O que é surto psicótico, alteração que levou José Mayer a uma nova internação?
Por Redação - 20/03/23 às 18:18
Conforme já noticiado pelo OFuxico, José Mayer voltou a ser hospitalizado na última sexta-feira, 17 de março, na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O ator foi internado com suspeita de surto psicótico e passou por exames para verificar o que tinha. Segundo o colunista Léo Dias, Mayer teria chegado desorientado ao local, mas já estaria estável, após a internação.
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De acordo com o psicólogo e clínico geral Dr. Gonzalo Ramirez, “o surto psicótico é uma alteração temporária do estado mental em que podem ocorrer sintomas como confusão, alucinações ou delírios. Nos casos mais graves, pode ainda haver agitação e agressividade, que podem colocar a vida da pessoa em risco”.
“Geralmente, o surto psicótico é causado por doenças psiquiátricas, como esquizofrenia ou transtornos psicóticos. No entanto, também pode ocorrer devido outras doenças, como infecções ou hipertireoidismo, ou uso de drogas ilícitas, por exemplo”, disse.
“Em caso de suspeita de surto psicótico é importante procurar um clínico geral ou psiquiatra para uma avaliação. Independente da gravidade, a identificação da causa é fundamental para iniciar o tratamento mais adequado e evitar novos surtos”, acrescentou o médico.
SINTOMAS
De acordo com o especialista, os principais sintomas do surto psicótico são: Agitação, inquietação e/ou agressividade; Tristeza ou choro excessivo sem motivo aparente; Pensar que se está sendo perseguido; Acreditar que se está sendo observado ou ouvido; Achar que se é capaz de fazer coisas fisicamente impossíveis; Ver, ouvir ou sentir coisas que não existem; Falar coisas aparentemente sem sentido.
POSSÍVEIS CAUSAS
O psicólogo e clínico geral Dr. Gonzalo Ramirez ainda listou as possíveis causas da alteração temporária mental. Doenças psiquiátricas, como esquizofrenia e transtornos psicóticos; Infecções, como infecção urinária ou pneumonia; Desequilíbrios metabólicos, como em caso de hipertireoidismo ou hipoglicemia; Deficiência de vitaminas como a vitamina B12 e ácido fólico; Intoxicação por produtos industriais, como o chumbo; Medicamentos, como alguns antialérgicos, antiparkinsonianos e antidepressivos; Alterações dos minerais no sangue; Uso de drogas ilícitas; Abstinência de álcool ou medicamentos.
DIAGNÓSTICO
“O diagnóstico do surto psicótico normalmente é feito pelo clínico geral ou psiquiatra, levando em consideração os sintomas apresentados e, algumas vezes, as informações obtidas de familiares e amigos. Além disso, exames no sangue ou urina, para identificar infecções ou uso de drogas, e exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, também podem ser indicados para identificar a causa do surto”, explicou o médico.
TRATAMENTO
“O tratamento para o surto psicótico geralmente é indicado pelo clínico geral ou psiquiatra e depende da causa identificada, podendo envolver medidas como suspender os medicamentos causadores ou uso de antibióticos, por exemplo. Quando o surto psicótico é causado por uma doença psiquiátrica, como esquizofrenia ou outros transtornos psicóticos, o médico pode indicar medicamentos antipsicóticos, como haloperidol, olanzapina ou risperidona, e benzodiazepínicos”, explicou Ramirez.
Em tempo, vale lembrar que José Mayer ficou internado por 20 dias no mês de fevereiro, por conta de uma “indisposição respiratória”. Na época, ele fez uma infusão para o tratamento da doença Granulomatose de Wegener. “Finalmente, diante da magnífica vista da Enseada de Botafogo, eu recebendo a penúltima infusão no tratamento da doença autoimune Granulomatose de Wegener”, escreveu o ator na legenda de um vídeo após receber alta.
GRANULOMATOSE DE WEGENER: SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA
O site oficial Jornal Brasileiro de Pneumologia explica mais sobre a doença autoimune que acometeu o ator José Mayer.
“A granulomatose de Wegener caracteriza-se por vasculite necrosante granulomatosa que acomete preferencialmente vias aéreas superiores, inferiores e rins. Seu diagnóstico é feito associando-se as manifestações clínicas, radiológicas (múltiplos nódulos escavados) e os achados anatomopatológicos e o anticorpo anticitoplasma de neutrófilos positivo. O tratamento com corticosteróides e ciclofosfamida leva a 90% de remissão da doença em 1 ano.”
“A doença acomete homens e mulheres sem predileção por sexo, com maior frequência em indivíduos na quinta década de vida, podendo ocorrer, no entanto, em qualquer faixa etária. Os sinais e sintomas iniciais são bastante inespecíficos e o tempo até o diagnóstico pode ser bastante prolongado, principalmente nos casos de evolução mais indolente. Sintomas constitucionais (febre e emagrecimento) estão presentes em cerca de 40% e 70% dos pacientes, respectivamente, no momento da apresentação.”
MANIFESTAÇÕES PULMONARES
“O envolvimento pulmonar ocorre em cerca de 45% dos casos no início da doença e entre 66% (3) e 85% (4) no seu decorrer. Os sintomas mais comuns são tosse e hemoptise, seguidos de dispnéia. Os achados radiológicos mais frequentes são infiltrados pulmonares (67%) e nódulos (58%), estes geralmente múltiplos, bilaterais e cavitação em cerca de 50% dos casos. A tomografia computadorizada de tórax revela infiltrados e nódulos não observados no radiograma convencional em 43% a 63% dos pacientes. (6) Manifestações menos frequentes incluem derrame pleural (5% a 20% dos pacientes), presença de massas mediastinais e aumento de linfonodos.
“Alterações em vias aéreas inferiores são bastante comuns (37%) como achado incidental, sendo a estenose subglótica a manifestação mais frequente. São relatados dispnéia aos esforços, tosse e estridor nas formas mais graves. Em 75% dos casos o achado broncoscópico é o de segmento estenótico da via aérea, com aparência cicatricial, sem alterações inflamatórias agudas. A estenose subglótica é a manifestação mais comum, sendo frequentemente necessárias dilatações, muitas vezes com múltiplos procedimentos. Nos casos extremos de insuficiência respiratória, utilizam-se próteses intratraqueais e traqueostomia. Em geral são realizadas dilatações, ressecções com laser de CO2 e injeções intralesionais de corticosteróide. Cerca de 45% dos pacientes necessitam de procedimentos múltiplos para resolução da estenose.”
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da granulomatose de Wegener é baseado em critérios clínicos, radiológicos, sorológicos e anatomopatológicos. De acordo com Academia Americana de Reumatologia, o paciente pode apresentar inflamação nasal ou oral; nódulos, infiltrados fixos, ou cavitações na radiografia simples de tórax; hematúria microscópica ou mais de cinco eritrócitos por campo de grande aumento; inflamação granulomatosa na biópsia.
TRATAMENTO
“As formas estáveis devem receber o tratamento convencional com prednisona 1mg/kg/dia por quatro a seis semanas, com retirada lenta (2,5 mg por semana ou a cada quinze dias), completando-se a retirada em seis meses. Deve-se associar ciclofosfamida na dose de 2-3 mg/kg/dia, dose esta que deverá ser ajustada de acordo com o número de linfócitos – mantido ao redor de 1.000/mm3. A ciclofosfamida deverá ser retirada um ano após a remissão da doença.”
“Dada a citotoxidade do esquema convencional, vários trabalhos têm sido conduzidos com outras drogas. O uso de azatioprina (2 mg/kg/dia) substituindo a ciclofosfamida no tratamento de manutenção após indução de remissão foi proposto por um estudo recente. Este estudo, randomizado e controlado, mostrou taxas semelhantes de recidivas entre os grupos tratados com azatioprina e ciclofosfamida, com menor incidência de efeitos colaterais no primeiro grupo.”
“Metotrexato (0,3 mg/kg/semana) é outra opção terapêutica para pacientes refratários ou com efeitos da toxicidade da ciclofosfamida. Estudos com esta droga são limitados, e sua eficácia não é totalmente estabelecida. Em um estudo aberto não controlado, metotrexato foi utilizado em 42 pacientes como droga de manutenção após remissão com ciclofosfamida, porém com recidiva de 52%.”
“As formas graves devem ser tratadas agressivamente com pulso de metilprednisolona (500 a 1.000 mg/dia por três dias), e ciclofosfamida (2 a 3 mg/kg/ dia).(3-5) A realização de plasmaferese pode ser considerada nos casos refratários.
Trimetoprim-sulfametoxazol (800mg/dia de sulfametoxazol) deve ser associado aos pacientes com granulomatose de Wegener com diminuição do número de recidivas, e também como profilaxia de P. carinii na fase de imunossupressão.”
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