‘Alien: Romulus’ ressuscita franquia em filme muito ‘humano’
Por Raphael Araujo - 15/08/24 às 04:00
“Alien: Romulus”, o novo thriller de ficção científica do produtor Ridley Scott e do diretor e roteirista Fede Alvarez, estreia exclusivamente nos cinemas de todo o país em 15 de agosto desse ano. Porém, a convite da Disney, OFuxico teve a oportunidade de conferir o filme, e te conta tudo que achou da produção.
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Em sua sinopse, o longa prometia levar a fenomenal franquia de sucesso iniciada por “Alien, O Oitavo Passageiro”, de 1979, de volta às raízes, mostrando um grupo de jovens colonizadores espaciais explorando as profundezas de uma estação espacial abandonada, enquanto se depara com a forma de vida mais aterrorizante do universo.
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Ainda, o diretor, conhecido por obras como “Evil Dead” (“A Morte do Demônio”), de 2013, e pelo sucesso de bilheteria “O Homem nas Trevas”, de 2016, falou sobre seu maior sonho com o filme em uma première do longa em Montevidéu, Uruguai: “Para mim, não há união mais forte do que um artista e seu público, eu adoro quando isso acontece. Então, se me perguntam o que eu quero… é que o filme fique com os espectadores”.
“Que fique algo dele nas memórias e nos corações das pessoas. Acima de tudo, eu gostaria que chegasse aos adolescentes. Porque nós, adultos, depois dos 20 anos, é muito difícil que um filme tenha impacto, que deixe uma marca, que fique com você para sempre”, prosseguiu ele, suma.
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“Mas para as pessoas que têm entre 12 e 18 anos que vão ver este filme, realmente tenho fé e espero que eu gere isso, e que fique para sempre, que seja uma companhia e uma lembrança de uma época importante de suas vidas”, completou Fede Alvarez respondendo à questão, mostrando então, sua ambição com o projeto.
“Alien: Romulus” entrega tudo que promete?
A resposta para a pergunta acima é: com certeza! As expectativas foram mais que supridas com o filme, que de fato resgata o que mais deu certo nos bem-sucedidos longas-originais: a mistura perfeita de terror/suspense com ficção científica. Não dá para escolher apenas um gênero para o longa, que sabe abraçar bem os dois lados.
A direção de Álvarez é com certeza o maior ponto positivo de “Alien: Romulus”, sabendo conduzir a narrativa muito bem sem cansar o espectador ao mesmo tempo que conta sua história por completo. E reforçando que foi dito anteriormente, mesclando elementos clássicos do terro e do Sci-Fi com maestria.
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Aliás, outro ponto a se ressaltar com todos os elogios possíveis é o visual do filme, seja a fotografia ou design de produção e efeitos especiais. Tudo está lindamente bem-usado em tela e se exibe com excelência em tela, fruto da escolha de Fede em optar por efeitos especiais produzidos fisicamente, com menos imagens geradas por computador ou outras técnicas de pós-produção.
“Tecnicamente, é um filme muito ambicioso”, contou Álvarez à AFP em Montevidéu. E de fato o é, não devendo nada para grandes franquias como Marvel e Star Wars no quesito visual e grandeza. Não são poucas as cenas em que a câmera/enquadramento é bem escolhido, e há um momento na reta final do longa em que o ponto de vista escolhido é positivamente fora da caixinha.
Apesar do nome, é um projeto bastante humano
Porém, outro grande ponto positivo de “Alien: Romulus” é a humanidade em seu texto e história. Mesmo que a franquia carregue o nome de um ser vivo fora da Terra e ele seja quem você espera ver na tela, os personagens centrais da trama são o grupo de jovens citados primordialmente, e que são o fio condutor da história.
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A motivação que os une é muito fácil de se identificar como espectador, e traz inclusive piscadelas críticas à sistemas de exploração humana como força de trabalho. Está longe de ser o assunto do filme, mas é isso que motiva os protagonistas a embarcarem em uma jornada tão arriscada e misteriosa.
Destaque também à relação Rain (Cailee Spaeny) e Andy (David Jonsson), que traz mais debates sobre amor e conexão sentimental/emocional, e o quanto isso é intrínseco até nos momentos mais tensos e perigosos de nossas vidas. Nos outros personagens também vemos isso, mas é com essa dupla que o filme brilha mais em trazer esse aspecto à tona.
O Alien brilha?
“Legal que os seres humanos são interessantes e profundos, mas o Alien tem espaço para brilhar?” Sim! Os momentos com o xenomorfo mais conhecido dos cinemas são espetaculares, trazendo toda a tensão que eles carregam como espécie e o quanto é amplamente difícil escapar de suas garras após nascer e agir.
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Toda cena com em que aparece alienígenas no filme é de tirar o fôlego, e se você se assusta fácil, prepara o coração! Aliás, cenas de ação envolvendo os monstros também acontecem, e são igualmente interessantes.
Em suma…
“Alien: Romulus” é responsável por “ressuscitar” a franquia, após os últimos filmes não agradarem público e crítica, trazendo um frescor e uma grande aventura em tela, que vai te prender a atenção ao longo das duas horas. Algumas decisões de personagens podem não agradar a todos, mas dificilmente o resultado final não será extremamente satisfatório!
E para o público mais jovem que Fede Àlvarez mirou, se for sua primeira experiência com terror e ficção científica, tal qual foi com muita gente com os primeiros filmes de “Alien”, ele de fato vai te marcar como o cineasta desejava.
Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.