CCXP22: Elenco de ‘Cidade de Deus’ se emociona ao falar de representatividade

Na CCXP22, o filme “Cidade de Deus” foi homenageado pelos 20 anos da obra audiovisual indicada ao Oscar. Estiveram presentes: Edson Oliveira, Seu Jorge, Alexandre Rodrigues, Andrea Oliveira, Daniel Rezende.

Todos os artistas se emocionaram ao falar da obra, e da importância de ter um dos primeiros elencos brasileiros majoritariamente formados por pessoas pretas.

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Seu Jorge, emocionado, refletiu: “Começo dizendo que a coisa mais impactante para mim foi a reflexão que fizemos. Da vida das pessoas nas comunidades desassistidas. No processo, aprendemos sobre empatia, e tudo isto dentro deste mundo. Ver isto representado no cinema me toca”.

A importância do filme é tanta, que ele ainda brinca com uma situação inusitada: “Estava na casa de um amigo, o Lenny Kravitz. Ele me elogiou e disse que tinha assistido o filme 5 vezes. E ainda me contou que viu com alguns amigos, Barack Obama e Michele Obama. E ele ainda disse: ‘Você não os conhece. Mas, eles te conhecem’”.

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Seu Jorge ainda relembrou “Medida Provisória”, dirigido por Lázaro Ramos, e fez menção ao grande trabalho e a toda representatividade que o trabalho trouxe, e que tudo isto começou com “Cidade de Deus”.

SÉRIE CONFIRMADA!

O diretor do longa, Fernando Meirelles, ainda contou que logo mais teremos um spin-off do longa metragem, 20 anos depois. Chamada de “Cidade de Deus – A Série”, ela está em fase de roteirização, e o diretor conta:

“O filme era sobre como esse mundo foi desvalorizado. A série é sobre a potência que ela é. Na época, formamos um elenco preto, e hoje temos um grande elenco, com atores, roteiristas e cineastas”.

REPRESENTATIVIDADE

O assunto que veio permeando todo o painel foi sobre representatividade. Todos os presentes ressaltaram que o filme trouxe para eles algo muito maior, e que a preparação do elenco foi feita em um tempo bem corrido: 5 a 6 meses, onde o diretor observava os atores na oficina de formação e ia direcionando cada um a um papel. Alexandre Rodrigues, o Buscapé, contou:

“Quando ele me falou que se ia o protagonista, eu não acreditei. Eu perguntava: ‘O que? Protagonista do que?’.”

Fernando então revela que muitas produtoras não estavam interessadas no filme, e que a dificuldade de se encontrar um elenco negro era sempre muito grande, e por isso foi necessário a formação do elenco do zero, com treinamentos e oficinas, para então ter a base do filme: Os Atores.

No final, destacou-se a importância de uma obra que foi desacreditada, e que, mesmo com cenas consideradas pesadas, o filme ganhou um reconhecimento e uma enorme proporção, se tornando uma das maiores obras filmadas pelo Brasil.

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