Morre Djalma Dias, cantor que lançou Djavan

Por - 25/06/21 às 09:20

Djalma Dias sorridenteDjalma Dias sorridente (Foto: Reprodução)

Voz recorrente em trilhas de novelas da Globo no início da década de 1970, Djalma Dias morreu na quinta-feira (24), de causa não revelada. O artista, cujo nome de batismo era Moacir Batista Lucas, tinha 83 anos.

Dono de uma voz grave, o artista iniciou carreira como cantor e músico da noite da cidade de São Paulo em casas como O Beco. Ele viveu o apogeu artístico na primeira metade dos anos 1970. Apadrinhado pelo falecido João Araújo, pai do saudoso Cazuza, Djalma Dias lançou por essa companhia os dois únicos álbuns da carreira, “Destaque” (1973) e “Não Faça Drama… Caia no Samba!” (1974).

Entre 1972 e 1974, o nome dele figurou nas trilhas de novelas. Entre os grandes sucessos está “Capitão da Indústria”, que muitos conhecem na voz de Herbert Vianna, do Paralamas do Sucesso. A música composta pelos irmãos Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle para a trilha sonora da novela “Selva de Pedra” (1972), teve uma gravação marcante feita para a trama.

Outro grade feito de Djalma foi lançar Djavan como compositor. No álbum “Destaque”, ele gravou a música “Desgruda”, do até então desconhecido artista. Em seu álbum seguinte, Dalma gravou, em ritmo de samba-rock, composição da então debutante Leci Brandão, “Nada Sei de Preconceito”.

Onipresente na TV

Para a trilha de “Uma Rosa Com Amor” (1972), o cantor gravou “Burguês Fino Trato”, parceria de João Donato com os irmãos Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle. No disco da novela “O Bofe” (1972), Djalma deu voz à música de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Quem Mandou”.

Para a trilha de “Cavalo de Aço” (1973), o cantor gravou “Homem de Verdade”, parceria de Guto Graça Mello com Nelson Motta. No disco da novela “O Semideus” (1973), o intérprete destacou a música “A Volta”, de Baden Powell e Paulo César Pinheiro.

Em “Os Ossos do Barão”, estava a canção “Meu Velho Pai”, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, compositores recorrentes na discografia de Djalma Dias.

No disco com músicas da novela “Supermanoela” (1974), o cantor se juntou a Antonio Carlos & Jocáfi na gravação de “Toró de Lágrimas”.

Apesar do êxito, Djalma Dias ficou desiludido com a carreira e deixou tudo para trás.

Homenagem

Em suas redes sociais, o compositor Marcos Valle reverenciou o artista.

“Que Deus o receba com muita harmonia, e proteja sua família e amigos”, escreveu.


 

É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino