Um Lugar Ao Sol: Entenda o Mal de Alzheimer, doença de Elenice

Em “Um Lugar Ao Sol“, novela exibida pela Rede Globo, Elenice (Ana Beatriz Nogueira) já protagonizou muitas maldades, mas é difícil alguém não se solidarizar com a cena em que ela recebe o diagnóstico de Doença de Alzheimer.

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Apesar de o Mal de Alzheimer ser a doença mais comum quando o assunto é esquecimento, a Dra. Sônia Brucki, membro da Academia Brasileira de Neurologia, contou em entrevista para o OFuxico que outras circunstâncias também podem causar perda de memória.

“Os esquecimentos podem ser secundários a várias alterações cerebrais, como a Doença de Alzheimer, secundários à acidentes vasculares cerebrais, traumatismos cranioencefálicos, infecções, entre outras causas. Além disso, podem ocorrer esquecimentos na depressão, em ansiedade, e mesmo em doenças sistêmicas como alterações de tireoide e déficit de vitamina B12. Então a avaliação médica descartando todas essas possibilidades é obrigatória”, disse.

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A neurologista também falou de quando é hora de buscar ajuda médica. “Todos nós esquecemos algumas informações, pois estamos em contato com muitos dados, afazeres, notícias o tempo todo. Devemos nos preocupar quando o nosso funcionamento começa a ser menor do que costumava ser. Quando o esquecimento se torna mais frequente e interfere no seu dia a dia”.

SINTOMAS

Em uma das cenas marcantes da novela, Elenice esqueceu o seu próprio endereço e ficou completamente desorientada na rua. “Esse sintoma de se perder chamamos de desorientação espacial ou topográfica e é comum. Pode ocorrer inicialmente em locais pouco conhecidos, em que a pessoa foi uma única vez, depois em caminhos mais bem conhecidos e progressivamente, próximo de casa até que em fases mais avançadas a pessoa com demência pode se perder dentro de casa”.

Em outro momento, a personagem achou que estava recebendo uma ligação do marido José Renato (Genézio de Barros), porém ele já morreu.

“Esse sintoma de confundir ou de se esquecer que uma pessoa já morreu pode acontecer, porém é em estágio em que o comprometimento da memória é muito mais intenso”, contou Sônia.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

De acordo com a médica, o diagnóstico é obtido por meio de testes cognitivos. “O diagnóstico se faz pela história obtida com o paciente e familiares, em que se avalia se as queixas se confirmam através da avaliação cognitiva que fazemos. A avaliação das atividades funcionais da pessoa representam um declínio em relação ao que era anteriormente ao início do quadro”.

Apesar do que muitas pessoas pensam, a Doença de Alzheimer tem sim tratamento. O tratamento pode ser farmacológico e não farmacológico. O farmacológico consiste em medicações que melhoram a quantidade de uma substância, a acetilcolina, que está em quantidade reduzida na Doença de Alzheimer. Essas medicações são fornecidas pelo SUS, pelo programa de medicações de alto custo. O tratamento não farmacológico inclui terapia ocupacional, reabilitação cognitiva, treino cognitivo, fonoaudiologia e fisioterapia. A família também tem um papel muito importante sempre estimulando atividades cognitivas e físicas. E mantendo o máximo possível todas as atividades realizadas pelo paciente”.

A melhor forma de prevenir a doença é manter hábitos saudáveis durante a vida. “A prevenção pode ser alcançada por meio de bom controle de todas as outras doenças (tipo diabetes, hipertensão arterial), boa alimentação, atividade física, atividade intelectual e atividades sociais”.

Para concluir, Sônia Brucki contou que o maior fator de risco para a doença é a idade, mas em alguns casos mais raros a doença pode atingir pessoas mais jovens.

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