Leandro Lima sobre estar na última peça de Jô Soares: “José Eugênio está olhando por nós!”

Em 9 de setembro, Kéfera, Leandro Lima, Giovani Tozi, Érica Montanheiro e Neusa Maria Faro estarão no palco do teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, para estrearem o espetáculo “Gaslight – Uma Relação Tóxica”. Trata-se do último trabalho de Jô Soares, que morreu em 5 de agosto.

Jô assina tradução, adaptação e direção do texto, com colaboração de Matinas Suzuki Jr e Mauricio Guilherme, parceiros de trabalhos anteriores. A encenação já estava toda idealizada, inclusive o cenário, quando Jô partiu. Ele só não viu os atores caracterizados, evento que o diretor acompanharia por vídeo, do hospital onde estava internado.

Trata-se de uma das peças de maior sucesso da história da Broadway, escrita originalmente pelo dramaturgo britânico Patrick Hamilton (1904-1962), em 1938. A princípio estão previstos dois meses de temporada. “Gaslight” estreou no Richmond Theatre, em 1938, antes de ir para a Broadway, na década de 1940.

Baseada no filme homônimo sobre abuso psicológico nos relacionamentos afetivos, a peça retrata um casal em conflito. A origem do termo “gaslighting”, usado sobretudo para descrever a ação do agressor que faz com que a vítima, a pessoa agredida, duvide de si mesma e de sua sanidade. O termo ganhou maior repercussão nos últimos anos graças ao movimento feminista.

Na história, Jack (Giovani Tozi), no início do casamento, se mostrava doce e apaixonado. No entanto, sob a alegação de que sua mulher Bella (Erica Montanheiro) sofre de algum tipo de desequilíbrio mental, revela-se um homem impaciente e menos cordial. A esposa sente que está ficando louca, mas ao buscar o amparo do companheiro para lidar com a suposta doença, encontra apenas a resistência do homem, que justifica não ter mais forças para lidar com a situação. A complicação do diagnóstico de Bella é acompanhada de perto pela fiel governanta Elizabeth (Neusa Maria Faro) e pela jovem e extrovertida Nancy (Kéfera), a nova arrumadeira do casarão. Ralf (Leandro Lima), um inspetor de polícia, possui uma ligação curiosa com a casa, agora habitada pelo casal. Essa relação pode despertar fantasmas do passado que ainda habitam os cômodos com seus segredos, e podem revelar grandes surpresas.

A reportagem de OFuxico conversou com Leandro Lima, que ganhou o Brasil ao interpretar o personagem Levi, no remake de “Pantanal”, da TV Globo. Leandro engatou o término de sua participação na trama de Bruno Luperi com a peça de Jô Soares. No palco, ele vive Ralf, um inspetor de polícia, que tem uma ligação com a moradia dos personagens principais, Bella e Jack.

“Ele é um homem resiliente porque ele não se conforma que um caso que ele investigava tenha sido arquivado! Ele segue na teoria de querer continuar investigando o caso e quando ele chega na tal casa para investigar, ele acaba encontrando uma aliada, a Bella, que o ajuda a desvendar o caso. Isso deixa ele muito excitado. Até que chega o grande momento em que ele consegue desvendar o mistério e ainda liberta uma pessoa de uma tortura psicológica”, contou Leandro.

Segundo Leandro, quando ele foi escalado para o trabalho, os demais atores já estavam todos entrosados: “Eu fui o último a entrar no espetáculo, então, a turma já tinha muito mais intimidade com os personagens. Eu tive que me preocupar em me afinar com os demais. A direção do Maurício me ajudou muito nisso. Aí surgiram características legais no Ralf de, por exemplo, de ele ser um inspetor de polícia que não é tão discreto quanto deveria ser.”

ESTREIA SERÁ UMA HOMENAGEM A JÔ SOARES

A morte de Jô Soares deixou produção e elenco em grande tristeza. Leandro lamentou o fato de não ter tido a oportunidade de ter conhecido o apresentador e diretor pessoalmente.

“Eu tinha feito um ensaio só e duas leituras. Minha esposa, Flávia, já tinha me pedido para conhecê-lo. Ela estava tão ansiosa quanto eu. Mas, infelizmente, não deu tempo. O que me deixou feliz foi saber que eu tinha sido aprovado por ele. Este espetáculo será completamente dedicado a ele. A gente sempre fala, nos ensaios: ‘José Eugênio está olhando por nós?’ Este espetáculo será totalmente para ele, sem sombra de dúvida”, disse.

Leandro revelou ainda uma curiosidade dos bastidores: “Como contei, quando eu cheguei todos já estavam entrosados e se conheciam e eu só conhecia a produtora. Em determinado momento a Érica Montanheiro veio conversar comigo e disse: ‘Nossa, estou muito tranquila! A peça encaixou’. E aí eu acabei criando um laço com todos. Outra coisa bacana é que todos eles têm histórias bacanas com o Jô e eles sempre lembram de fatos engraçados e divertidos.”

DE LEVI DE PANTANAL PARA O INSPETOR RALF

“Uma das coisas mais estimulantes de um ator é se despir em outro, com características tão diferentes. Isso é muito fascinante! Eu saí de um peão, um cara rústico, para um inspetor inglês do século 19. Tive que pesquisar e foi um desafio! Todo ator gosta disso, de ser desafiado. Mas, assim como o Levi, o Ralf também é bem distante de mim”, afirmou.

SUSTO NO RALLY DOS SERTÕES

Nesta semana, Leandro Lima participou do Rally dos Sertões e, mesmo sem nunca ter praticado o esporte antes, arrasou na missão! Porém, durante a prova, o ator acabou capotando o carro durante uma curva, mas tudo deu certo no final, já que ele não saiu com nenhum tipo de ferimento. “Quando o carro capota, não dá para pensar muita coisa. Não tive medo, não, não deu nem aquela tremedeira na terra. A gente fez um treinamento de segurança um dia antes e o carro é muito seguro, você fica num banco toda ajustado, o cinto tem quatro pontas – braços e pernas ficam presos -, usa capacete, balaclava, macacão antichamas e protetor de pescoço”, disse em uma entrevista ao Gshow.

Ao OFuxico, Leandro falou do amor que sente por diversos esportes: “Como ator, temos que ter várias vidas em uma só, então eu me permito me jogar em diversos esportes. O Rally era algo que eu queria muito. Era um sonho e eu adorei. Recebi o convite da Mitsubishi. Gostei de viver aquela experiência! O ator precisa disso. Também faço um pouco de boxe, gosto muito de basquete e treino de levantamento olímpico. Enfim, tudo enriquece para eu tenha mais repertório na minha carreira.”

SERVIÇO

“GASLIGHT, uma Relação Tóxica”. Estreia para público dia 9 de setembro.

Teatro Procópio Ferreira. Rua Augusta, 2823, Cerqueira César, São Paulo. Telefone: (11) 3083.4475. Capacidade – 624 lugares, incluindo 07 poltronas adaptadas para obesos e mais 12 lugares reservados para cadeirantes. Temporada – Sexta às 21h, sábado às 18 e 21h, domingo às 19h. Ingressos – Entre R$ 40 e R$ 150,00. Inteira a R$ 80, R$ 100 e R$ 150. Meia a R$ 40,00, R$ 50,00 e R$ 75,00. Aceita todos os cartões de crédito. Não aceita pagamentos em cheque. Não faz reservas. Possui ar-condicionado e acesso universal. Recomendado para maiores de 12 anos. Duração – 90 minutos.

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