Dedé Santana ganha homenagem por seus 85 anos de carreira
Por Redação - 27/11/21 às 14:47
Na noite de sexta-feira, 26 de novembro, estreou, para convidados, o “Cine Circo Teatro Itinerante Dedé Santana”, no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Nomeado embaixador do circo no Brasil, o nosso eterno trapalhão, Dedé Santana, está realizando um sonho, unindo suas três paixões: o circo, o cinema e o teatro em um único lugar.
“Estou muito feliz! Estou conseguindo realizar este meu grande sonho: voltar às minhas origens. Eu sempre pensava: o que eu poderia fazer em retribuição ao público que me acompanha no teatro, no cinema, na televisão e no circo? Consegui realizar este projeto: o circo, a mãe de todas as artes. Então eu tenho todas as artes dentro do circo”, comemora o artista.
CARREIRA DE SUCESSO
No evento, o ícone do humor também foi homenageado pelos 85 anos de carreira. Os atores Alexandre Borges, Humberto Martins e Fioravante Almeida entregaram, cada um, uma placa ao Dedé pela contribuição dele às artes. Filho de artistas circenses, o comediante, de 85 anos, conta:
“Com três meses de idade eu estava no picadeiro do circo no colo da minha mãe. Com sete anos eu já era palhaço.”
Os convidados puderam conferir um espetáculo circense, trechos de filmes dos Trapalhões e também a peça ‘Palhaços’. A atriz Yasmim Sant’Anna dividiu o picadeiro com o pai, Dedé, na apresentação do Cine Circo Teatro Itinerante Dedé Santana.
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“É um prazer enorme estar trabalhando com ele. Dedé é um exemplo de profissionalismo e de amor à arte”, falou Alexandre Borges, diretor de ‘Palhaços’.
APELO PARA QUE OLHEM MAIS PARA O CIRCO
Hoje tem espetáculo? Não, não senhor. Com a determinação de isolamento social, por parte da OMS (Organização Mundial da Saúde), por conta da pandemia do coronavírus, muita gente está preocupada não só com o contágio da doença, mas também com o sustento de suas famílias.
E isso vem acontecendo também com os artistas de Circo. Com apresentações suspensas em todos os cantos do país, os trabalhadores necessitam de ajuda, pois segundo OFuxico apurou com o humorista Marcelo Beny, mais conhecido como Bananinha, do Comando Maluco, existem muitas taxas e muitas famílias envolvidas.
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“O Circo, quando chega em uma cidade, precisa bancar taxa de luz, água, bombeiro, pedágio e combustível, para se locomover de uma cidade a outra, entre tantas outros gastos para se apresentar ao grande público. Então, precisamos da ajuda dos governos e autoridades, que precisam olhar um pouco para o povo do circo”, contou Beny a OFuxico.
“Tem prefeitos que mandam o Circo sair da cidade, outros apenas mandam parar por causa do coronavírus e todos os artistas circenses entendem o momento, respeitam e se resguardam com suas famílias. Mas o que acontece é uma grande tragédia para os donos e os artistas de Circo, que tiram seus sustentos das bilheterias de cada apresentação e todos estão parados para evitar o contágio da COVID-19. Eles precisam de ajuda para sobreviver.”
Marcelo Beny citou o fato de o Circo não ter o devido reconhecimento pelos governos como um evento e trabalho cultural.
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“Não tem muito reconhecimento do governo como cultura. Quando se fala em cultura, na prática, raramente citam o Circo. E este, além de levar alegria e entretenimento às pessoas, a cada 15 dias tem que pagar seu orçamento para mudar de uma cidade a outra e, muitos terrenos são particulares e o circo tem que se bancar sozinho.”
Sobre uma perspectiva de como estará o Circo e seus trabalhadores, quando a COVID-19 for controlada, Beny ainda não sabe como será.
“Eu penso que, quando as coisas voltarem ao normal, o Circo será o último a conseguir retomar sua ‘estabilidade’. Por isso, peço que as cidades que vão receber a lona, que facilitem para os circos após essa crise toda”.
Dedé Santana: o menino do Circo
OFuxico conversou com Dedé Santana, o Embaixador do circo no Brasil. Ator e humorista que nasceu no circo e já fez muita gente rir e se emocionar com seu trabalho no grupo Os Trapalhões – que estreou já fazendo sucesso em meados de 1960, onde dividia esquetes com Renato Aragão e os saudosos Mussum e Zacarias -, Dedé fez um apelo emocionante às prefeituras e secretarias de cultura, buscando até mesmo cestas básicas para ajudar os artistas circenses.
“Estou fazendo uma grande campanha, falando com prefeituras, secretarias de cultura, de várias cidades, porque o Circo precisa de ajuda. Tenho recebido um bom retorno de todos, graças a Deus, mas há muitos precisando. Os circenses trabalham hoje para comer amanhã. Não tem como pagar tudo o que necessita, no Circo existem muitas famílias e crianças que dependem do trabalho dos pais por lá. Peço, não só para o circo, mas também para os parques do Brasil, que necessitam dessa ajuda, principalmente neste duro momento que enfrentamos. Agradeço toda a ajuda e a nossa conversa, OFuxico, como artista circense que sou.”
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A mãe das artes
“O circo é a mãe de todas as artes. Nasci na lona do circo. Sou artista de barra, trapézio, globo da morte, tudo. Cresci fazendo Circo. Neste momento, queria pedir que parem de cobrar o terreno, ajudem com cestas básicas. Façam isso por mim, que já fiz você rir e se divertir muito, junto com meus irmãos de circo.”
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