Brasil perde Maria da Conceição Tavares, ícone da economia

Renomada economista e professora, Maria da Conceição Tavares morreu aos 94 anos, neste sábado, 08 de junho. Ela estava em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro. As condições da morte, contudo, não foram informadas.

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Nascida em Aveiro, Portugal, e naturalizada brasileira, Maria da Conceição Tavares teve uma trajetória marcante e influente no cenário econômico do Brasil.

Figura central no setor, ela atuou sobretudo como deputada federal entre 1995 e 1999. Foi professora-titular na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora-emérita na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Assim sendo, a carreira acadêmica de Tavares formou gerações de economistas, sempre enfatizando o papel do Estado no desenvolvimento econômico do país.

Por que ela veio para o Brasil?

Fugindo da ditadura salazarista em Portugal, Maria da Conceição chegou ao Brasil em 1954. Formada em Engenharia pela Universidade de Lisboa, rapidamente se envolveu com as Ciências Matemáticas e a economia.

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Em 1957, adotou a cidadania brasileira e matriculou-se no curso de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Nos anos 1980, a economista ficou conhecida por sua defesa apaixonada do Plano Cruzado, uma das políticas econômicas mais importantes daquela década.

Em um momento marcante, ela chorou em frente às câmeras de TV defendendo o plano, refletindo a euforia e a esperança que o congelamento de preços trouxe ao povo brasileiro.

Maria ainda participou da elaboração do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek e teve passagens significativas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Grupo Executivo de Indústria Mecânica Pesada (Geimape).

Na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), desenvolveu trabalhos influenciados por renomados economistas como Celso Furtado, Caio Prado Jr., e Ignácio Rangel.

Prêmios e Publicações e Maria da Conceição Tavares

Em 1998, Maria da Conceição Tavares venceu o Prêmio Jabuti na categoria ‘Economia’ com sua obra “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil” (1972), uma análise profunda das transformações econômicas do país.

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Sua produção acadêmica e intelectual, entretanto, continua a influenciar economistas e políticas públicas no Brasil.

Durante a década de 1990, a economista se destacou como uma das vozes mais críticas do Plano Real, mantendo seu compromisso com a justiça social e o desenvolvimento econômico. Como deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro, de 1995 a 1999, continuou a influenciar a política econômica do país.