.

A peça, baseada no texto da australiana Suzie Miller, conquistou cinco estatuetas, inclusive o prêmio de melhor atriz protagonista para Débora Falabella.

Debora Falabella não se preocupa com críticas

No palco, Débora deu vida a Teresa, uma advogada criminal que, apesar de enfrentar um trauma pessoal, passa a confrontar a própria visão sobre justiça. Dessa forma, a interpretação intensa marcou a estreia da atriz em um monólogo. “Prima Facie” assim reafirmou o compromisso do teatro com temas urgentes, como a violência contra a mulher e o sistema judicial.

Além da performance de Débora, a peça se destacou principalmente por sua estrutura narrativa e profundidade emocional, o que impulsionou sua vitória em diversas categorias. Desse modo, o espetáculo se tornou o mais premiado da noite, consolidando sua importância na cena teatral brasileira.

Homenagens emocionam e veteranos são reconhecidos

Othon Bastos também recebeu destaque ao vencer como melhor ator protagonista com o monólogo “Não me Entrego, Não”. O trabalho relembra momentos marcantes da carreira do ator, que aliás, fez aniversário em cena.

“Chegar aos 92 anos fazendo esse monólogo é bom demais. Era para ficarmos dois meses em cartaz e já estamos aí a um ano”, celebrou Bastos.

A dramaturgia da peça teve reconhecimento com o prêmio para Flávio Marinho. A noite ainda reservou espaço para celebrações especiais. Irene Ravache, por exemplo, recebeu homenagem ao som de “Maria, Maria”, na voz de Eliana Pittman. Já Renato Borghi foi lembrado com “Bandeira Branca”, interpretada por Rosemary.

Tony Ramos, que completou 61 anos de carreira, foi agraciado com o Troféu Marília Pêra. Em seu discurso, o ator relembrou sua trajetória e fez questão, acima de tudo, de agradecer com leveza:

“Passa um filme na minha cabeça. Com vários companheiros de cena”, destacou o veterano, primeiramente. E em seguida, comentou: “Sem ser blasé, fui sempre em busca de um bom texto, com respeito. Levei um susto com a homenagem, deve ser porque já estou velhinho nesse negócio.”

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O encerramento ficou por conta das cantoras Fernanda Abreu e Sandra de Sá, que emocionaram o público com as interpretações de “Tudo Vale a Pena” e “Olhos Coloridos”.

Confira a lista de vencedores

Com apresentação de Luiz Fernando Guimarães e Jéssica Ellen, a cerimônia reforçou acima de tudo o papel do teatro como espaço de resistência, memória e celebração do talento brasileiro.

Música: Azullllllll – “Alaska” (Trilha Sonora )/“Faminta” (Direção Musical e Trilha Sonora Original) / “Um Pássaro Não é Uma Pedra” (Direção Musical).
Dramaturgia: Flávio Marinho (“Não me Entrego, Não”).
Ator em papel coadjuvante: Thelmo Fernandes (“A Falecida”).
Atriz em papel coadjuvante: Valéria Barcellos (“A Palavra Que Resta”)
Troféu Marília Pêra: Tony Ramos
Cenografia: André Cortez (“Prima Facie”) e Marieta Spada (“Um Filme Argentino”);
Iluminação: Wagner Antônio (“Prima Facie”/“Alaska”);
Figurinos: Fábio Namatame (“Prima Facie”/ “Alguma Coisa Podre”).
Direção de movimento: Édio Nunes e Milton Filho (“Professor Samba”).
Jovem Talento: Chico Beltrão (Pelas trilhas de “Lady Tempestade” e “Dois Contra o Mundo”).
Infantil: “Quebra-cabeça: em busca da peça que falta” e “Voz De Vó”
Direção: Yara de Novaes (“Prima Facie”/“Lady Tempestade”);
Ator em papel protagonista: Othon Bastos (“Não me Entrego, Não”);
Atriz em papel protagonista: Débora Falabella (“Prima Facie”);
Espetáculo: “Ordinários”;
Produção Teatro: “Não me Entrego, Não”;
Produção Teatro musical: “Vital – O Musical dos Paralamas”.

Veja quem esteve na premiação