Gal Costa formava os ‘Doces Bárbaros’, com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia
Por Flavia Cirino - 09/11/22 às 12:12
A morte de Gal Costa, aos 77 anos nesta quarta-feira, 09 de novembro, fez muita gente recordar da trajetória da artista baiana. Recentemente, Gal Costa ficou com o coração apertado de saudade e repostou em suas redes sociais uma foto na qual aparecia ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Na ocasião, a artista comentou sobre a falta que eles lhe faziam.
“Saudade de um domingo com os amigos, né?”, escreveu.
Era com eles que há 46 anos, ela formava o grupo “Doces Bárbaros”, reunindo bainidade, figurinos coloridos e muito talento. Nomeado a partir de uma canção de Caetano – “Os Mais Doces Bárbaros”.
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A música foi criada como uma espécie de resposta ao jornal Pasquim que em um momento apelidou os músicos baianos pejorativamente de “baihunos” – o quarteto foi formado por causa de uma ideia de Maria Bethânia.
PÉ NA ESTRADA
O show de estreia dos “Doces Bárbaros” aconteceu no Anhembi, em São Paulo, em junho de 1976, e seguiram em turnê pelo Brasil, representando a união das diversas referências dos músicos.
Na época, cada um deles completava 10 anos de carreira. Juntos, apresentavam um repertório diferente de seus trabalhos individuais e quase inteiramente inédito.
Além de canções como “Chuckberry Fields Forever”, “Pássaro Proibido”, “O Seu Amor” e “Esotérico”, o projeto levou ao público poesia e encanto traduzidos em figurinos hora brancos, hora coloridos e de misturas de duetos e performances de todo o conjunto.
DOCUMENTÁRIO E SAMBA
A turnê e seus bastidores foram registrados no documentário “Os Doces Bárbaros”, dirigido por Jom Tob Azulay e lançado ainda em 1976.
O registro inclui a história da prisão de Gilberto Gil por posse de maconha durante a passagem do grupo por Florianópolis, episódio que culminou na internação do músico em uma clínica psiquiátrica para curar, aos olhos da justiça da época, o vício na “erva maldita”.
Em 2004, o filme ganhou uma reedição que inclui trechos cortados pela censura na versão original. Vale destacar que no carnaval de 1994 a Mangueira desfilou com o enredo “Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai quem Já Morreu” e exaltava os “Doces Bárbaros. Eles, é claro, desfilaram na agremiação.
TRAJETÓTIA
Gal Costa nos deixou nesta quarta-feira, 9 de novembro, aos 77 anos, mas não antes de deixar uma marca permanente na história do Brasil contemporâneo.
Maria das Graças Penna Burgos, nasceu em Salvador, na Bahia, no dia 25 de setembro e 1945. Antes de se tornar a grande artista que conhecemos, Gal trabalhava como balconista em uma loja de discos na sua cidade natal, já deixando claro o seu amor pela música.
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Anos depois, graças a Dedé Gadelha, sua vizinha e amiga, conheceu Caetano Veloso, que viria a se tornar um de seus maiores parceiros, tanto na vida, quanto na música.
ENTRADA NO MUNDO DA MÚSICA
Em 1964, Gal se juntou com Caetano, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Tom Zé e participou do show ‘Nós, Por Exemplo’, na inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador.
No ano seguinte, já conquistada pelo mundo musical, Gal, ainda como Maria das Graças, se muda para o Rio de Janeiro e lança seu primeiro disco, usando músicas ‘Sim, Foi Você’, de Caetano e ‘Eu Vim da Bahia’, de Gilberto Gil.
Seu primeiro disco solo ‘Gal Costa’, lançado em 1969, foi um absoluto sucesso, e possuia músicas como ‘Baby’, Divini Maravilhoso’, ‘Que Pena’ e ‘Não Identificado’.
GAL NA MPB
Foi em 1979 que Gal entrou para o MPB, com ‘Gal Tropical’, em que cantou seus maiores sucessos, como ‘Balancê’, ‘Força Estranha’, ‘Índia’ e ‘Meu Nome é Gal’.
ARTISTA!
Atualmente, Gal estava em turnê com o show ‘As Várias Pontas de Uma Estrela’, no qual ela tocava grandes sucessos dos anos 80, como ‘Nada Mais, ‘Sorte’ e ‘Lua de Mel’.
Gal deixa um filho, Gabriel Costa Penna Burgos, de 17 anos, que inclusive inspirou o 40º álbum da cantora, chamado de ‘A Pele do Futuro’.
A MORTE
A cantora brasileira Gal Costa morreu nesta quarta-feira, 9 de novembro. A informação foi confirmada pela assessoria da artista.
Gal tinha dado uma pausa em sua agenda de show, já que havia passado por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita, mas não existe nenhuma indicação que essa situação esteja ligada com a causa de sua morte.
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O seu falecimento pegou todo o país de surpresa e os fãs já dominaram as redes sociais com homenagens para uma das maiores cantoras que o Brasil já viu.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino