Saiba por que devemos assistir Rainha Charllotte, nova mania da Netflix
Por Flavia Cirino - 23/05/23 às 08:00 - Última Atualização: 22 maio 2023
Se você já assistiu “Bridgerton”, tem quase que obrigação de jamais, em tempo algum, deixar de conferir “Rainha Charlotte”. E quem não sabe do que se trata, sem problemas. Há duas semanas e meia no ar, a série conquistou o topo do ranking das mais assistidas em língua inglesa na Netflix, globalmente.
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Derivada do megasucesso “Bridgerton”, a nova aposta da poderosa produtora Shonda Rhimes somou 148,28 milhões de horas assistidas na plataforma, entre 1 e 7 de maio. A produção foi lançada somente no dia 4, ou seja, o número se refere a apenas três dias de exibição.
Vale destacar que um livro homônimo foi lançado simultaneamente à estreia da série, assinado por Julia Quinn, criadora da saga “Os Bridgertons”, e por Shonda Rhimes.
A nova série dá ares de ficção a trajetória de vida da monarca Sofia Carlota, que reinou na Inglaterra por 57 anos e é considerada por alguns a primeira rainha negra da nação. A trama é ambientada cinco décadas antes de Bridgerton, e explora a juventude da personagem, que começou a reinar aos 17 anos, quando se casou com o Rei George III, o “rei louco”.
SÉRIE BASEADA EM FATOS REAIS
Charlotte é descrita como extravagante e dona de um temperamento pouco cordial, um pessoa nada simples. Nascida em Mirow, uma pequena província da Alemanha, Charlotte tinha 17 anos quando chegou à Inglaterra apenas seis horas antes de seu casamento com o rei, a quem conheceu no altar.
Na série, os dois chegam a flertar antes da cerimônia, quando ela tenta fugir do matrimônio. A “pressa” era para ocultar que George III sofria de um distúrbio mental até hoje desconhecido.
Há quem diga que era uma doença genética que afetava o cérebro, como porfiria. Outros apontavam transtornos como bipolaridade ou esquizofrenia. Ao longo de seus 81 anos, ele intercalou momentos de lucidez e de delírio, que lhe garantiram o infame apelido de “rei louco”.
Em cena, é vivido pelo ator Corey Mylchreest e ganha mais charme especialmente quando é submetido aos horrores dos tratamentos psiquiátricos da época.
Na prática, a rainha Charlotte desempenhou o papel de monarca mais do que o marido, apesar de ter baixa popularidade entre a aristocracia, pelo obvio motivo: racismo.
Segundo a série, a rainha gostava de perucas e vestidos exuberantes, vivia cercada por cachorros e cheirava tabaco em pó diariamente. Apaixonada por artes, “descobriu” Mozart quando ele tinha apenas 8 anos.
Apaixonada pelo marido, teve com ele 15 filhos, mas somente 13 chegaram à vida adulta. Mesmo afeita ao luxo, ela ajudou a criar um lar aconchegante para as necessidades do rei no palácio de Kew, residência de campo afastada da agitação de Londres.
CHARLOTTE OU MEGHAN MARKLE?
A rainha Charlotte é vivida pelas atrizes negras Golda Rosheuvel, na maturidade, e por India Amarteifio na juventude. São inconclusivos, embora variados, os indícios de que Charlotte teria sido a primeira negra na realeza britânica e não Meghan Markle, como muitos acreditam.
Charlotte aparece em fotos com traços africanos, cabelo crespo e tom de pele escuro. Era comum que os retratistas da época amenizassem “defeitos” da aparência da família real. Contudo, há historiadores que afirmam que ela passou por um processo de embranquecimento. Ouros sugerem que pintores abolicionistas tentaram escurecê-la em meio a movimentos contra a escravidão.
Um médico da rainha, entretanto, a descrevia como “cara de mulata”. Apesar de ser alemã, Charlotte era fruto da miscelânea das famílias reais europeias, entre elas um ramo da nobreza portuguesa que se envolveu com mouros séculos antes.
Desta forma, há de se crer que a família real inglesa tem sangue africano, uma vez que a rainha Vitória (1819-1901), tataravó de Elizabeth II, era neta de Charlotte.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino