Viradouro aposta na força de Malunguinho e promete desfile histórico

Por - 03/03/25 - Última Atualização: 2 março 2025

Lore Improta saudando a bandeira da Unidos do ViradouroLore Improta, musa da escola, saúda a bandeira da Unidos do Viradouro - Foto: Reprodução/ Instagram @loreimprota

A Unidos do Viradouro prepara uma homenagem impactante ao líder quilombola Malunguinho, uma figura central na história de resistência do Brasil. O enredo “Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos” apresenta acima de tudo a luta por liberdade do herói do século 19, que comandou o Quilombo do Catucá, no Norte de Pernambuco.

Relembre o desfile campeão da Viradouro

Com um enredo afro-indígena, a escola busca, antes de mais nada, resgatar a ancestralidade e destacar a união das culturas afro-brasileira e indígena.

“É um enredo afro-indígena, um enredo negríndio. Misturamos essas duas culturas dentro de um personagem, não existe nada mais brasileiro”, explicou, primeiramente, o carnavalesco Tarcísio Zanon.

De acordo com ele, Malunguinho transcendeu o tempo e se manteve vivo na cultura popular por meio do culto da Jurema Sagrada. No desfile, a figura histórica será apresentada em três formas: caboclo da mata, mestre juremeiro bem como guardião das encruzilhadas.

Ensaios animam a comunidade e atraem fãs

O clima nos ensaios de rua da Viradouro seguiram ao longo da temporada com muita emoção, bem como união entre os integrantes. Desse modo, a comunidade se mostra empolgada e pronta para levar uma mensagem de força e resistência para a avenida. Lore Improta, musa da vermelho e branco, sempre marcou presença e fez questão de estar cada vez mais entrosada com a comunidade.

Os ensaios, dessa forma, se tornaram uma verdadeira celebração da vida. “A Viradouro é campeã e não vai perder esse título facilmente, afirmou Lore, em seguida .

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A escola trará alas que exaltam principalmente a mãe natureza e a resistência dos povos afro e indígenas. Assim sendo, com a força de seu samba e um enredo carregado de ancestralidade, a Viradouro promete emocionar o público e disputar mais um título no Carnaval carioca.

Confira a letra do samba da Viradouro

A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só

Acenda tudo que for de acender
Deixa a fumaça entrar
Sobô nirê mafá, sobô nirê
Evoco, desperto nação coroada
Não temo o inimigo, galopo na estrada
A noite é abrigo
Transbordo a revolta dos mais oprimidos

Eu sou caboclo da Mata do Catucá
Eu sou pavor contra a tirania
Das matas, o Encantado
Cachimbo já foi facão amolado
Salve a raiz do Juremá

Ê juremeiro, curandeiro ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não
Ê juremeiro, curandeiro, ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não

Entre a vida e a morte, encantarias
Nas veredas da encruza, proteção
O estandarte da sorte é quem me guia
Alumia minha procissão
Do parlamento das tramas
Para os quilombos modernos
A quem do mal se proclama
Levo do céu pro inferno
Toca o alujá ligeiro, tem coco de gira pra ser invocado
Kaô, consagrado

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Reis Malunguinho, encarnado
Pernambucano mensageiro bravio
O rei da mata que mata quem mata o Brasil
O rei da mata que mata quem mata o Brasil

A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro

Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só
A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino