Marília Mendonça deixou 324 músicas registradas e vários hits

Por - 05/11/21 às 23:40 - Última Atualização: 7 novembro 2021

Marília Mendonça no palcoFoto: Leo Franco/ AgNews

Marília Mendonça viveu apenas 26 anos, mas de maneira intensa. Realizou o sonho de se tornar cantora e talvez sequer tivesse rela noção da proporção de seu sucesso. Artista consagrada, vencedora de prêmios nacionais e internacionais, ela nos deixou nesta sexta-feira, 05 de novembro, num acidente aéreo no interior de Minas Gerais, mas seu legado para a Música Popular Brasileira há de se perpetuar por gerações.

Segundo o Ecad (Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais), são 324 canções registradas no nome dela, e um total de 391 gravações (dela ou de outros artistas).

Entre essas “Infiel”, “Supera”, “Todo Mundo Vai Sofrer” e “Eu Sei De Cor”.

Segundo o órgão, 65% de tudo que ela recebeu de direitos autorais nos últimos dez anos vieram da execução de canções em rádio e shows. Os outros 35% vêm de execuções em televisão, som ambiente (em lojas por exemplo).

Desde que começou a compor, Marília Mendonça acumulou quebras de recordes e prêmios por onde passou: foi a artista brasileira mais ouvida no Youtube e a 13ª do ranking mundial, além de ser a primeira colocada no TOP 10 das mulheres mais ouvidas do Brasil no Spotify em 2019.

Ao lado de nomes como Simone e Simaria, e da dupla Maiara e Maraísa, com quem lançou seu último projeto chamado “Patroas”, Marília Mendonça se consagrou como a rainha da sofrência ao cantar as agruras do amor.

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A seguir, alguns dos hits que estarão para sempre em nossa memória.

Infiel

Verdadeiro hino da sofrências, “Infiel” foi a segunda música mais ouvida nas rádios brasileiras em 2017. A letra, que fala sobre um homem traidor, fez com que a cantora ganhasse repercussão nacional. A partir de então, Marília se tornou uma das maiores vozes da música sertaneja e uma das mais queridas artistas do Brasil.

Alô Porteiro

Um dos primeiros sucessos da cantora, a canção está em seu primeiro álbum, “Marília Mendonça Ao Vivo”, de 2016. Retrata a história de uma mulher “carinhosa e fiel” que ligou para o porteiro para avisar que o namorado estava proibido de entrar no prédio em que mora, após descobrir uma traição.

Eu Sei de Cor
Primeira faixa do DVD “Realidade”, lançada em agosto de 2016, a música foi composta por Marília após uma discussão que ela teve com o namorado da época.

Amante Não tem Lar

Faixa do álbum “Realidade” (2017), indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. Ela mesma contou e seu perfil no Twitter que a letra era um alento às mulheres que se encontram nessa situação.


De Quem É a Culpa
Também faixa do Álbum “Realidade” (2017), foi inspirada em uma experiência própria. Na letra, Marília Mendonça busca um culpado por um relacionamento que não deu certo.


Estranho
Faixa do álbum colaborativo ao vivo lançado em 2018 com a dupla Maiara e Maraisa, “Agora É que São Elas 2”. Fala sobre o fim de um relacionamento. “Minha mão já não tá mais na sua/ A gente anda pela rua separados/ Nem parecemos namorados”, canta ela.

Esqueça-me Se For Capaz
Faixa do álbum “Patroas 35%”, lançado há alguns meses, em parceria com a dupla Maiara e Maraisa, com turnê marcada para 2022. Com cinco apresentações programadas, cada uma delas deveria durar mais de três horas e tinham investimento de infraestrutura com padrão das maiores turnês de estádio que o país já recebeu.

Intitulado “Festival das Patroas”, a turnê estava prevista para passar por São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília. Ela tinha como objetivo rodar por diferentes territórios brasileiros e mostrar amizade entre o trio. A playlist seria baseada no álbum inédito lançado em 2020. Continuidade do CD “Agora É Que São Elas 2” (2018), “Patroas” já tinha até um hit lançado, “Todo Mundo Menos Você”


Some que Ele Vem Atrás
Parceria com Anitta, destaca a versatilidade de repertório que Marília Mendonça tinha. A Poderosa lamentou a morte da amiga:

“Ontem eu falei pra você que eu te amo. ONTEM. Depois de, mais uma vez, você me exaltar e me colocar lá em cima sem medo pq você sabe o quão foda você é. Meu Deus. Eu não estou conseguindo acreditar que isso aconteceu. Porque esse acidente, meu Deus? Eu tô sem reação. Uma das mulheres mais gente boa, generosa, engraçada. Aquela amiga que topa TUDO. Não tem inveja de ninguém. Eu te admiro tanto, meu Deus. Um exemplo de tudo de bom. Meu Deus por que? Simplesmente não consigo. Este ano está realmente muito difícil para o nosso país. Que perda, senhor, que perda. Eu estou devastada. Para a família, estou aqui para QUALQUER COISA que precisarem. Para o seu filhinho Léo, meu Deus . NUNCA TE ESQUECEREMOS”, escreveu.


Supera

A letra é de autoria do cantor paranaense Hugo Del Vecchio junto com os parceiros Henrique Moura, Luan Moura e Montenegro, Mas Marília mudou a letra. Hugo cantava: “Você é forte, mulher, supera”. Ela trocou para “De mulher para mulher, supera”.

Funciona como um “conselho”. Marília suplica para a amiga deixar de sofrer por amor. Ela canta de forma intensa e sem perder o controle. Mas não é sofrência pessoal – pelo contrário: é um pedido para a amiga parar de sofrer. É um safanão musical: “mulher, supera”.


Todo Mundo Vai Sofrer

Faixa que a consagrou como Rainha da Sofrência e a levou a cantar pelo Brasil inteiro os versos “ninguém vai sofrer sozinho, todo mundo vai sofrer”.​ A música é uma bachata, o ritmo derivado do bolero que domina o sertanejo hoje. Além da influência deste gênero latino, a estrutura da música é toda certinha, ecoando o sertanejo anos 90 e tem letra que é quase uma versão feminejo para o poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade.

A canção superou “Paradinha”, de Anitta, em dois recordes: a de música solo de uma artista feminina a mais tempo permanecer em #1 na parada; e a de música de uma artista feminina nacional a ficar mais dias no topo do chart.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino