Nego Di continua preso por estelionato após novo pedido de liberdade
Por Flavia Cirino - 05/09/24 às 11:04
A 2ª Vara Criminal de Canoas negou, na quarta-feira, 4 de setembro, mais um pedido de liberdade para Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di.
Nego Di é investigado por múltiplos crimes
Preso preventivamente há 52 dias, o influenciador digital responde a acusações de estelionato e segue detido na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), na Região Metropolitana de Porto Alegre. O sócio do influenciador, Anderson Boneti, também teve seu pedido de soltura negado pela juíza Patricia Pereira Krebs Tonet.
Nego Di e Boneti enfrentam acusações de estelionato qualificado pela fraude eletrônica. A dupla teria lesado mais de 370 clientes através de uma loja virtual chamada Tadizuera, que operou entre março e julho de 2022.
De acordo com os clientes, eles compraram produtos, como televisores e eletrodomésticos, mas nunca receberam os itens nem os reembolsos. A investigação da Polícia Civil aponta que as movimentações financeiras em contas ligadas ao influenciador superaram R$ 5 milhões durante o período.
A defesa de Nego Di, entretanto, afirmou que ele foi vítima de manipulação por parte de Anderson Boneti e não agiu com intenção criminosa.
Contudo, a juíza Patricia Tonet rejeitou essa alegação, citando um vídeo em que Nego Di aparece em um carro de luxo dizendo: “Ninguém mandou comprar televisão, ninguém mandou comprar ar condicionado”. Segundo a magistrada, o comportamento do ex-BB não condiz com alguém ingênuo no ramo de vendas.
Rejeição dos pedidos de liberdade
A Justiça já havia negado dois pedidos de soltura para Nego Di antes da decisão atual. Em julho, a defesa argumentou que não havia motivos para mantê-lo preso, mas o pedido foi recusado.
Lumena ironiza prisão de Nego Di
No início de agosto, os advogados do influenciador solicitaram a substituição da prisão por medidas cautelares, mas a juíza Tonet reafirmou que Nego Di não apresentou atitudes que demonstrassem interesse em reparar os danos causados às vítimas.
Além disso, a juíza destacou que, mesmo ganhando meio milhão de reais por mês em patrocínios, o ex-brother não tentou ressarcir os lesados. Ela observou ainda que o influenciador nunca registrou nenhuma queixa contra seu sócio, apesar de se dizer vítima de Anderson Boneti.
No caso de Boneti, a Justiça apontou que ele já responde a outros processos por crimes como lavagem de dinheiro e organização criminosa, o que reforçou a decisão de mantê-lo detido.
Nego Di tem histórico de problemas
Além das acusações de estelionato, Nego Di já enfrentou problemas com a Justiça anteriormente. Em maio deste ano, por exemplo, ele precisou apagar publicações sobre enchentes na Região Metropolitana de Porto Alegre. Isso após decisão judicial que determinou a exclusão imediata dos conteúdos por divulgação de fake news.
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Nego Di afirmou que autoridades locais estavam impedindo barcos e jet skis privados de realizarem salvamentos por falta de habilitação dos condutores, o que não foi comprovado.
Em outro episódio, ele acabou condenado por difamação e injúria contra a deputada estadual Luciana Genro (PSOL), em agosto de 2024. A pena de um ano, um mês e dois dias de detenção converteu-se à prestação de serviços comunitários e pagamento de multa. O influenciador havia ofendido a deputada em um vídeo, chamando-a de “velha sem vergonha” e “maconheira”.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino