Thelma Assis, campeã do BBB 20, leva a mãe à estreia de monólogo de Rodrigo França
Por Flavia Cirino - 10/01/25 às 08:32
Depois de uma temporada de sucesso no Rio de Janeiro, o monólogo “Eu Sou um Hamlet”, estreou no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Na noite de quinta-feira, 9 de janeiro, com Rodrigo França no papel principal, a peça recebeu elogios de Thelma Assis. Acompanhada por sua mãe, Yara, a vencedora do BBB 20 se emocionou.
Em rara aparição, mãe e filha conferiram o espetáculo dirigido por Fernando Philbert. Em cena, Rodrigo França oferece uma abordagem contemporânea do clássico de Shakespeare. A tradução, realizada por Aderbal Freire-Filho, Wagner Moura e Barbara Harrington, alia o texto original às questões sociais do Brasil atual.
“Os nossos fantasmas (ancestrais) ainda clamam. O Hamlet de Shakespeare quer vingança; no Brasil, os diversos ‘Hamlets’ só querem justiça”, disse o ex-BBB 19.
A temporada segue até 22 de fevereiro, apresentando sessões às quintas, sextas e sábados, às 20h. Uma apresentação especial também ocorrerá no dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, às 18h.
Mãe de Thelminha enfrena o câncer
Thelma Assis recebeu o carinho do público em junho do ano passado ao contar que a mãe, dona Yara, foi diagnosticada com um câncer raro de timo, glândula na frente do coração. A médica de 39 anos destacou, primeiramente, que a vida de sua mãe foi salva pela medicina preventiva.
Thelma Assis expõe ataque racista
Dona Yara descobriu a condição rara em janeiro de 2024, fazendo exames de imagem de rotina. O tinoma – nome dado ao câncer na glândula que fica atrás do osso esterno – é em sua maioria assintomático.
“O caso da minha mãe foi um verdadeiro livramento. Porque se ela demorasse mais um pouquinho para a diagnosticar, talvez fosse tarde demais”, disse a campeã do BBB 20.
Um espelho da sociedade brasileira
A peça, fruto da colaboração de Jonathan Raymundo, Fernando Philbert e Rodrigo França, destaca o talento do protagonista ao trazer para o palco reflexões sobre a sociedade. Para França, dar vida a Hamlet é um marco, pois reforça que artistas negros podem interpretar qualquer papel.
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“Interpretar um texto que reflete o ser humano tem um impacto único quando incorporado por um ator negro”, explicou Rodrigo França. Ele também apontou a relevância da peça principalmente para questionar o mito da democracia racial e provocar reflexões sobre identidade e justiça.
Com uma abordagem crítica, a montagem utiliza as falas do personagem de Shakespeare sobretudo para dialogar com as mazelas da escravização e a luta pela equidade no Brasil.
“Estamos longe de uma equidade para existir uma reparação de nossas mazelas causadas pela escravização”, afirmou França, por fim, reforçando o papel do teatro como ferramenta de transformação social.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino