CCXP22: ‘Nunca revejo meus filmes’, diz diretor de ‘Cidade de Deus’

Por - 01/12/22

Fernando Meirelles na CCXPFernando Meirelles na CCXP - Leo Franco/Agnews

Nesta quinta-feira, 1° de dezembro, estreou oficialmente CCXP22, maior evento de cultura pop do mundo, que já começou com tudo com painel sobre os “20 anos de Cidade de Deus”, um dos filmes mais importantes do cinema brasileiro.

Fernando Meirelles, diretor do longa, foi o grande homenageado da edição, estreando o tão esperado Palco Thunder by Cinemark, que contou até com pessoas dormindo na fila desde o dia anterior.

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Logo após sua entrada, Meirelles recebeu um prêmio como homenageado da CCXP22, e destacou sua humildade. “Nestes anos, não tenho vindo porque acredito que meu trabalho é supervalorizado”, disse sobre não ter ido antes ao evento.

Um vídeo elogiando Fernando foi exibido, contando com depoimentos de diversos artistas e amigos do cineasta, além de trechos dele filmando alguns de seus projetos  arrancando aplausos do público.

Sobre a amizade com Marcelo Tas, descreveu: “A gente tem uma casa em Paraty juntos, ele fala que somos um casal. […] Temos uma amizade muito grande, algo surreal. Na verdade, ele é meu irmão”.

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Ele então comentou sobre seu trabalho: “O que eu faço é ser curador, eu monto sempre um time bom, sou tipo o Tite (risos). Quando faço um roteiro, costumo reunir muita pessoas talentosas e aí ver o que fazer. Sou um coordenador de equipe talentosa”.

“Sou um arquiteto, pois ele é a cabeça, ele tem a concepção do projeto e chama uma equipe para ser tirado do papel. Um diretor é quase a mesma coisa, e sou totalmente colaborativo, sempre ouço a opinião das pessoas”, afirmou.

RELAÇÃO DE FERNANDO COM SEUS PROJETOS

Ele então contou o que mais instiga em seus projetos: “Eu costumo aceitar projetos que me mobilizem, que vejo um motivo para existir, e costumo falar de injustiças. Mudanças climáticas também, tive um insight há 20 anos e costumo abordar sobre isso nos meus projetos”.

Meirelles ainda contou outro tema que costuma falar muito: “Quando tinha 6 anos, estava passeando com a família, olhei para o céu e vi que era uma “merdinha no universo”, eu passei a trabalhar a morte como um peso. Ver que vamos morrer é não ser nada, mexeu muito comigo, até levei para terapia”.

Sobre seu trabalho mais recente, Fernando descreveu: “É uma série de detetive com Colin Farrell, não posso falar muito e não é um tema que não estou acostumado, mas foi uma bela experiência”.

“Nunca tive uma colaboração tão linda e maravilhosa como com Colin Farrell, e garanto que ele e Brandon Fraser vão ganhar tudo (os prêmios). Queria trabalhar com ele de novo”, garantiu

Ele então relembrou seu projeto mais bem-sucedido: “O castelo Rá-Tim-Bum era para ser uma coisa rápida, cheia de esquetes, para um público infantil, e de âmbito legal, e fico feliz que o público acatou a essa ideia de uma maneira inigualável”.

“Cara de pau costuma me descrever bem, se tem um abismo me jogo como for. Se estou seguro, faço direitinho, mas se estou inseguro, me jogo mais e foco no projeto, gosto até mais”, declarou.

Fernando Meirelles então revelou uma curiosidade: ele nunca assiste seus filmes. “Nunca revi Cidade de Deus. Sempre busco olhar para frente, para o futuro. Não quero ficar revendo o que já fiz”.

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Formado desde 2010, já passou pelas editorias de esporte e entretenimento em outros veículos do país e atualmente está no OFuxico. Produz matérias, reportagens, coberturas de eventos, apresenta lives e ainda faz vídeos curtos para as redes sociais