Mario Frias insinua que Paulo Gustavo não morreu por causa da Covid-19

Por - 15/02/22 às 07:49

Mario Frias - Paulo Gustavo, ambos de roupa preta, sorrindoFoto: Reprodução/ Instagram@mariofriasoficial e TV Globo/João Cotta

Secretário Especial da Cultura do governo federal, Mario Frias participou na segunda-feira, 14 de fevereiro, de uma live realizada no canal do YouTube de Eduardo Bolsonaro, filho mais velho do Presidente da República, Jair Bolsonaro, e disse que Paulo Gustavo não teria morrido por conta das complicações do coronavírus. A live tinha como objetivo o debate ao projeto da Lei Paulo Gustavo, que disponibilizará cerca de R$ 3,8 bilhões para a área cultural, afim de reduzir os impactos causados pela paralisação do setor por conta pandemia. No ano passado o projeto de lei já foi aprovado no Senado e nesta terça-feira, 15 de fevereiro, acontecerá a votação na Câmara dos Deputados para avançar nos próximos passos.

Segundo Mario Frias, a informação de que Paulo Gustavo não morreu em decorrência da Covid-19 teria sido dada durante uma ligação com uma amiga próxima do comediante enquanto ainda estava internado. O ex-ator carioca ainda afirmou que o presidente Jair Bolsonaro teria entrado em contato com a família do ator para se colocar à disposição caso precisassem de alguma ajuda e, por isso, o político foi atrás de amigos em comum para conseguir se aproximar da família.

“Cheguei numa amiga muito próxima do Paulo Gustavo. Uma até que logo depois do falecimento dele fez campanha, chorou, xingou o presidente, fez aquele papelão ridículo de quem pro público faz uma coisa e na vida real faz outra, que é muito hábito de artista“, comentou.

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Na transmissão ao vivo, o secretário especial de cultura chamou a classe artística de hipócrita e elogiou Bolsonaro, que, segundo ele, se dispôs a ajudar mesmo com os ataques recorrentes que sofre dos artistas. Além disso, ele citou os discursos da mãe de Paulo Gustavo, D. Déa Lúcia, que fez críticas duras ao presidente.

Proposta pela oposição, a Lei Paulo Gustavo quer destravar parte dos recursos do Fundo Nacional da Cultura e do Fundo Setorial do Audiovisual, fundos públicos voltados para o fomento do setor cultural.

“A lei vai homenagear Paulo Gustavo só no nome ou os escândalos de corrupção também levarão o nome póstumo do artista?”, publicou o deputado Eduardo Bolsonaro em seu Twitter.

Paulo Gustavo morreu no dia 04 de maio de 2021, aos 42 anos, vítima do coronavírus. Ele estava internado desde o dia 13 de março no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

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JUSTIFICATIVA DOS GASTOS

Mario fez uma live em seu perfil no Instagram no último sábado, 12 de fevereiro, ao lado do secretário de Fomento, André Porciúncula, e falou sobre a polêmica viagem que fez aos Estados Unidos, que custou mais de R$ 39 mil. Entre os dias 14 e 19 de dezembro do ano passado, o ex-ator esteve em Nova York, para discutir a produção audiovisual com o lutador de jiu-jítsu brasileiro Renzo Gracie. Somente os voos de ida e volta de Frias custaram R$ 26 mil (R$ 13 mil cada trecho). Em diárias, o secretário recebeu R$ 12,8 mil. Também foi contratado um seguro de R$ 305, totalizando R$ 39,1 mil. O Ministério Público abriu investigação para apurar os custos da viagem.

O ex-marido de Nivea Stelmann ainda recebeu dos cofres públicos R$ 1.849,87 de ressarcimento de um teste de Covid-19 realizado durante o deslocamento.

Para a média de mil pessoas que assistiram a transmissão ao vivo, o secretário ironizou a situação: “Estávamos desenvolvendo o projeto da IN (instrução normativa que oficializou um grande pacote de mudanças introduzidas recentemente na Lei Rouanet) e essa viagem foi com intuito de conversar com o mercado da Broadway, que se autosustenta, para ver onde esses caras acertam. Queríamos trazer ideias para cá”, disse ele, inicialmente.

Ele seguiu ironizando e tentou justificar a verba recevida para fazer o teste: “O objetivo era enxergar como aquele mercado consegue tanto sucesso, enquanto aqui a gente continua dependendo de milhões. Pagamos pelo PCR porque a fila para o teste gratuito estava muito grande. Fui de classe econômica e dividi o quarto com Helio Ferraz (secretário adjunto), foi um romance incrível”, debochou.

Ao final da live, Mario Frias seguiu dizendo que a viagem a Nova York estva totalmente legal: “Não vou ficar em rede social dando satisfação sobre isso”, sentenciou.

O secretário da Cultura não chegou a explicar o cancelamento de sua viagem à Rússia, Hungria e Polônia, revelado pelo colunista Lauro Jardim. Ele faria parte da comitiva que acompanharia o presidente Jair Bolsonaro (PL). A viagem ocorreria entre os dias 13 e 23 de fevereiro. Mario Frias seria acompanhado por Porciúncula, Raphael Azevedo; secretário de Fomento, André Porciúncula; secretário de audiovisual, Felipe Pedri; e secretário-adjunto, Hélio Oliveira.

LUTADOR QUE CONVIDOU MÁRIO FRIAS COLECIONA POLÊMICAS

O lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie, que convidou o secretário especial de Cultura Mario Frias para uma viagem de caráter urgente a Nova York — algo que custou R$ 39 mil aos cofres públicos – foi nomeado ao posto de “Embaixador do Turismo”, em 2019, pelo ministro Gilson Machado. Naquele ano, o esportista aposentado se envolveu num incidente diplomático com a França.

Diante de críticas do presidente francês Emmanuel Macron à maneira como o governo Bolsonaro lidava, naquele período, com as queimadas na Amazônia, Renzo Gracie publicou um vídeo em que definia Macron como “palhaço” e homem com “pescoço de franga”.

O lutador, que hoje nos Estados Unidos, chamou a primeira-dama da França, Brigitte Macron, de “dragão”. O cônsul-geral da França em São Paulo, Brieuc Pont, reagiu às ofensas por meio de suas redes sociais: “Cachaça deve ser consumida com moderação, e nó de gravata, ajustado. Sem falar dos modos na mesa”, escreveu Pont.

Em 2012, Renzo Gracie havia ironizado a situação da França durante a Segunda Guerra Mundial, quando o país foi ocupado por tropas alemãs. No Twitter, Gracie publicou a frase “My honor is my loyalty” (“Minha honra é minha lealdade”, em tradução livre), atribuída a Heinrich Hinmler, um dos maiores líderes do nazismo.

Grafada na fivela dos cintos dos uniformes da polícia alemã SS, o lema foi uma espécie de slogan nazista na Alemanha de Hitler.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino