Crítica: ‘A Casa do Dragão’ apresenta a finale que nunca foi

Por - 05/08/24 às 12:03

A Casa do DragãoA Casa do Dragão: crítica do final de temporada (Reprodução/HBO)

‘A rainha que nunca foi’ era o título que Rhaenys Targaryen (Eve Best) levava consigo. Apelidei, carinhosamente, o oitavo episódio da segunda temporada de “A Casa do Dragão”, que encerrou a temporada no domingo, 4 de agosto, como ‘a finale que nunca foi’. O número de episódios é algo a se discutir, não apenas por vontade de mais, mas também pela insuficiência que sua conclusão causou, jogando para 2026 uma responsabilidade enorme nas costas da já confirmada terceira temporada.

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Queima tudo

Iniciamos o episódio naquele clima tenso que a semeadura causou e com toda a fúria incontrolável de Aemond (Ewan Mitchell) queimando inocentes, por pura ‘terapia’. Ele e Vhagar assistem diversos plebeus sucumbindo ao fogo, enquanto seu único olho mergulha na imensidão das chamas do dragão. Além disso, os primeiros minutos se passam em Essos e em uma reunião tensa com a Triarquia, que, já adianto, resulta num banho de lama e num momento que, para este último episódio, era um tanto quanto tarde, visto que poderia ser encaixado anteriormente.

Enquanto isso, lá em Dragonstone, as coisas estão estranhas. Rhaenyra (Emma D’Arcy) não calculou que um de seus novos montadores é, com o perdão da expressão, um idiota. Ulf (Tom Bennet) quer mais do que melhorar sua vida; ele quer riqueza fácil, tudo isso porque Silverwing o aceitou como domador.

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Rhaenyra em "A Casa do Dragão"
Rhaenyra e seu clã de dragões (Reprodução/HBO)

Um final amargo

O real problema do episódio está em sua conclusão. Não que seja fraco, mas porque evidenciou que oito episódios foram insuficientes para levar a grandeza de “A Casa do Dragão” para as telas. Muito se fala nas redes sociais sobre os diálogos extensos, mas devo ressaltar que uma trama política se sustenta nas teias e ligações que causam os grandes acontecimentos, como foi no quarto episódio em Pouso das Gralhas.

Sem muitos spoilers do que aconteceu na season finale, o episódio se sustenta em 70 minutos de “algo vai acontecer, algo vem aí”. Mas perde muita força quando mostra uma montagem de acontecimentos, perfeitamente colocados, e os créditos sobem. Principalmente com a pobre Rhaena (Phoebe Campbell), que passa longos períodos de sufoco para encontrar o Rouba Ovelhas e… para por aí.

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Quem também surge derrotada, mas conformada, é Alicent (Olivia Cooke). Seu novo encontro com a rainha dos dragões é emotivo e, de certa maneira, é o ponto alto do episódio. As duas conseguem expor suas dores e fazer um acordo que acaba resultando numa vulnerabilidade muito interessante da rainha do lado verde de Westeros. Um belo acerto!

Syrax
Syrax grita ‘não mexe com a mamãe’! (Reprodução/HBO)

Fan service

Quando bem colocado, o fan service pode até dar novos ares para algo, como em “Ultimato” e “Deadpool & Wolverine”. Porém, a visão de Daemon (Matt Smith) com os próximos acontecimentos gera algo curioso. Uma personagem queridíssima aparece como a confirmação daquilo que boa parte dos fãs acreditava, que foi estragado pelo final sem sentido de “Game Of Thrones”. Sem entrar em muitos detalhes, para não destruir a surpresa para alguns, ficou deslocado e serviu apenas como um chacoalhão para o nosso querido guerreiro Targaryen aceitar Rhaenyra de uma vez.

Um dos pontos altíssimos fica com Haelena (Phia Saban). Ela, que se destacou com gentileza, graciosidade e muita doçura e pavor em seu olhar, não deixou de dar tudo isso mais uma vez. Quando o próprio autor admite que a personagem está muito mais bem escrita do que no livro… bem, não há muito o que argumentar, apenas aproveitar o deleite que é ver a montadora de Dreamfyre em cena.

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Daemon
Daemon e suas visões (Reprodução/HBO)

2026

Em suma, o longo inverno chegou para os fãs de “A Casa Do Dragão”. Com filmagens marcadas para o final de 2024 e a estreia de mais um spin-off de “Game Of Thrones” chegando no próximo ano (“O Cavaleiro de Sete Reinos”), só veremos o desenrolar e a provável Batalha da Goela em 2026.

Embora tenha performado muito bem durante sete episódios, com construção em cena, diálogos expositivos e um roteiro que mudou muitas vezes os rumos das coisas a seu favor, o final não é digno de ser chamado assim. Afinal, o gostinho amargo permaneceu, mesmo que tenha existido um ótimo momento para a próxima. O problema é este: ficou para depois o que podia ser feito ontem.

O jeito é aguardar o desenrolar e manter a ansiedade controlada. E rezar para ‘os Deuses’ que o número de episódios seja revisado e aumente um pouco mais, pois queremos ‘fogo & sangue’.

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha