Margareth Menezes chora em audiência ao saber da morte de Rita Lee

Por - 09/05/23 às 14:00

Margareth MenezesMargareth Menezes chora ao saber de Rita Lee (Reprodução/TVSenado)

Na terça-feira, 9 de maio, a triste notícia da morte de Rita Lee Jones, que lutava contra um câncer de pulmão desde 2021, abalou não somente a família e amigos, mas também o mundo dos famosos. Entre eles, a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, que estava em uma audiência e lembrava também do ex-deputado federal David Miranda, que morreu aos 37 anos nesta terça de manhã. Ao saber da notícia, a cantora precisou pausar um pouco e acabou chorando, ficando sem palavras. No vídeo abaixo, é possível ver Margareth bastante abalada:

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“Ih meu Deus… Perdão. A Rita Lee não é nem uma questão direta de amizade, tive alguns momentos com ela. É pelo que ela simboliza ao Brasil, para a música popular brasileira, uma mulher revolucionária. É duro, já tivemos o falecimento de David Miranda, para nós são perdas de pessoas que tem uma sensibilidade, qualidade. Eu mesma, sinceramente, na construção como jovem, além de ser ligada á música, mas, pela referência, por tudo que ela construiu.”

A sessão não foi interrompida, com Margareth ressaltando a importância do conhecimento da reformulação do ministério. Em plenário, todos os senadores realizaram um minuto de silêncio para a cantora e para o ex-deputado.

LEGADO

Rita Lee iniciou a carreira profissional na década de 1960. Naquela época, ela já havia se juntado a Arnaldo Baptista e Sérgio Dias para cantar, porém, o trio ainda não tinha um nome forte para se apresentar na TV Record, hoje, Record TV, após um convite feito por Ronnie Von, uma das estrelas da Jovem Guarda, que os chamou para um jantar em sua casa para conhecê-los melhor.

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“Papo vai, papo vem, e Ronnie levantava a sugestão de um nome mais contundente para o trio. Os Bruxos era, digamos assim, pobrinho demais. Ele nos mostrou um livro que estava lendo “O Império dos Mutantes”, explicando que era seres de outro planeta que se transformavam em infinitas formas de vida a título de conquista a Terra. Plin! Benção, painho”, contou Rita, em sua autobiografia, sobre a origem da banda que com ela durou de 1966 a 1972.
Em 1968, o trio assinou um contrato com a gravadora Polydor e assim lançaram seu primeiro disco. As faixas que se destacaram foram “Senhor F”, “Panis et Circenses”, música composta por Caetano Veloso e Gilberto Gil especialmente para Os Mutantes e “Trem Fantasma”. O LP vendeu menos de 10 mil cópias, mas adquiriu status lendário ao longo dos anos.

Naquele mesmo ano, Os Mutantes participaram do III Festival Internacional da Canção, da Rede Globo. O episódio mais emblemático aconteceu no momento em que a banda acompanhou Caetano Veloso na final paulista do festival, realizado no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, cantando “É Proibido Proibir”. A música foi mal recebida. Além das vaias, o público atirou ovos, tomates, pedaços de madeira e tudo que tinha contra o cantor. Nesse instante, Os Mutantes viram as costas para a plateia, mas não pararam de tocar. Enfurecido, Caetano fez um discurso inflamado e depois se retirou do festival.

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Em março de 1970, a banda lançou a canção “Ando Meio Desligado”. A música foi considerada um marco na carreira do grupo, que naquela época, procura se distanciar do tropicalismo e querendo flertar mais com o rock. No ano seguinte, Rita e Arnaldo se casaram. Ela disse anos depois que o casamento foi apenas para ganhar independência dos pais e que os irmãos disputaram no palitinho quem assinaria a certidão. Na volta da lua-de-mel, o casal rasgaria a certidão de casamento no programa de televisão da apresentadora Hebe Camargo.
Em sua autobiografia, Rita contou que foi colocada para fora da banda em 1972. “A gente resolveu que a partir de agora você está fora dos Mutantes porque nós resolvemos seguir na linha progressiva-virtuose e você não tem calibre como instrumentista”, teria dito Arnaldo. “Um escarrada na casa seria menos humilhante”, disse Rita no livro.

TUTTI FRUTTI

Já conhecida nacionalmente, Rita passou a fazer parte de outra banda, a Tutti Frutti, que durou de 1973 a 1978. Em 1975, o grupo lançou o álbum “Fruto Proibido”. Nele, contém as músicas de sucesso “Ovelha Negra”, “Agora Só Falta Você”, entre outras. O disco se tornou um clássico do rock brasileiro, vendendo mais de 200 mil cópias na época, dando a Rita o título de “Rainha do Rock Brasileiro”. Além de Rita, formavam a banda Luis Sérgio Carlini, Lee Marcucci, Lúcia Turnbull, entre outros músicos. Em cinco anos de existência, a Tutti Fritti ainda lançou os sucessos “Jardins da Babilônia”, “Eu e Meu Gato”, “Miss Brasil 2000”, “Esse Tal de Roque Enrow”, entre outras.

RITA E ROBERTO

Ney Matogrosso foi o cupido da parceria musical e do casamento duradouro de Rita e Roberto de Carvalho. Eles se casaram em 1976 e dois anos depois começaram a se apresentar juntos. Com Roberto, Rita teve três filhos: o cantor, compositor e guitarrista Beto Lee, atualmente integrante dos Titãs, além de João e Antônio, todos nascidos nos anos 1970.

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Em 1979, Rita e Roberto entraram em uma fase mais pop. Os dois eram figurinhas carimbadas na Rede Globo. Rita no vocal e Roberto na guitarra. O primeiro trabalho em disco da dupla Lee/Carvalho foi o álbum “Rita Lee”, mais conhecido por “Mania de Você”, com os hits fenomenais “Mania de Você”, “Chega Mais” e “Doce Vampiro”.

Rita e Roberto pareceriam uma máquina de fazer sucesso, isso porque na sequência viveram outras dezenas de músicas que consagraram Rita na carreira solo. Exemplos? “Lança Perfume”, “Baila Comigo”, “Nem Luxo Nem Lixo”, “Saúde”, “Banho de Espuma”, “Cor de Rosa Choque”, “Barata Tonta”, Desculpe o Auê”, “Vírus do Amor”, “Perto do Fogo”, e tantas outras.

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Em 1991, Rita separou-se temporariamente de Roberto de Carvalho. Após reatarem, a cantora surpreendeu o público ao revelar que os dois haviam voltado, porém, viviam naquele momento em casas separadas. Um absurdo para a época. Em entrevista à Marília Gabriela, Rita falou sobre o assunto. “Moramos em casas separadas desde que Roberto parou de se drogar e eu continuei.”

Nos últimos anos, Roberto e Rita seguiram a parceria incrível de vida, fora dos palcos. Roberto cuidou da amada roqueira até o fim.

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha