Unidos de Vila Isabel discorre sobre os laços de Brasil e Angola

Por - 20/02/12 às 05:42

Aphotos

A Unidos da Vila Isabel foi a última escola carioca a pisar na Sapucaí, no Rio, na madrugada desta segunda-feira (20). Com o samba-enredo "Você Samba Lá, que Eu Sambo Cá – O Canto Livre de Angola", mais de 4 mil componentes mostraram muito samba no pé, a agremiação entrou na avenida com 4 mil componentes espalhados em 32 alas e sete carros alegóricos, mostrando elementos da cultura do país africano, como o ‘semba’ (dança que posteriormente deu origem ao samba brasileiro), o kuduro (dança típica angolana) e o imbondeiro (baobá africano, uma árvore sagrada). A estamparia africana também deu o tom do desfile.

O grande destaque ficou por conta da escola foi a rainha de bateria Sabrina Sato, que foi muito comentada pela TV Globo.

Ela brilhou à frente da bateria dos mestres Wallan e Paulinho após passar meses treinando dança africana para sua apresentação. A musa do Pânico na TV! surgiu deslumbrante em uma fantasia que representa uma guerreira angolana.

"Eu me identifiquei muito com o enredo porque Angola tem muito a ver com nosso povo e nossas raízes. Sou uma guerreira e sei que esse desfile promete arrasar", disse a japa, que está ansiosa para sua estreia na Band.

 

Enredo: Você Semba de Lá… Que eu Sambo de Cá – O Canto Livre de Angola

Componentes: 4 mil
Alas: 30
Alegorias: 07
Intérprete: Tinga
Mestre-Sala e Porta-bandeira: Julinho e Rute
Rainha da Bateria: Sabrina Sato
Quem vem: Quitéria Chagas, Louise Altenhofen, Leo Jayme, Tony Garrido

Brasil e Angola são ligados por laços afetivos, linguísticos e de sangue. São irmãos pela história que os une. E será essa integração que a Unidos de Vila Isabel mostrará no Carnaval de 2012, recheada de cores. Rainha Njinga, navio negreiro, muita palha e uma homenagem a Martinho da Vila estarão presentes. Foi o cantor, que carrega no sobrenome artístico a paixão pelo bairro que batiza a escola de samba, quem deu a idéia do enredo. É de Martinho, há mais de 20 anos, a responsabilidade da integração musical entre Brasil e Angola.

Letra do samba:
Autores: Evandro Bocão, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Artur das Ferragens
Vibra, oh minha Vila
A sua alma tem negra vocação
Somos a pura raiz do samba
Bate meu peito à sua pulsação
Incorpora outra vez Kizomba e segue na missão
Tambor africano ecoando, solo feiticeiro
Na cor da pele, o negro
Fogo aos olhos que invadem,
Pra quem é de lá
Forja o orgulho, chama pra lutar
Reina Ginga, ê matamba 
Vem ver a lua de Luanda nos guiar
Reina Ginga, ê matamba 
Negra de Zâmbi, sua terra é seu altar
Somos cultura que embarca
Navio negreiro, correntes da escravidão
Temos o sangue de Angola
Correndo na veia, luta e libertação
A saga de ancestrais
Que por aqui perpetuou
A fé, os rituais, um elo de amor
Pelos terreiros (dança, jongo, capoeira)
Nasce o samba (ao sabor de um chorinho)
Tia Ciata embalou
Com braços de violões e cavaquinhos a tocar
Nesse cortejo (a herança verdadeira)
A nossa Vila (agradece com carinho)
Viva o povo de Angola e o negro Rei Martinho
Samba de lá, que eu sambo de cá
Já clareou o dia de paz
Vai ressoar o canto livre
Nos meus tambores, o sonho vive


 

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