Copa do Mundo: Lucas Paquetá, o paizão que carrega a responsa no meio-campo
Por Flavia Cirino - 24/11/22 às 07:30 - Última Atualização: 23 novembro 2022
Cria das divisões de base do Flamengo, Lucas Tolentino Coelho de Lima teve os primeiros contatos com a bola no Municipal Futebol Clube de Paquetá, onde seu avô treinou times de base e onde seu pai jogou em torneios amadores.
O pequeno “Luquinha”, como era conhecido na época, corria no gramado do estádio daqueles clássicos, com arquibancada antiga de cimento com pintura desbotada.
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A casa onde o camisa 11 do West Ham cresceu fica a 200 metros do clube, na mesma rua. Um lar modesto, com os quartos no andar de cima. No térreo, ficavam o salão de beleza de sua avó e a oficina de carpintaria de seu avô. A casa atualmente é ocupada por uma de suas tias.
O menino chegou ao rubro-negro com 8 anos de idade. Fazia todos os dias, até os 11 anos, a travessia de uma hora de barca até o Rio de Janeiro para treinar no Flamengo, levado pelo falecido avô.
“Eles saíam por volta do meio-dia, depois da escola, e voltavam tarde da noite, na última barca. Muitas vezes eles só comiam um lanche, porque era muito caro comer fora”, contou seu primeiro treinador.
Até que Lucas se mudou para o continente com os pais. Contudo, novos problemas chegaram. Franzino e com apenas 1,53 metro, o menino tinha técnica, mas não conseguia ganhar no corpo de seus adversários. Persistente e certo do seu objetivo, ele fez sua estreia como profissional no clube aos 19 anos, em 2016, depois de ser destaque na Copa São Paulo de Futebol Jr.
No último ano com o Manto Sagrado, o meia conseguiu se firmar na equipe titular e chegou a ser convocado por Tite para compor o elenco da Seleção Brasileira.
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O pequeno “Luquinha” ganhou quase 30 cm em três anos e estourou no Flamengo, antes de jogar por Milan. Após temporadas de destaque no Lyon, da França, Lucas Paquetá aceitou convite do West Ham, em agosto deste ano, e se mudou para a Inglaterra.
Aos 25 anos, o ex-Flamengo custou mais de R$ 300 milhões aos cofres dos Hammers e tem muita moral em Londres.
POR QUE ‘PAQUETÁ’?
O apelido de Paquetá se deve ao local onde nasceu, a aconchegante Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. O local, com antigas casas em estilo colonial, estradas de terra e exuberante vegetação tropical, é um destino popular para turistas e moradores do Rio de Janeiro que querem fugir da agitação da cidade.
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Na ilha, não há carros, só bicicletas e charretes, a pedal ou elétricas. Vale destacar que eram usados cavalos e Luisa Mell já fez até campanha contra a exploração dos animais. Para chegar ao povoado – que é oficialmente um bairro do Rio – de pouco mais de três mil habitantes, é preciso pegar a barca que sai do centro da cidade.
A travessia oferece uma vista deslumbrante do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor, que vai se afastando aos poucos à medida que a charmosa ilha se aproxima.
NA SELEÇÃO
A primeira convocação de Paquetá na Seleção Brasileira aconteceu em agosto de 2018. O meio-campo foi um dos 24 nomes chamados pelo técnico Tite para os amistosos contra Estados Unidos e El Salvador, realizado no mês seguinte.
Ele já era um dos mais importantes titulares do Flamengo e alcançava naquele momento mais um sonho da infância. O primeiro gol pela Seleção, contudo, só aconteceu em 2019, contra o Panamá.
FAMÍLIA
Em novembro de 2018, o meio-campista se casou com a nutricionista Maria Eduarda Fournier, em um cartório no Rio de Janeiro. Eles haviam começado a namorar oito meses antes, em março, e ficaram noivos no fim de agosto daquele ano. O casamento religioso aconteceu pouco depois.
Depois da cerimônia, o jogador, à época com 21 anos, foi direto para o treino no Ninho do Urubu. No mesmo ano, o Flamengo acertou a venda do jogador para o Milan, da Itália, e embolsou cerca de 35 milhões de euros, o equivalente a R$149 milhões.
Em abril de 2020, nasceu Benício, o primeiro filho do casal. Em maio de 2021 chegou Felippo, segundo herdeiro do casal. No último dia 20 de novembro, Lucas Paquetá ganhou o título de ‘fofo da seleção’. Isso porque seu caçula estava na arquibancada, com a família do jogador – 13 pessoas do clã Paquetá estão no Catar – quando começou a chorar.
Autorizado pelo técnico, Tite, o meio-campo subiu as arquibancadas para consolar o pequeno. Um fofo! Apaixonado pela mulher e pelos filhos, Lucas ainda carrega o nome da amada em sua chuteira.
Outro detalhe: pode stalkear as redes sociais do jogador de cabo a rabo: não vai encontrar uma imagem dele sensualizando… Nada de barriga tanquinho à mostra, nada de look praia, e tá tudo bem, Maria Eduarda!
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino