Vai na Fé: Autora avalia sucesso da novela e revela suas preferências na trama

Uma novela gospel, com trilha sonora de louvores, com o risco de apostar em José Loreto como latin lover depois dele fazer um peão, e ainda confiar à Sheron Menezses o papel de protagonista. Acha pouco? Pois esse tititi foi apenas refresco perto do muito o que se falou antes da estreia de ”Vai na Fé”. 

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No ar desde o último dia 16 de janeiro, a trama que marca o primeiro trabalho solo da competente Rosane Svartaman, mais do que “calando a boca de quem duvidou”, está conquistando até mesmo quem não tinha mais o hábito de sentar diante da TV. Isso sem falar na turma que prefere assistir quando quiser, no Globoplay.  

“Graças a Deus”! Não tem como não usar a frase cantada na música de abertura e constantemente e repetida pela protagonista, Sol, vivida brilhantemente por Sheron. Com texto leve, inteligente e recheado de tiradas incríveis, a trama está fazendo história na faixa das 19h, elevando os índices de audiência do horário após a antecessora, “Cara e Corarem”, não ter chegado sequer perto.

Em uma conversa com OFuxico, tão descontraída quando sua obra, a autora – que coleciona sucessos como “Bom Sucesso” – comentou a repercussão positiva de sua novela, apontou detalhes preciosos e revelou curiosidades.

Confira!

OFuxico: A leveza, as tiradas sagazes, as citações às outras tramas e personagens, tudo está dando muito certo. Como você recebe essa aceitação, elevando um horário que estava capenga?
Rosane Svartman: É difícil tentar adivinhar o que as pessoas vão querer assistir. Essa novela deveria ter estreado um ano atrás, mas foi adiada por causa da pandemia. Será que teria a mesma recepção? Uma novela precisa dialogar com o público e o momento do país. Minha estratégia é ter escuta e buscar construir pontes de empatia através da narrativa e torcer pra dar certo. Uma novela sempre tem um lado autoral e um industrial. É um equilíbrio difícil, pra isso é importante me cercar de uma equipe que possa trazer frescor e ideias pra trama e confiar na minha sensibilidade para conduzir esse processo.

OFuxico: Sem citar os protagonistas, pode apontar dois personagens que você ache incríveis?
Rosane Svartman: Mas que pergunta difícil! Olha, pensei em Dora e Fábio, passei por vários alunos do ICAES, mas acho que fico com Kate (Clara Moneke) e Wilma (Renata Sorrah). Por quê? Porque são personagens que erram muito, mas que são espontâneas, transparentes e por isso divertidíssimas. Todos os autores escrevem todos as personagens, mas Kate é escrita principalmente por Renata Sofia e Wilma por Mário Viana. Faço questão de citar porque acho que os autores que colaboram comigo contribuem muitíssimo nessa construção de personagens, além da história em si, claro.

OFuxico: Sabendo de sua paixão por pesquisas, de que maneira elas – assim como as redes sociais, nas quais você é atuante – serão determinantes para a condução final da história?
Rosane Svartman: É difícil tentar adivinhar o que as pessoas vão querer assistir. Essa novela deveria ter estreado um ano atrás, mas foi adiada por causa da pandemia. Será que teria a mesma recepção?

Uma novela precisa dialogar com o público e o momento do país. Minha estratégia é ter escuta e buscar construir pontes de empatia através da narrativa e torcer pra dar certo”.

Rosane Svartman: Uma novela sempre tem um lado autoral e um industrial. É um equilíbrio difícil, pra isso é importante me cercar de uma equipe que possa trazer frescor e ideias pra trama e confiar na minha sensibilidade para conduzir esse processo. As pesquisas sempre me fazem querer saber quem são as pessoas por trás dos números. Me aproximo assim de histórias de vida inspiradoras. A Paloma (Grazi Massafera) da novela ‘Bom Sucesso’ veio de uma pesquisa sobre o aumento de mães chefes de família, por exemplo. As redes sociais não são exatamente o equivalente a uma pesquisa, mas muitas vezes ideias pontuais surgem através de pessoas que amam a novela. Mas é preciso filtrar e lembrar que algumas mensagens mais agressivas são de pessoas que se engajaram na trama e interagem de forma passional. Já li uma mensagem de alguém querendo me atropelar e dar ré porque queria um casal específico, por exemplo. Por outro lado, recentemente um Tweet falando que Dora (Claudia Ohana) deveria se rebelar um pouco em Lumiar acabou dando algumas ideia de cenas específicas (aguardem). Além disso, tem várias mensagens muito bonitas que realmente me dão força pra continuar escrevendo.

OFuxico: O que você considera o segredo do sucesso da novela?
Rosane Svartman: Acho que não tem exatamente um segredo. O importante é ter escuta, ser permeável as novas ideias, ao que está latente na sociedade e assim tentar adivinhar sobre o que a pessoas querem conversar – atenção, uma novela é sempre um diálogo, uma boa conversa e nunca um monólogo, algo depositário.

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