Carolina Dieckmann abre o jogo sobre lições que teve ao viver no exterior

Por - 04/09/22 às 09:00 - Última Atualização: 2 setembro 2022

Carolina Dieckmann de vestido tomara-que-caia pretoCarolina Dieckmann ficará no brasil até o fim das gravações da próxima novela das 19h - Foto: Leo Franco/ Marcelo Sá Barreto/ AgNews

Foram cinco anos morando em Miami, nos Estados Unidos, e, por opção, a carreira de atriz ficou em modo pausado. De volta ao Brasil, Carolina Dieckmann não se priva de dizer que tomou a decisão certa. Talvez, a melhor de sua vida.

No “meio do caminho”, período, que acabou calhando com a chegada da pandemia, a artista carioca de 43 anos redescobriu muita coisa e aprendeu outras tantas, como o simples prazer de arrumar a própria cama, cozinhar, arrumar a casa, além de acompanhar de perto cada momento dos filhos José, de 15 anos, de seu atual casamento com Tiago Worcman, e Davi, de 23, da união com Marcos Frota.  

Escalada para atuar em “Vai na Fé”, título provisório da novela que vai substituir “Cara e Coragem” na faixa das 19h, a atriz está eufórica por retomar a carreira. Mas deixa bem explicado: não se arrepende de absolutamente nada que viveu nesse hiato. 

“Vou ficar aqui até julho do ano que vem, sem sair. Mas não me arrependo de nada, nem por um segundo, pelo tempo que fiquei lá”, disse ela à OFuxico.

Em agosto, mal havia chegado ao país, Carolina se encarregou de voltar aos palcos, com seu espetáculo “Karolkê”, trocadilho que brinca com a mistura de Carol com karaokê. Em cena, ela solta a voz e explica: não se trata de um show.

Confira mais sobre a vida pessoal e profissional da atriz:

OFuxico: Como você está reagindo ao panorama do país, pós-pandemia, às vésperas de uma eleição, nesse seu retorno?
Carolina Dieckmann: Está muito difícil. Todos os seguimentos artísticos passara por um grande baque, continuam passando e eu vejo o quanto é difícil, as pessoas reclamando… Nesse desmonte que foi feito na cultura nos últimos anos, alguns lugares conseguiram sobreviver mais do que os outros. E vamos embora, arregaçar as mangas, lotar esses teatros.

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OFuxico: E qual o espaço pra música nessa sua retomada?
Carolina Dieckmann: Muito espaço! Está no ‘Karolkê’ e é como se eu contasse a história da peça cantando. Eu não vejo com um show. A Preta (Gil, amiga inseparável) ainda há pouco me disse: ‘Carol, é um show!’. Mas eu não vejo assim, embora eu goste muito de cantar, embora eu me esforce, eu estude, eu ensaie, eu não me sinto cantora e sim uma atriz que canta.

OFuxico: Recentemente você participou de um podcast e algumas revelações deram o que falar. Foi a primeira vez que você deu entrevista nesse formato, o que achou dessa nova onda?
Carolina Dieckmann: Falei coisas que já revelei várias vezes, não teve nada que não tivesse falado antes.  O gostoso é ser sem edição. A pessoa pode acompanhar seu raciocínio, o que não acontece numa entrevista tradicional. Às vezes a gente não se sente representada naquela momento, não completa o raciocínio. Esse formato, de podcast, acho muito legal nesse sentido, de te dar tempo de poder se expressar de uma maneira mais explicada, mais calma. Mas a gente faz tudo!

OFuxico: Você já está escalada pra uma novela. Como está a ansiedade após 3 anos de seu último trabalho na TV?
Carolina Dieckmann: Muito ansiosa! Estava com muita saudade, essa opção de ir com o Tiago (Worcman, o marido, com quem recentemente completou 19 anos de casada) pra fora do país era um investimento na minha vida pessoal. Em nenhum momento eu fiquei fazendo teste, querendo investir numa careira internacional, não era isso. Meu propósito era ficar com meu marido, com meus filhos. Agora parece que estou voltando pra minha vida. Eu investi na vida da família, mas agora estou investindo de novo na minha vida profissional.

OFuxico: Os filhos já estão crescidos…
Carolina Dieckmann: Sim, e valeu tanto à pena! Eu não me arrependo de nada, em nenhum momento! Acho que tomei a melhor decisão. Eu vejo hoje o amadurecimento do meu casamento, o amor que eu sinto pelo Tiago e ele por mim, os me8s filhos, o tanto que eles aproveitara, isso. Eu também, o tanto que pude estudar, que puder olhar minha vida um pouco de fora, que eu pude entender muitas coisas que às vezes no dia a dia a gente não tem tempo e vai atropelando. Foi um momento muito rico, eu não me arrependo nem por um segundo, mas estava com muita saudade.  

OFuxico: Como foi a sensação do anonimato no exterior? 
Carolina Dieckmann: A opção que eu tive de ir pra esse lugar, é de alguém que ficou famosa muito nova, com 13 anos. Eu não queria passar pela vida sem ter essa experiência, sem ter essa reclusão, sem poder olhar até pra minha carreira, pra o que eu construí, pra minha fama, com um olhar amadurecido sobre isso, distante. Foi uma grande sorte ter topado ir, ter ido e ter ficado um tempo, porque se eu fosse rapidinho não teria tempo de tudo isso acontecer e voltar agora com tata coragem e aprendizado. Eu faria tudo de novo, valeu muito à pena.

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OFuxico: Você emendava um trabalho no outro, desacelerou…
Carolina Dieckmann: Foi muito importante. Se eu pudesse indicar uma coisa para as pessoas, eu indicaria morar fora do lugar que você nasceu. É um aprendizado, não digo nem de olhar minha vida como artista, mas de olhar mesmo onde eu nasci, quem eu sou, porque eu sou assim, porque sinto as coisas desse jeito… quando você vai rpa outro lugar, é como se você virasse um analista de você mesmo e começa a enxergar sua vida de fora, a entender o porquê você tem tantos hábitos, tantos costumes, porque você sente tanta falta do feijão… tem coisas tão simples! O mais difícil ficar longe das pessoas. Eu vi o quanto meus amigos são importante, o quanto me fazem falta e o quanto os quero perto de mim.

OFuxico: O Davi ficou um tempo aqui no Brasil, longe de vocês. Como foi essa ruptura?
Carolina Dieckmann: Foi a pior parte, foram dois anos. Mas olha que loucura, teve a pandemia, ele foi pra lá e ficou comigo dois anos em casa, trancado, então foi o retorno, o universo girou e me deu um presente por ter sido tão corajosa, porque, obviamente, a pandemia foi um desastre por mundo, mas a gente não pode não olhar para as coisas que aconteceram de positivo. E acho que todo mundo teve a oportunidade de conviver mais com as próprias famílias, de ter um tempo a mais com seus filhos, de entender essa vida que a gente tem, que as vezes não damos conta. Isso faz falta, é assim que se lava privada, vou fazer minha cama…  aliás, eu comecei afazer a minha cama na pandemia e não parei mais! Tem noção que eu não fazia a mina própria cama? Acordava, ia trabalhar, fazer as coisas, e tinha uma pessoa, uma ajudante maravilhosa pra fazer minha cama. E quando você vê que não tem ninguém, você reaprende a fazer a sua cama, entende o valor daquilo, o quanto você gosta dela. Eu aprendi a cozinhar pra mim, entendi o que eu gostava de comer, aprendi a limpar a minha casa, aprendi a dar conta da minha vida! Hoje eu sei que, seu precisar, sei dar conta de tudo. Eu não sabia antes. Trabalhava muito, sabia outras coisas. Nunca tive esse tempo de viver a minha casa, de fazer comida pros meus filhos, de levar todo doa na escola. Não tinha tido isso. Se eu chego no Projac (Estúdios Globo, onde são gravadas as novelas) 10h e saio 22h, como eu faço tudo isso?

OFuxico: Mas agora essa correria vai voltar…
Carolina Dieckmann: Sim, mas agora o mais novo está com 15 anos e faz a cama dele! O José é a coisa mais linda, na pandemia toda, todo dia de manhã fazia uma torrada, cortava um abacate, colocava um ovo e me levava na cama. Ele aprendeu. Quanto meninos de 15 anos não fazem isso? Estou muito feliz.

OFuxico: Daqui a pouco já será sogra… e será do tipo tranquila?
Carolina Dieckmann: Ainda não, eles são muito quietinhos. Ninguém me apresentou ainda a ninguém. Acho que vou ser tranquila, vou ficar feliz de ver. Sou tão fã do amor, fui casada a minha vida inteira, sou tão fã do que o amor faz nas nossas vidas que eu acho que não tem como eu não gostar deles se apaixonarem.

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OFuxico: Você é das poucas famosas que não se rendeu aos procedimentos de beleza, harmonização, lente, lipo… como tem encarado os efeitos do tempo?
Carolina Dieckmann: Acho que não saberia ser de outro jeito, mesmo. O que eu vejo da vida, o que gosto em mim tem muito mais a ver com quem eu sou do que com coisas que eu poderia fazer. Não faz sentido, não sei nem dizer: ‘ah, se eu fizesse, seria…’. Realmente não penso nisso. Gosto de olhar pra minha cara e ver a mulher que estou me tornando com as minhas rugas, com o envelhecimento do jeito com que ele está se dando, mas com muita verdade. Não vou dizer que não me cuide, tenho a maior preocupação com a minha saúde. Me alimento bem, bebo água, faço meus laser, vou no dermatologista como uma mulher da minha idade. Está tudo certo! Mas eu não saberia ser diferente, ser uma pessoa botando um monte de coisa na cara. Sem nenhum julgamento, as pessoas tem que ser felizes e eu sou muito feliz como sou, só isso.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino