Carnaval: Tudo sobre o desfile da  Colorado do Brás , em São Paulo

2ª escola a desfilar na sexta-feira, 22 de abril
Colocação em 2020: 12º lugar – grupo Especial
Enredo: “Carolina — A Cinderela Negra do Canindé”

Ficha técnica:

Fundação: 01/10/1975
Cores oficiais: vermelho e branco
Presidente: Antônio Carlos Borges (Ka)
Carnavalesco: André Machado
Mestre de Bateria: Allan Meira
Casal de mestre-sala e porta-bandeira: Ruhanan Pontes e Ana Paula
Direção de Carnaval: Karyn Fernandez e Jairo Roizen
Direção de Harmonia: Diego Zulão e João Daniel Alves Ferreira
Rainha de bateria: Maísa Magalhães
Rainha LGBTQIA+: Camila Prins
Intérprete: Chitão Martins
Coreógrafo da Comissão de Frente: Kelson Barros
Famosos: Não tem
Alegorias: 4
Componentes: 1600
Alas: 19

O ENREDO

A Colorado do Brás vai retratar na avenida a vida e a obra da escritora Carolina Maria de Jesus, uma mulher preta que nasceu em Sacramento, Minas Gerais, e, março de 1914. Já em São Paulo, morou na favela do Canindé. Catava papelão para viver e retratou toda a sua história escrevendo o best seller “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada” (1960).  

Carolina de Jesus, uma das primeiras escritoras negras do Brasil e considerada uma das mais importantes, morreu aos 62 anos, em São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977, vítima de insuficiência respiratória. A escritora vendeu 3 milhões de livros, em 16 idiomas; ela viajou pelo Brasil e atraiu multidões.

O carnavalesco propõe o desfie de forma lúdica, fazendo uma analogia com a história da Cinderela, que trabalhava muito e encontrou uma fada madrinha que a levou para o baile onde, por conta de um sapatinho de cristal, mudou de vida. Carolina também trabalhou muito, batalhou a vida inteira, passou fome e por ser negra e favelada, demorou muito pra se tornar escritora, até ser reconhecida como tal. A fada madrinha dela, no caso, foi o Audálio Dantas, um jornalista que apareceu na favela do Canindé quando ela estava sendo desapropriada e conheceu Carolina de Jesus. Ela o mostrou o livro que estava escrevendo e assim “Quarto de Despejo”, acabou se tornando o livro mais vendido da época. Foram 10 mil cópias em uma única semana e 100 mil cópias em 1 mês e Carolina passou a ser uma celebridade.

Compositores: Thiago Sukata, Turko, Rafa do Cavaco, Claudio Mattos, Maradona, Valêncio, Luan e Thiago Meiners

Letra do Samba enredo da Colorado do Brás:

Salve o povo da rua
Abre caminhos, minha história vou contar
Sou eu, Carolina de Jesus
A voz da pele preta a ecoar
Bitita! Livre feito uma borboleta
No quilombo de força e coragem
Há fome de esperança e igualdade
Menina! Poema de asfalto à luz do luar
Em casa de madame pra ganhar o pão
Sonhos escritos não foram em vão

Lá vou eu pra batalha, não tinha o que comer
Fiz verso fiz poesia retratando o meu viver
Quando cheguei em São Paulo sem rumo, sem renda
Falei de justiça pra que o mundo entenda

Extra! A negra enriqueceu
Sou eu… A mãe preta resistência
Bordando em meu quarto sentimentos
Mazela que reflete a consciência
Nas folhas de caderno a verdade se traduz
Em meu sobrenome uma prece, Jesus
Ser a Cinderela do meu Canindé
A flor mais bela, quem é que não quer?!
Vencer o preconceito, lutar é nosso direito
Não duvide da bravura da mulher

Samba da favela, nega batucada
A Colorado é a voz da emoção
Um grito de coragem pra cantar o amor
Respeita a minha cor